Livro de Larry W. Hurtado foi reeditado

HURTADO, L. W. One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism. 3. ed. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 288 p. – ISBN 9780567657718.

Larry W. Hurtado, One God, One Lord

Em seu blog, Larry W. Hurtado escreveu em 19.08.2015:

The major addition to this edition is a 53-page Epilogue, in  which I first explain briefly how the book arose (key influences, etc.), and how it fits into the research program in which it was an early and important step, and then I spend most of the Epilogue underscoring major results argued for in the book and discussing the “Ongoing Debate,” that is, how scholarly discussion has proceeded since the book’s appearance in 1988 (and especially since the 1998 2nd edition).

I can’t claim to have read or referenced everything that may have been published on the broader clutch of topics and questions involved in what is typically called the origins and early development of “Christology.” Instead, I’ve aimed to note and discuss briefly what seem to me important works that more specifically engage the questions and major areas of focus in the book.

Livros de Davies e Lemche sobre História de Israel

Dois clássicos reeditados e um novo.

DAVIES, P. R. In Search of ‘Ancient Israel’: A Study in Biblical Origins. 2. ed. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 192 p. – ISBN  9780567662972.

Davies, In Search of 'Ancient Israel': A Study in Biblical Origins

DAVIES, P. R. The History of Ancient Israel: A Guide for the Perplexed. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 200 p. – ISBN 9780567655851.

Davies, The History of Ancient Israel: A Guide for the Perplexed

LEMCHE, N. P. Ancient Israel: A New History of Israel. 2. ed. London: Bloomsbury T & T Clark, 2015, 296 p. – ISBN 9780567662781.

Lemche, Ancient Israel: A New History of Israel

Leia artigos dos dois autores sobre os 2 livros reeditados (In Search of ‘Ancient Israel’ e Ancient Israel: A New History of Israel)  e também sobre o novo (The History of Ancient Israel) em The Bible and Interpretation:

:: A Guide for the Perplexed – Philip R. Davies – November 2015
What makes me a disciple of von Rad is that for me too the stories count for more than the “facts”. I have no commitment to “scripture”, but if I want to understand “ancient Israelites” or any other human groups or individuals from the past, I will do so better by coming to terms with what they thought about the past than what had actually transpired. If, as I think was most often the case, the writers of these biblical stories did not actually know what had happened, then the actual events have a restricted relevance to them: it would have made no difference to these writers whether what they narrated had happened or not.

:: Ancient Israel: A New History of Israel: Thoughts about a reissue – Niels Peter Lemche – November 2015
“In any case, I firmly believe that by the beginning of the twenty-second century, the Minimalists will be remembered and respected as worthy exemplars and forebears of the best current thought” (Sara Mandell).

Teólogos divulgam carta de apoio a Francisco

Teólogos querem fortalecer apoio ao Papa Francisco contra oposição da Cúria conservadora – Cristina Fontenele –  Adital: 11/11/2015

Em carta aberta de apoio ao Papa Francisco, teólogos/as de todo o mundo se dizem “perplexos” com a oposição de alguns cardeais ao modo de Francisco conduzir o Sínodo e a Igreja. Tais grupos estariam postulando uma volta ao “modelo de Igreja do passado”, em uma espécie de campanha mundial contra o Sumo Pontífice, especialmente dentro da Cúria Romana. O principal objetivo é desestabilizar o modo de ser Papa, “despojado dos símbolos de poder”. Aderiram à carta cerca de 300 pessoas do Brasil, de toda América Latina, Caribe e representantes da Europa, do Canadá e dos Estados Unidos (…)

O texto foi apresentado pelo teólogo brasileiro Leonardo Boff durante o II Congresso Continental de Teologia, realizado de 26 a 30 de outubro, em Belo Horizonte (Estado de Minas Gerais), pela rede Ameríndia. Em entrevista à Adital, Boff explica que 15 dias antes do Congresso ele estava em Roma, onde teve a oportunidade de conversar com o embaixador argentino junto a Santa Sé, muito próximo ao Papa.

Boff teria, então, recebido um pedido pessoal do Papa para apoiá-lo na defesa contra as agressões que estaria sofrendo a partir de duas frentes – internamente, pelas oposições de bispos, da Cúria Romana, inclusive, com difamações; e externamente, por grupos de leigos conservadores, pessoas que o consideram, como os Estados Unidos, um comunista, marxista, porque ele exige transformações na economia, na política, na defesa dos pobres.

