Jim West defende a necessidade dos biblioblogs

Jim West publicou recentemente um artigo na revista online The Bible and Interpretation: Blogging the Bible.

No qual ele justifica a afiliação dos biblioblogueiros como grupo à SBL, que criou neste ano a SBL Blogger and Online Publication Section. E onde faz um veemente apelo para que os biblistas criem biblioblogs e bloguem sobre a Bíblia, como uma das formas de enfrentar o forte fundamentalismo presente na Internet, informando corretamente as pessoas que não têm acesso aos estudos acadêmicos mais sofisticados.

Ele constata o avanço do fundamentalismo com as seguintes palavras:
Biblical scholarship is being hijacked by tech savvy fundamentalists who long since have made use of the internet in order to propagate their ideology. Just as archaeology has been taken over (in the public eye) by pseudo-archaeologists such as Jim Barfield and Simcha Jacobovici doing junk archaeology, so too the primary repositories of biblical scholarship are found among fundamentalists (and a simple googling of nearly any biblical book or personality will prove this point– the top hits are not exactly the most reliable). Scholars are once again lagging behind the curve. Ensconced in towers away from the masses of people who are interested in the Bible, scholars publish in journals that only specialists read, while the lay folk are left in the clutches of misinformation. And all the while, good scholarship actually is being disseminated to a wider public in only some far corners of the world. To put it bluntly, for too long scholars have turned their noses up at lay folk, and consequently they have not benefited from scholarly expertise. But now that situation can easily be corrected.

E aponta: Blogging the Bible is the best way for scholars to get scholarship to the mass of consumers.

Para dizer no final:
The internet isn’t a fad, and constructing an online presence will be, in the not too distant future, a requirement for all those wishing to propagate information. Blogging the Bible is no longer a fringe pastime for a few; it is a means by which scholars of repute and of no repute at all are sharing the field they love with others who also love it. Every biblical scholar ought to blog, because every blogger out there isn’t a biblical scholar.

2 comentários em “Jim West defende a necessidade dos biblioblogs”

  1. Mesmo dentro do campo dos estudos bíblicos técnicos, com ferramentas científicas, podemos ver nuances quanto a perspectivas teológicas e filosóficas dos estudiosos; se peneirarmos algumas vezes que vemos retóricas mais exaltadas ou exageradas, tanto de mais ortodoxos quanto mais heterodoxos, mais conservadores ou mais radicais, há algo de salutar nisso, pois instiga pesquisas, busca de quebrar ou firmar paradigmas, exploração de temas, e envolvimento e estímulo de estudantes. Claro que num campo que só pode ser considerado científico, com boa vontade, num sentido lato, e não stricto (embora se utilize de ciências stricto), com várias limitações metodológicas, o risco é de um excessivo enviezamento ou pré-condicionamento no exame das evidências, na formação conceitual ou de métodos, por parte de pesquisadores de quaisquer formação ou linha.
    Neste campo, como já escrevi, lida-se com variáveis, elementos e 'objetos' de estudo muito menos passivos de controle, sujeitos e mesmo requerentes de uma maior extrapolação. Com isso, o elemento de controle correspondente deve ser a lógica e análise retórica.
    Algo positivo que muitas vezes tem passado despercebido é que muitos estudantes têm furado o bloqueio das intimidações do fundamentalismo e se engajado no trabalho. Alguns atravessam crises de fé, como Bart Ehrman, outros, contudo, oferecem aportes positivos para a comunidade de fé dentro da tradição cristã, ao mesmo tempo se desvencilhando das cadeias fundamentalistas, ao mesmo tempo criticando injunções de linhas mais “heterodoxas” ou vulgarmente “liberais” sem contudo se firmar em algo eminentemente defensivo, mas contribuindo positivamente. No campo veterotestamentário, temos nomes antigos (sempre atuais) como Rolf Rendtorff, Claus Westermann, e mais novos como John H. Walton, Douglas Mangun, Richard H. Hess, Walter J. Houston, Daniel Carroll, Erhard Blum, e no campo dos estudos neotestamentários, gerações a partir de Martin Hengel e nomes hoje proeminentes como Larry Hurtado, N.T.Wright, Craig Keener, Darrel L. Bock, Luke Timothy Johnson, Richard Bauckham, Graham Stanton, etc., etc.
    Não cabe mais aqui entrar neste assunto, mas algo muito parecido ocorre no âmbito da teologia e ciências naturais, com a criação de cátedras e institutos para a interação fecunda e positiva, com nomes, dentre os que promovem, como John Polkinghorne, Ian Barbour, Alister MacGrath, Holmes Rolston, Ted Peters, John Houghton, Michael Heller, Nancey Murphy, etc.
    Nomes de diversas confissões cristãs.
    Isso, por si, já poderia servir de estímulo a gerações atuais no Brasil, para se engajarem e verem que não é por si só adentrar no mundo dos biblistas que produz “crise de fé”.

  2. Ainda podemos acrescentar, visto que as discussões aqui quanto a biblistas possuem nomes mais mencionados, nessas linhas é maior quanto ao N.T. do que no A.T. ou Bíblia Hebraica, considerando o respeito ao biblioblog do prof. Airton como dedicado especialmente a este tema, outros veterotestamentólogos que podemos acrescentar também ( corrigindo o nome de Richard S. Hess, de Denver), são John Currid, Norbert Lohfink, Ernest S. Frerichs, Leonard H. Lesko, Jr. Younger,Tryggve Mettinger, Erich Zenger, tendo também tantos outros bons nomes na América Latina.

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