Todos os meses, mais evidência acumula-se, sugerindo que comentários, tópicos e fóruns de internet estão sendo tomados por pessoas que não são exatamente o que parecem ser. O anonimato da rede garante a companhias e governos uma oportunidade de ouro para executar operações de astroturf(*): falsas campanhas populares que criam a impressão de que um grande grupo de pessoas está defendendo ou se opondo a alguma política em particular. Essa artimanha está mais propensa a acontecer quando os interesses das companhias ou dos governos estão em conflitos com os do público (…) Depois da última vez que escrevi sobre astroturfing, em dezembro, uma fonte disposta a contar detalhes entrou em contato comigo. Ele fazia parte de um time encarregado de infestar fóruns e tópicos de discussão na internet em favor de clientes corporativos, promovendo suas causas e discutindo com quem se opusesse. Como o resto da equipe, ele se passava por um cidadão comum, sem interesses particulares no assunto. Ou, para ser mais exato, como algumas dezenas de cidadãos comuns, sem interesses particulares no assunto: ele usava 70 perfis, para evitar ser desmascarado e criar a impressão de amplo apoio ao seu argumento pró-corporativo…
Quem escreve é George Monbiot em seu blog no jornal britânico The Guardian. O texto foi traduzido e publicado por Carta Maior em 26/02/2011.
Leia o artigo completo.
O texto original, publicado no dia 23/02/2011 em George Monbiot’s Blog, começa assim:
The need to protect the internet from ‘astroturfing’ grows ever more urgent
Every month more evidence piles up, suggesting that online comment threads and forums are being hijacked by people who aren’t what they seem. The anonymity of the web gives companies and governments golden opportunities to run astroturf operations: fake grassroots campaigns that create the impression that large numbers of people are demanding or opposing particular policies. This deception is most likely to occur where the interests of companies or governments come into conflict with the interests of the public (…) After I wrote about online astroturfing in December, I was contacted by a whistleblower. He was part of a commercial team employed to infest internet forums and comment threads on behalf of corporate clients, promoting their causes and arguing with anyone who opposed them. Like the other members of the team, he posed as a disinterested member of the public. Or, to be more accurate, as a crowd of disinterested members of the public: he used 70 personas, both to avoid detection and to create the impression there was widespread support for his pro-corporate arguments…
(*) A expressão “astroturfing” é aqui usada em oposição a “grassroots movements”, que na língua inglesa se refere aos movimentos políticos e sociais que tem alguma base de apoio popular. Sendo “grassroots”, na tradução literal, as “raízes da grama”. E AstroTurf, a marca de uma grama sintética comercializada nos EUA.