“Ele está numa situação altamente crítica e pediu o apoio dos cristãos e das pessoas do mundo inteiro, de boa vontade, interessadas no bem na humanidade, para que deem apoio explícito a ele.”, revela Boff. Segundo o teólogo, o objetivo é lançar a carta nas grandes mídias mundiais, para que do mundo inteiro as pessoas possam subscreverem o documento. O texto já foi traduzido para seis idiomas: português, espanhol, alemão, inglês, francês e italiano.

Leia a carta aqui.

Leia Mais:
II Congresso Continental de Teologia

Sítios arqueológicos do ANE no Google Earth

Veja ANE Placemarks for Google Earth.

ANE.kmz funciona com o Google Earth, que deve ser baixado. Quando aberto dentro do Google Earth, o ANE.kmz apresenta, à esquerda, uma lista alfabética de sítios antigos e, à direita, na foto de satélite os mesmos sítios assinalados. No momento, existem cerca de 2.500 sites com nomes modernos; entre eles, cerca de 400 têm nomes antigos. Adições de mais sites estão planejadas.

ANE.kmz works with Google Earth, which has to be downloaded. When opened inside Google Earth, ANE.kmz gives, to the left, an alphabetic list of ancient sites and, to the right, on the satellite photo the same sites marked. For the moment, there are some 2500 sites with modern names; among them some 400 have ancient names. Additions of more sites are planned.

Israel Finkelstein fala sobre as origens de Israel

Demorei para ver, mas quando Israel Finkelstein esteve no Brasil, em outubro de 2015, ele deu uma entrevista para Reinaldo José Lopes, que a publicou na Folha de S. Paulo em 19/10/2015.

Leia:

Mudanças ambientais podem explicar o surgimento do povo israelita

Amostras de pólen obtidas no leito do mar da Galileia e do mar Morto podem ser a pista que faltava para explicar como surgiu o povo israelita, cuja religião deu origem aoIsrael Finkelstein judaísmo e ao cristianismo.

Segundo pesquisadores israelenses, os dados sugerem que, a partir de 1250 a.C., várias ondas prolongadas de seca devastaram a Terra Santa ao longo de um século e meio, fazendo com que bandos de refugiados fundassem novas comunidades na zona montanhosa da região. Esses novos vilarejos acabariam levando à formação dos antigos reinos de Israel e Judá.

Um dos que propõem essa tese é o arqueólogo Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv. O trabalho dele tem ajudado a repensar a relação entre os relatos da Bíblia, de um lado, e os dados históricos e arqueológicos, de outro.

Finkelstein conversou com a Folha durante sua visita ao Brasil na primeira semana de outubro, quando participou de conferências organizadas pela Universidade Metodista de São Paulo e pela Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica.

 

Resolução

“O grande diferencial desse nosso novo trabalho é a resolução”, explica o arqueólogo. “Normalmente as amostras possuem uma resolução de uns 200 anos por camada. Nós conseguimos obter dados detalhados que se referem apenas à transição entre a Idade do Bronze e a Idade do Ferro [grosso modo, entre 1300 a.C. e 1000 a.C.], com resolução de 25 anos a 40 anos.”

São dados, portanto, que funcionam como uma espécie de cápsula do tempo. Conforme o pólen ia sendo depositado no fundo do mar da Galileia e do mar Morto, numa ordem que vai do mais antigo ao mais recente, ele passou a formar um registro das mudanças ambientais pelas quais o Oriente Médio estava passando ao longo das décadas.

A análise do pólen permite determinar tanto o tipo quanto a quantidade de vegetação que existia no entorno desses corpos d’água (apesar do apelido de “mar”, eles não passam de grandes lagos). E foi assim que Finkelstein e seus colegas arqueobotânicos (que estudam as plantas do passado) acharam indícios de secas prolongadas numa região que já não é célebre pela abundância de água. Uma palavra resume as consequências das ondas de secura: caos.

Como os arqueólogos já sabiam, entre 1250 a.C. e 1100 a.C. os grandes impérios do Mediterrâneo na Idade do Bronze entram em colapso. Deixam de existir o Império Hitita, na atual Turquia, os reinos micênicos, na atual Grécia, e até o poderoso Egito mal consegue escapar.

Antes da catástrofe, os faraós dominavam todo o atual território israelense, palestino e libanês, além de vastas áreas da Síria e da Jordânia modernas.

Tudo indica que as alterações climáticas geraram tanto rebeliões internas (muito provavelmente ligadas às colheitas que não estavam vingando) quanto estimularam o ataque de tribos bárbaras (e famintas) às cidades do Oriente Médio.

“A ideia é que isso desestabilizou totalmente tanto as populações que viviam em áreas de estepe, a leste do rio Jordão, quanto muitos dos moradores das cidades-Estado do litoral”, conta Finkelstein. De quebra, algumas dessas cidades estavam sendo atacadas e destruídas por invasores, como os filisteus.

