Na realidade, o que acontece é que tudo o que houve durante e depois do Concílio preparou a Igreja, até certo ponto, para enfrentar as mudanças que se aceleravam cada vez mais. Independentemente de se aceitar ou não a pós-modernidade como etapa ou crítica da modernidade, o fato é que esta atinge todas as esferas da vida social. Literalmente põe em questão a forma de estar no mundo por parte das igrejas, não apenas a católica. Todas. Mesmo as oriundas historicamente da Reforma – que pode ser vista como a primeira “etapa” da Revolução Burguesa – não escapam ao desafio de recolocar-se no mundo atual. Sem o Concílio não estaríamos minimamente preparados para enfrentar os desafios éticos que as mudanças sociais colocam ao pensamento e ação dos cristãos. O clima de liberdade nos tempos de João XXIII e Paulo VI “prepararam”, até certo ponto, a Igreja Católica para enfrentar os desafios da realidade atual. Há muito de ingenuidade e, sobretudo, de má fé atribuir a eles os problemas vividos pela Igreja. Agora, não sei se é possível falar de renovação….”
Leia a entrevista feita pela IHU On-Line com Luiz Roberto Benedetti, sociólogo da religião, Doutor pela USP, Professor da PUC-Campinas, meu colega durante 27 anos na FTCR. Grande pesquisador. Meu amigo.