Uma leitura teológica do que acontece no Egito hoje

O jesuíta egípcio Henri Boulad viveu de perto a reviravolta, a grande revolução que sacudiu as bases políticas e sociais do seu país. Bases estas que não se moviam há mais de 30 anos, sob a ditadura de Hosni Mubarak. Um “sismo”, como afirma, que continua repercutindo em toda a região. Boulad analisa a revolução sociopolítica egípcia e a chamada “primavera árabe” a partir do ponto de vista de um cidadão comum e católico melquita, em um país, de um lado, com minoria cristã e que, de outro, até pouco tempo impedia qualquer manifestação civil. Mas Boulad não teme revoluções: diante dos desafios do ambiente digital, esse jesuíta de 80 anos mantém atualizada uma página pessoal no Facebook e uma conta no site de compartilhamento de vídeos Vimeo, para manter-se assim em contato com os jovens, tão lembrados em suas respostas E esta entrevista, concedida por e-mail à IHU On-Line, foi inicialmente pensada para ser gravada pelo Skype, por sugestão do próprio entrevistado.

Em outros campos, além disso, Boulad também pede e luta por uma revolução: na Igreja, por exemplo. Em 2007, ele escreveu uma carta aberta ao Papa Bento XVI, na qual pedia uma mudança na Igreja Católica, por meio de uma reforma catequética, teológica, pastoral e espiritual, sugerindo a convocação de um Sínodo Geral com a participação de todos os cristãos, católicos ou não, leigos e clérigos, para analisar os pontos críticos da Igreja.

Henri Boulad é padre jesuíta egípcio-libanês do rito greco-católico melquita. Doutor em psicologia, é ex-diretor do Collège de la Sainte-Famille, conhecido como Colégio dos Jesuítas, no Cairo, Egito, e ex-superior dos jesuítas de Alexandria, no Egito. De 1984 a 1995, foi diretor da Cáritas Egito. E, entre 1991 e 1995, foi vice-presidente da Cáritas Internacional para a África e o Oriente Médio. Boulad tem mais de 30 obras publicadas em 15 idiomas, especialmente francês, árabe, húngaro e alemão. Em português, publicou Deus e o Mistério do Tempo (Loyola, 2006) e O Homem Diante da Liberdade (Loyola, 1994).

Leia a entrevista publicada por Notícias: IHU On-Line em 03/05/2011:

A revanche da história: uma interpretação teológica da Primavera Árabe. Entrevista especial com Henri Boulad

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