A região montanhosa no centro da Terra Santa, hoje correspondente, grosso modo, à Cisjordânia, era o lugar ideal para fugir do caos e da fome porque era uma área pouco povoada na época, além de relativamente fértil e não tão seca quanto outras áreas da vizinhança.

De fato, nas fases finais do colapso dos impérios da Idade do Bronze, é ali que começam a pipocar centenas de vilarejos rurais, com localizações associadas ao que seria, segundo a Bíblia, o território original das tribos israelitas.

Segundo esse cenário, hoje aceito pela maioria dos arqueólogos, o povo de Israel teria surgido dentro da própria Terra Santa (ou Canaã, como era conhecida na Antiguidade), como uma espécie de dissidência dos moradores originais da região, os cananeus.

Argumentos em favor dessa ideia são o fato de que os artefatos dos primeiros vilarejos da região montanhosa são quase idênticos aos dos cananeus que viveram antes ali, além do detalhe de que o hebraico é um dialeto cananeu, muito próximo do fenício (que era falado no atual Líbano).

Ou seja, tanto o êxodo liderado por Moisés quanto a conquista de Canaã liderada por Josué seriam quase totalmente lendários.

 

Cadê o Salomão?

Finkelstein também defendeu outra de suas ideias polêmicas que tem ganhado cada vez mais aceitação entre os pesquisadores: a de que as narrativas sobre um glorioso “Reino Unido” israelita, governado inicialmente por David e depois por seu filho Salomão, também é lendária.

O arqueólogo diz que David e Salomão provavelmente são personagens reais, mas que seus feitos foram muito exagerados por seus descendentes como forma de fortalecer os interesses políticos da monarquia de Jerusalém.

“Certamente havia um pequeno núcleo urbano em Jerusalém na época deles [entre 1000 a.C. e 930 a.C.], mas os dois não passavam de chefes militares tribais”, argumenta o pesquisador.

Os críticos do trabalho do pesquisador afirmam que ele ignora dados que indicariam a presença de um Estado centralizado na antiga capital de Judá durante a era salomônica.

“O problema de Jerusalém, na minha opinião, é que o núcleo mais antigo da cidade não está na chamada Cidade de David, onde as pessoas conseguem escavar hoje, mas na região do Templo, hoje ocupada pelo Domo da Rocha”, diz Finkelstein.

Como se trata de uma das áreas mais sagradas do islamismo, é improvável que os arqueólogos recebam permissão para escavar lá algum dia, afirma ele.

Leia Mais:
Israel Finkelstein: uso três importantes chapéus

Estudo de Roland Boer sobre a economia do antigo Israel

Um elogiado estudo sobre a economia do antigo Israel. Parece ser algo denso e sólido. E que deve ir muito além dos costumeiros estudos na área.

BOER, R. The Sacred Economy of Ancient Israel. Louisville: Westminster John Knox Press, 2015, 570 p. – ISBN 9780664259662.BOER, R. The Sacred Economy of Ancient Israel. Louisville: Westminster John Knox Press, 2015

Diz a editora:

The Sacred Economy of Ancient Israel offers a new reconstruction of the economic context of the Bible and of ancient Israel. It argues that the key to ancient economies is with those who worked on the land rather than in intermittent and relatively weak kingdoms and empires. Drawing on sophisticated economic theory (especially the Régulation School) and textual and archaeological resources, Roland Boer makes it clear that economic “crisis” was the norm and that economics is always socially determined. He examines three economic layers: the building blocks (five institutional forms: subsistence survival, kinship-household, patronage, estates, and tribute-exchange), periods of relative stability (three regimes: the subsistence regime, the palatine regime, and the regime of plunder), and the overarching mode of production. Ultimately, the most resilient of all the regimes was subsistence survival, for which the regular collapse of kingdoms and empires was a blessing rather than a curse. Students will come away with a clear understanding of the dynamics of the economy of ancient Israel. Boer’s volume should become a new benchmark for future studies.

A economia sagrada do antigo Israel oferece uma nova reconstrução do contexto econômico da Bíblia e do antigo Israel. O estudo argumenta que a chave para as economias antigas está com aqueles que trabalhavam a terra e não em reinos e impérios intermitentes e relativamente fracos.

Com base em sofisticada teoria econômica (especialmente a escola da regulação, em francês: l’école de la régulation) e recursos textuais e arqueológicos, Roland Boer deixa claro que a “crise”  econômica era a norma e que a economia é sempre socialmente determinada.

