Coronel Coleman pede desculpas pela destruição causada pelos invasores americanos à antiga Babilônia

O que se disse para a Babilônia da época de Nabucodonosor (séculos VII-VI a.C.), possivelmente com razão, continua, tristemente, a acontecer, sem razão, com a Babilônia do terceiro milênio d.C.: “A larga muralha da Babilônia será completamente arrasada e atearão fogo em suas altas portas. Assim em vão penam os povos e as nações se cansam para o fogo” (Jr 51,58).

Veja o relato da BBC, mas evite “a biscateação hermenêutica*” (veja no final do post o que é):

EUA pedem ‘desculpas’ pela destruição da Babilônia

Um oficial da marinha americana pediu “desculpas” pela destruição causada pelas tropas nos monumentos arqueológicos da Babilônia, no Iraque. Entre os vários danos, as tropas dos Estados Unidos asfaltaram largas áreas da cidade para fazer estacionamentos e um heliporto, destruíram pavimentos de cerca de dois mil anos com o peso dos veículos militares e fizeram barricadas enchendo sacos com material arqueológico. O teto de um edifício vizinho ao heliporto desmoronou em virtude da vibração causada pelos helicópteros. Os estragos causados pelas forças americanas levarão “décadas” para ser restaurados, segundo Donny George, diretor da entidade iraquiana encarregada de preservar monumentos históricos. Em entrevista à BBC, o coronel John Coleman admitiu os danos e pediu desculpas (cont.)

US marines offer Babylon apology

A senior US marine officer says he is willing to apologise for the damage caused by his troops to the ancient Iraqi site of Babylon. US forces built a helicopter pad on the ancient ruins and filled their sandbags with archaeological material in the months following the 2003 invasion. Colonel Coleman was chief of staff at Babylon when it was occupied by the First Marine Expeditionary Force (…) Col Coleman told the BBC that if the Iraqis wanted an apology for the destruction caused by his men he was willing to give one (cont.)

 

*Biscateação Hermenêutica ou Picaretagem Hermenêutica
“Por biscateação hermenêutica compreendemos a atitude, e a prática que lhe corresponde, consistindo em tirar da Escritura simplesmente o que reflete o próprio interesse, sem outra preocupação que de se servir dos textos bíblicos como peças destinadas a um projeto teórico ou prático preestabelecido”, explica BOFF, C. Teologia e Prática: Teologia do Político e suas mediações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1993, p. 245.

The Dead Sea Scrolls Electronic Library já pode ser encomendada na livraria Amazon

Como anunciado aqui, agora em abril sai A Biblioteca Eletrônica dos Manuscritos do Mar Morto. A livraria virtual Amazon.com avisa que esta preciosidade já pode ser encomendada. Mas o preço continua salgado…

Diz o e-mail da Amazon.com, recebido ontem:

Dear Amazon.com Customer: As someone who has purchased books by Emanuel Tov, you might like to know that The Dead Sea Scrolls Electronic Library will be released soon. You can pre-order your copy by following the link below: The Dead Sea Scrolls Electronic Library, by Emanuel Tov (Editor). Price: $279.00

Biblical Peoples and Ethnicity, por Ann Killebrew: há novidades neste estudo?

KILLEBREW, A. E. Biblical Peoples and Ethnicity: An Archaeological Study of Egyptians, Canaanites, Philistines, and Early Israel 1300-1100 B.C.E. Atlanta/Leiden: Society of Biblical Literature/Brill, 2005, xx + 362 p.



A apresentação do livro Povos Bíblicos e Etnicidade: Um estudo arqueológico de egípcios, cananeus, filisteus e do Israel primitivo entre 1300 e 1100 a.C. no site da editora Brill, diz o seguinte:

Ancient Israel did not emerge within a vacuum but rather came to exist alongside various peoples, including Canaanites, Egyptians, and Philistines. Indeed, Israel’s very proximity to these groups has made it difficult – until now – to distinguish the archaeological traces of early Israel and other contemporary groups. Through an analysis of the results from recent excavations in light of relevant historical and later biblical texts, this book proposes that it is possible to identify these peoples and trace culturally or ethnically defined boundaries in the archaeological record. Features of late second-millennium B.C.E. culture are critically examined in their historical and biblical contexts in order to define the complex social boundaries of the early Iron Age and reconstruct the diverse material world of these four peoples. Of particular value to scholars, archaeologists, and historians, this volume will also be a standard reference and resource for tudents and other readers interested in the emergence of early Israel.


Entretanto, duas resenhas publicadas pela Review of Biblical Literature no dia 8 de abril de 2006, escritas por Diana Edelman e Gerald Klingbeil, mostram que o livro de Killebrew, uma arqueóloga bem preparada, não trata, de fato, do caráter ou da qualidade étnica dos povos mencionados…

Mas faz uma síntese histórica bastante didática e… problemática! Pois, como diz Diana Edelman, da Universidade de Sheffield, Reino Unido, em sua resenha, o livro

does not elaborate on points enough to allow the reader to assess the strengths and weaknesses of given theories or textual and archaeological source material independently without going and reading all the original discussions, with the exception of the pottery sections.


Acrescentando que

There is no new contribution visible in this book. Killebrew seems to be unaware that her proposed “mixed multitude” theory for the origin of Israel was already suggested in 1986 by Max Miller in his history co-written with John Hayes, which is cited in the bibliography. The title of the volume suggests that the main focus of the investigation will be on ethnicity, yet this is not the case. The book reads more like a history than a study of ancient ethnicity…


Além disso, sustenta Edelman que

Killebrew has misunderstood the minimalist discussion concerning ancient Israel, incorrectly stating that some deny the existence of a historical Israel. She misses that they are addressing instead the fact that the Israel portrayed in the biblical texts is a literary creation and idealization that provides minimal reliable information about the actual Israel. It is interesting to note that she uses the term “biblical Israel” to designate the historical Israel, not seeing any distinction between the two, and accepts the view of Joshua-Judges as an origin story designed to create ethnic cohesion, yet also thinks such a story only was put into written form in the eighth–seventh century B.C.E. Her position on the amount of older, reliable source material is not developed, although she seems to think that some stories reflect events in the Late Bronze and Iron I period. Yet here again her criteria for dating the exodus tradition to the era of Ramesses II is weak…

O Professor Lawrence Schiffman opina sobre o Evangelho de Judas

Em The Jewish Week, Lawrence H. Schiffman – Edelman Professor of Hebrew and Judaic Studies and chair of the Skirball Department of Hebrew and Judaic Studies at New York University – escreve sobre o Evangelho Copta de Judas.

 

Judas, Reconsidered

Despite its alleged kosher certification of Judas Iscariot, the Gospel of Judas is part of a literature that represents a sort of alternative anti-Judaism to that which developed in the era of the Church Fathers. Much has been made of the fact that this text describes Judas as having been particularly close to Jesus, who revealed to him esoteric teachings. However, the content of this revelation is a series of Gnostic teachings that are totally at odds with Christianity as we know it (…)

The Gospel of Judas discovery may lead some to read the New Testament in a way that further reduces its anti-Judaism by interpreting Judas role as part of what Christians see as the divine plan. If so, this text will have turned out to be good for the Jews. Texts such as the Gospel of Judas can help to remind us of alternative explanations and guide us towards greater understanding, but they cannot be taken as the basis for any kind of historical understanding of the first century.

Los Libros Hacen Historia: la Feria Internacional del Libro de Buenos Aires

La Feria Internacional del Libro de Buenos Aires es una verdadera ciudad de libros, un catálogo nacional e internacional de industrias editoriales y una fiesta de la cultura. Es la muestra más importante de Latinoamérica y destacado referente a nivel mundial; convocando a más de un millón de asistentes. Del 17 de abril al 8 de mayo de 2006.



Folha Online: 11/04/2006 – 17h31

Brasil expõe 3,5 mil títulos em feira literária na Argentina

Cerca de 26 editoras brasileiras estarão neste ano na 32ª Feira do Livro de Buenos Aires, na Argentina. O evento acontece entre 17 de abril e 8 de maio (…) Com o lema “Os Livros Fazem História”, estima-se que 1,2 milhão de pessoas visitem a feira e participem das atividades culturais oferecidas por expositores de 32 países. Considerado um dos principais acontecimentos do mercado editorial na América Latina, o evento deverá reunir mais de 8 mil profissionais, entre eles editores, livreiros, bibliotecários, distribuidores e educadores de todo o mundo (cont.)

Cirque du Soleil chega ao Brasil com Saltimbanco

Cirque du Soleil chega ao Brasil com Saltimbanco, uma celebração da vida, antídoto contra nosso turbulento cotidiano

 

Cirque du Soleil vem ao Brasil em agosto

A trupe do Cirque du Soleil vem ao Brasil para temporadas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no segundo semestre de 2006. O espetáculo escolhido para o Cirque du Soleil - Saltimbancopúblico brasileiro é Saltimbanco, já visto por mais de 9 milhões de espectadores em 19 países, entre os quais Itália, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Austrália. A estreia na capital paulista está marcada para 3 de agosto. O anúncio aconteceu na manhã desta terça-feira em São Paulo. Fundado em 1984 por Guy Laliberté, na cidade de Quebec, Canadá, Cirque du Soleil é a companhia circense mais importante do mundo. Acordeonista, engolidor de fogo e acrobata, Laliberté reconheceu e recrutou jovens talentos para formar seu grupo, e desde o início estabeleceu como “marcas registradas” suas raízes culturais multiétnicas e a combinação harmoniosa de disciplinas artísticas e acrobáticas nas suas produções. “Saltimbanco” conta com 51 artistas, com idades que variam entre 10 e 46 anos. Para acomodar sua estrutura grandiosa – com mais de 100 toneladas de equipamento e um palco principal com 220 m2 – uma tenda foi especialmente concebida para a encenação. (…) Dirigido por Franco Dragone, o espetáculo é uma celebração da vida, criado com o propósito de se tornar um “antídoto” contra o cotidiano turbulento dos últimos anos (cont.)

Fonte: Folha Online – 11/04/2006

Leia Mais:
“Cirque du Soleil” encena os Beatles; CD será lançado
Segundo Guy Laliberté, os Beatles fizeram com palavras o que os membros do Cirque du Soleil fazem com imagens.

Milton Nascimento: principal expoente da particularidade da música de Minas Gerais

 

 

Músico denso, cantor único, autor de harmonias complexas e admirado por cantores e instrumentistas de jazz de todo o mundo, Milton é o principal expoente da particularidade da música de Minas Gerais – que nasce, segundo ele, da mistura da rica tradição das harmonias com as influências diferentes recebidas pelo Estado,

escreve na Folha Online, de 10/04/2006 – 11h03, Ronaldo Evangelista, em Milton Nascimento mostra sua intimidade com o jazz, a propósito do show do músico amanhã e depois, dias 11 e 12 de abril de 2006, em São Paulo.

Ora, por favor, como mineiro que sou, fascinado pelas músicas do Milton e apreciador do jazz, não consegui evitar esta postagem…

Everyone is busy writing about all the same news

Está postado hoje no Bloggers Blog:

The Internet as a Giant Headline Competition

Sometimes the Internet feels like a giant headline competition. Everyone is busy writing about all the same news and the winners are the ones that come up with the best headlines to attract readers and search bots. Unfortunately, this is partly true as a recent New York Times article reports (cont.)

Neste restinho de milênio não dá para fazer mais nada que seja humano?

The Iran Plans
Would President Bush go to war to stop Tehran from getting the bomb?

by Seymour M. Hersh – The New Yorker: Issue of 2006-04-17 – Posted 2006-04-10

The Bush Administration, while publicly advocating diplomacy in order to stop Iran from pursuing a nuclear weapon, has increased clandestine activities inside Iran and intensified planning for a possible major air attack. Current and former American military and intelligence officials said that Air Force planning groups are drawing up lists of targets, and teams of American combat troops have been ordered into Iran, under cover, to collect targeting data and to establish contact with anti-government ethnic-minority groups. The officials say that President Bush is determined to deny the Iranian regime the opportunity to begin a pilot program, planned for this spring, to enrich uranium (cont.)

 

Folha Online: 09/04/2006 – 04h20

EUA estariam planejando ataque contra Irã, diz “New Yorker”

da Ansa, em Teerã e Nova York

O governo norte-americano está preparando uma série de ataques contra as instalações nucleares iranianas de Natanz com o uso de armas nucleares, escreveu hoje a revista “New Yorker”. Uma equipe de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou hoje uma visita ao Irã. Até segunda-feira chegará em Teerã o diretor-geral da AIEA, Mohammed el Baradei, para “esclarecer” o que o organismo espera das autoridades iranianas. Segundo a publicação, que cita um ex-responsável dos serviços secretos, o presidente George Bush e outros funcionários da Casa Branca consideram o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, como um potencial Adolf Hitler.”Este é o nome que utilizam”, disse o artigo escrito pelo jornalista Seymour Hersh e que sairá na edição de segunda-feira. “A Casa Branca acredita que a única maneira de resolver o problema é mudar a estrutura de poder no Irã, e isso significa guerra”, disse à revista um conselheiro do Pentágono que manteve o anonimato. O ex-responsável dos serviços secretos descreve os preparativos como “enormes, febris e operativos” (cont.)

 

US dismisses Iran attack claims

BBC News: Last Updated: Monday, 10 April 2006, 12:00 GMT 13:00 UK

The US has rejected suggestions that it might be preparing to use nuclear weapons against targets in Iran. A report in The New Yorker magazine said the US was increasing planning for a possible air attack on Iranian nuclear facilities. It said one option being considered was a tactical nuclear strike against underground nuclear sites (cont.)