“De certa maneira, dá para dizer que o Papa Francisco, nesses seus primeiros dias de Bispo de Roma, escolheu as referências que traçam a linha do seu pontificado. Usou gestos e palavras, que servem de parâmetro, para ‘formatar’ esta linha.
Ele emitiu sua mensagem cifrada. Tentemos decifrá-la, para entender bem seu recado.
Sua jogada estratégica começou pela escolha do nome. Foi sua primeira decisão, depois de ter aceito sua eleição. Isto mostra que desde o seu primeiro momento como novo Bispo de Roma, foi logo traçando um rumo para a missão que acabava de abraçar.
Tendo São Francisco como referência, e como escudo para neutralizar possíveis resistências, foi colecionando gestos e palavras que foram cimentando as primeiras impressões positivas a respeito de sua pessoa e de suas intenções.
(…)
João XXIII teve a grande oportunidade de convocar um Concílio, para o qual canalizou as simpatias pessoais que ele tinha angariado, convocando a todos para o grande mutirão em que se constituiu o Concílio [Vaticano II].
Qual será o novo mutirão que o Papa Francisco vai desencadear, para justificar as grandes esperanças que ele despertou com sua insistente convocação nestes dias de Semana Santa?
Depois da Páscoa, a Igreja leva sua fé para o cotidiano da vida. Depois dos gestos e das palavras animadoras, o Papa Francisco precisa tomar suas primeiras iniciativas práticas.
Como pediu nossas orações, não lhe faltará nosso apoio para implementar suas decisões”.
Leia o texto completo de O papa e a páscoa, publicado por Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales, SP, na Adital em 28/03/2013. Também aqui.