Por que Jesus é “Filho de Deus” para Marcos?

Uma curiosa solução para a caracterização de Jesus como “Filho de Deus” no Evangelho de Marcos foi apresentada por Michael Peppard, Professor de Teologia na Fordham University, New York.

Está em seu livro

The Son of God in the Roman World: Divine Sonship in its Social and Political Context. New York: Oxford University Press, 2012, 304 p. – ISBN 9780199933655.

Um artigo do autor sobre o tema pode ser lido na revista online The Bible and Interpretation:

Powerful Sons Were Adopted Sons: A Roman Imperial Perspective

Onde se diz:
To read Mark as having some general connection to Rome is not a novel idea, but new and surprising interpretations do emerge when specific aspects of Roman culture and ideology are emphasized. Through analysis of archaeological and textual remains, I argue that, whether located in Rome or elsewhere in the Empire, Mark’s narrative characterization of Jesus can be justifiably construed in the light of Roman imperial ideology. Regardless of exactly where Mark began to narrate the Son of God, he was doing so in the Empire governed by the other “god” and “son of god,” the emperor who had even begun to be worshipped by some in Palestine itself. 

Kevin Brown, do biblioblog Diglotting ficou entusiasmado com o livro:
This book is a great study. If you want to understand how Jesus is portrayed as the son of God in the Gospel of Mark and earliest Christianity, then forget the christological orthodoxy of Chalcedon, the philosophical foundations of Nicaea, the logos Christologies of John and Justin, and the virgin birth narratives of Matthew and Luke. Instead, read this book and be enlightened –  Review: The Son of God in the Roman World.

Li apenas o artigo. E achei a argumentação fraca.

Colóquio com Avraham Faust na Biblical Studies

A lista de discussão Biblical Studies vai promover, de 2 a 10 de dezembro de 2012, um debate com Avraham Faust, Professor de Arqueologia na Universidade Bar-Ilan, Israel, a propósito de seu livro

Judah in the Neo-Babylonian Period: The Archaeology of Desolation. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2012, 318 p. – ISBN 9781589836402.

Neste livro o autor argumenta – contrariando tendências recentes que dizem ser a terra vazia durante o exílio babilônico de Judá um mito – que tanto o espaço urbano quanto o rural ficaram desertos e desolados neste período, levando séculos para se recuperar…

The Babylonian conquest of Jerusalem in 586 B.C.E. was a watershed event in the history of Judah, the end of the monarchy and the beginning of the exilic period, during which many of the biblical texts were probably written. The conquest left clear archaeological marks on many sites in Judah, including Jerusalem, and the Bible records it as a traumatic event for the population. Less clear is the situation in Judah following the conquest, that is, in the sixth century, a period with archaeological remains the nature and significance of which are disputed. The traditional view is that the land was decimated and the population devastated. In the last two decades, archaeologists arguing that the land was not empty and that the exile had little impact on Judah’s rural sector have challenged this view. This volume examines the archaeological reality of Judah in the sixth century in order to shed new light on the debate. By expanding research into new avenues and examining new data, as well as by applying new methods to older data, the author arrives at fresh insights that support the traditional view of sixth-century Judah as a land whose population, both urban and rural, was devastated and whose recovery took centuries.

Avraham Faust is Professor of Archaeology at the Martin (Szusz) Department of Land of Israel Studies and Archaeology at Bar-Ilan University. He has published extensively on the archaeology and history of the Southern Levant with special emphasis on Iron Age Israelite society.

Mobilidade religiosa no Brasil

Um livro que merece atenção:

DE OLIVEIRA, P. A. R. ; DE MORI, G. (orgs.) Mobilidade religiosa: linguagens, juventude, política. São Paulo: Paulinas/Soter, 2012, 296 p. – ISBN 9788535632286.

Diante da recente divulgação do Novo Mapa Religioso Oficial do Brasil – Censo IBGE 2010, afloram novas questões que desafiam as Ciências da Religião e a Teologia a desenvolver chaves teóricas de leitura do processo de reconfiguração dos sistemas religiosos e do trânsito religioso que o acompanha: o que revelam esses dados? Como interpretar as linguagens daí decorrentes, bem como as novas formas de organização da pertença religiosa, seu maior ou menor grau de institucionalização, seu aporte à transformação social? Que influência essa massiva presença do religioso tem na formação de valores éticos e que relações estabelece com a política? Como os jovens se situam dentro desse processo de redesenho do panorama religioso nacional?

Interpretar a atual distribuição de afiliação religiosa do Brasil é um desafio, seja do ponto de vista da constatação quantitativa, seja de sua compreensão de fundo, um desafio a que se propôs um grupo de especialistas no livro Mobilidade religiosa – linguagens, juventude, política. Suas ideias são apresentadas não como pontos de chegada, mas, antes, como estímulo a que teólogos e cientistas da religião levem em conta ao pensar o impacto da articulação entre teologia e ciências da religião em nosso País. O resultado do Censo do IBGE revela que temos sob os olhos notáveis processos de recomposição e de inovações religiosas, como a Teologia da Libertação, a renovação carismática e o pentecostalismo, que põem em cheque a pertinência para a realidade brasileira atual de teorias elaboradas no contexto europeu do pós-guerra.

O título da obra, organizada por Pedro A. Ribeiro de Oliveira e Geraldo De Mori, foi tema do 25º Congresso da SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião). Ao escolhê-lo como eixo para 2012, a assembleia da SOTER apontou três tópicos em que ele ganha grande relevância na atualidade: as relações entre religião, política e cotidiano; a linguagem religiosa e espiritual, e sua hermenêutica; e o lugar da religião e da espiritualidade nas juventudes, tema que desperta cada vez maior atenção.

Política e Religião: barafunda paulistana 2012

Para acompanhar a barafunda entre política, religião e (interesses da) mídia, que está acontecendo, nestes dias, nas eleições municipais de São Paulo em 2012, uns bons links – para análise – podem ser encontrados aqui (é apenas uma busca em Notícias: IHU).

Quem achar “barafunda” termo inadequado, pode escolher outro aqui.

Colóquio com Jodi Magness na Biblical Studies

A lista de discussão Biblical Studies vai promover de 1 a 10 de novembro próximo um colóquio online com Jodi Magness, professora de Judaísmo Antigo na Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill, a propósito de seu livro

The Archaeology of the Holy Land: From the Destruction of Solomon’s Temple to the Muslim Conquest. New York: Cambridge University Press, 2012, 350 p. – ISBN 9780521124133.

Quem é Jodi Magness?

Diz Jim West:
I’m happy to announce that Jodi Magness has agreed to join us on the Biblical Studies List for a colloquium (discussion) on her just published volume, The Archaeology of the Holy Land: From the Destruction of Solomon’s Temple to the Muslim Conquest. Our discussion will take place November 1-10 and if you would like to take part, get the book, and read it. Then, when the time comes, you’ll have the opportunity to interact with Prof. Magness and other leading scholars on the contents. 

Os Moderadores da lista Biblical Studies são: Niels Peter Lemche (University of Copenhagen), Stephanie Louise Fisher (University of Nottingham), Emanuel Pfoh (National University of La Plata), Chris Tilling (St Mellitus College and St Paul’s Theological Centre), and Jim West (Quartz Hill School of Theology).

E assim vai ficando o não dito por dito

“Disse me disse” de Veja alimenta polêmica nos corredores do STF – Najla Passos: Carta Maior 17/09/2012
Marcos Valério continua negando, por intermédio do seu advogado, que tenha concedido entrevista à Veja. E desmente conteúdo que envolve o ex-presidente Lula com o chamado “mensalão”. Um repórter da revista, entretanto, garante que há uma gravação que comprova o contrário. O procurador-geral pede cautela quanto às declarações do empresário, mas a imprensa o pressiona por “providências”. Advogado diz que sócio de Valério nunca ouviu falar em envolvimento de Lula com o “valerioduto”. E ministro do STF diz, em off, que a repercussão, no julgamento, é nenhuma.

A guerra da Veja contra o retorno de Lula – Marco Aurélio Weissheimer: Carta Maior 16/09/2012
Do ponto de vista político, a pauta da Veja, já devidamente abraçada pela oposição ao governo federal, parece ter um objetivo claramente definido. No momento em que Lula começa a voltar aos palanques, nas campanhas das eleições municipais, e em que o STF começará a julgar os réus do chamado “núcleo político do mensalão”, a tentativa é de colar uma coisa na outra. Colunistas políticos repercutiram amplamente supostas declarações de Marcos Valério. “Nada impede que uma denúncia seja feita contra Lula mais adiante”, sugeriu Merval Pereira, de O Globo.

Sabidamente, temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo. Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada de Veja contra Lula (Leonardo Boff).

Carlinhos Cachoeira e seu ubíquo braço-direito, o araponga Dadá, não estão mais à solta para emprestar  artes e ofício às ‘reportagens’ e ‘denúncias’  programadas por ‘Veja’. Quase não se nota (…) O conservadorismo age como se não houvesse amanhã

Leia Mais:
Por que eles têm medo do Lula? – Emir Sader: Blog do Emir 17/09/2012