Ele examina três camadas econômicas: blocos de construção (cinco formas institucionais: economia de subsistência, parentesco, clientelismo, propriedades e troca de tributo), períodos de relativa estabilidade (três regimes: o regime de subsistência, o regime palatino e o regime de pilhagem), e o abrangente modo de produção.

Em última análise, o mais resistente de todos os regimes era a economia de subsistência, para a qual o colapso regular de reinos e impérios era uma bênção e não uma maldição.

O autor usa, principalmente, três pilares teóricos: a escola da regulação francesa, as pesquisas marxistas da era soviética e os estudos de Mario Liverani.

Os leitores vão obter deste estudo uma compreensão clara da dinâmica da economia do antigo Israel. O volume de Boer deve tornar-se um novo ponto de referência para estudos futuros.

Sumário:

Chronologies

Introduction: On Economics and the Ancient World

Chapter 1: The Question of Theory

Chapter 2: Of Bread, Beer, and Four-Legged Friends

Chapter 3: Clans, Households, and Patrons

Chapter 4: Feeding the Nonproducers, or, (E)states

Chapter 5: The Many Faces of Plunder, or, Tribute-Exchange

Chapter 6: Spiral of Crises

Conclusion: A Subsistence Regime for Today?

Excursuses

Glossary

Bibliography

Na página da editora, vejo muitos elogios ao estudo de Roland Boer, como:

“This is a remarkable book. It is a brilliant analysis of ancient Israel in its broader historical context. Boer has a more profound and extensive knowledge of the ancient economy than any other scholar working on the ancient world…”. – Richard A. Horsley, Distinguished Professor Emeritus of Liberal Arts and the Study of Religion, University of Massachusetts.

“Marxism as a practical political ideology may have lost its momentum, but Marxism as an analytical method has not. Rather, this method is very precise and produces surprising results. Roland Boer’s study is a fine example of what can be achieved by a consequent use of this method. Boer distinguishes between two societal systems in the ancient Near East: the subsistence survival strategy in its various forms and extractive regimes such as states. Thus he has authored a highly readable new kind of book about the society of ancient Israel and its economic forces”. – Niels Peter Lemche, Professor Emeritus, Department of Biblical Exegesis, University of Copenhagen.

“Boer’s growing corpus of critical work has not received nearly the attention that it merits. With this book Boer establishes himself as a front-line critical scholar whose work will be an inescapable reference point for future work. This courageous book is nothing short of a tour de force in which Boer probes the economic organization, structure, practice, and resources of the Near East and ancient Israel as a sub-set of that culture. (…) It is impossible to overstate the importance of this book and the sheer erudition that has made it possible. Boer’s patient attention to detail, his mastery of a huge critical literature, and the daring of his interpretive capacity combine to make this book a ‘must’ for any who want to probe the economic sub-structure of biblical faith and the culture that was its environment”. – Walter Brueggemann, William Marcellus McPheeters Professor Emeritus of Old Testament, Columbia Theological Seminary.

Roland Boer is Professor of Literary Theory at Renmin (People’s) University of China, Beijing, and Research Professor in Religious Thought at the University of Newcastle, Australia.

Leia mais aqui.

Resenhas na RBL – 02.10.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Jeff S. Anderson
The Blessing and the Curse: Trajectories in the Theology of the Old Testament
Reviewed by James K. Mead
Reviewed by Stephen Reed

Laurie Brink
Soldiers in Luke-Acts: Engaging, Contradicting, and Transcending the Stereotypes
Reviewed by Julia Snyder

Sebastian A. Carnazzo
Seeing Blood and Water: A Narrative-Critical Study of John 19:34
Reviewed by Daniel Frayer-Griggs

L. Juliana Claassens and Klaas Spronk, eds.
Fragile Dignity: Intercontextual Conversations on Scriptures, Family, and Violence
Reviewed by Deborah Ellens

Robert Gnuse
Misunderstood Stories: Theological Commentary on Genesis 1–11
Reviewed by Stephen Breck Reid

Jack R. Lundbom
Theology in Language, Rhetoric, and Beyond: Essays in Old and New Testament
Reviewed by Robert L. Foster

A. A. Macintosh and C. L. Engle
The T&T Clark Hebrew Primer
Reviewed by Stephen L. Herring

Richard C. Miller
Resurrection and Reception in Early Christianity
Reviewed by M. David Litwa

Charlie Trimm
“YHWH Fights for Them!”: The Divine Warrior in the Exodus Narrative
Reviewed by Benjamin D. Giffone

Lily C. Vuong
Gender and Purity in the Protevangelium of James
Reviewed by Janet Spittler

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog