Artigo de Israel Finkelstein, Ido Koch e Oded Lipschits, da Universidade de Tel Aviv, Israel, sobre o espinhoso problema arqueológico de Jerusalém na Idade do Ferro.
Problema complexo mesmo, pois escavações em grande escala no Monte do Templo não são possíveis. Eles defendem, no artigo, que Jerusalém, entre os séculos X e VIII AEC e, depois, na Época Helenística (a partir do século IV AEC) era um pequeno povoado, mas hoje difícil de ser explorado, pois ficava no que chamamos de Monte do Templo e cujos vestígios foram destruídos por Herodes Magno (37-4 AEC) quando este mandou construir a grande esplanada no local.
O artigo, que foi publicado em The Journal of Hebrew Scriptures, – Volume 11, Article 12, em 2011, é:
FINKELSTEIN, I; KOCH, I.; LIPSCHITS, O. The Mound on the Mount: A Possible Solution to the Problem with Jerusalem
Diz o abstract:
Following Knauf’s suggestion (2000), the article raises the possibility that in most periods in the second and first millennia BCE the main built-up area of Jerusalem was limited to a mound on the Temple Mount. This mound, which may have covered an area of five hectares and more, was boxed-in under the Herodian platform. At these periods activity in the City of David ridge was restricted to the area near the Gihon spring. In the Iron IIB and late Hellenistic Periods the fortified settlement expanded simultaneously to both the City of David ridge and the southwestern hill. In these two periods there was no need to fortify the western side of the City of David, as this line ran in the middle of the city.
Ou seja: seguindo a sugestão de Ernst Axel Knauf, da Universidade de Berna, Suíça [2000: Jerusalem in the Late Bronze and Early Iron Ages: A Proposal. Tel Aviv 27: 75–90], o artigo levanta a possibilidade de que na maior parte dos segundo e primeiro milênios AEC a principal área construída de Jerusalém se limitava a uma colina no Monte do Templo. Esta área, que pode ter coberto pouco mais de cinco hectares, está sob a esplanada construída por Herodes. Nestes períodos, vida ativa poderia ser detectada na área próxima da fonte Gihon. No Idade do Ferro IIB [X-VIII séculos AEC] e na Era Helenística o povoado fortificado se expandiu simultaneamente para a Cidade de Davi e para o cume da colina sudoeste. Nestes dois períodos não havia necessidade de fortificar o lado ocidental da Cidade de Davi [os autores estão usando o termo “cidade de Davi” em seu significado arqueológico mais comum: that is, the ridge to the south of the Temple Mount and west of the Kidron Valley, also known as the southeastern hill].
O artigo explica ainda que não há solução definitiva para o caso, e o que os autores querem é apenas colocar a sua proposta em debate:
The theory of “the mound on the Mount” cannot be proven without excavations on the Temple Mount or its eastern slope — something that is not feasible in the foreseen future. Indeed, Na’aman (1996: 18-19) stated that since “the area of Jerusalem’s public buildings is under the Temple Mount and cannot be examined, the most important area for investigation, and the one to which the biblical histories of David and Solomon mainly refer, remains terra incognita”, and Knauf (2000: 87) maintained that “Abdi-Khepa’s and David’s Jerusalem lies buried under the Herodian through-Islamic structures of the Temple Mount, thus formulating a hypothesis which cannot be tested or refuted archaeologically.” We too regard our reconstruction below as no more than a hypothesis. In other words, for clear reasons — the inability to check our hypothesis in the field — we cannot present a well-based solution for the “problem with Jerusalem.” Rather, our goal in this paper is to put this theory on the table of scholarly discussion.