Gustavo Gutiérrez, o pai da teologia da libertação
Ele avançou um pouco cansado, apoiou na mesa a sua bengala preta que ele nunca abandona, e se sentou. De passagem por Paris, por ocasião do 50º aniversário do Comitê Episcopal França-América Latina (Cefal), Gustavo Gutiérrez, considerado o “pai” da teologia da libertação, já se encontrou com missionários, estudantes e professores do Institut Catholique de Paris, responsáveis pelo Secours Catholique, parceiro do CCFD [Comitê Católico contra a Fome e pelo Desenvolvimento]. Na manhã do dia 24, na sala da casa provincial dos sulpicianos onde ele se hospedava, ele evocou de novo aquela teologia que marcou profundamente a Igreja latino-americana. Falar de si mesmo não é um de seus hábitos. Mas, nessa manhã em que a primavera [europeia] clareava as velhas paredes da sala, esse pequeno homem, simples, amável, aceitava fazer o relato da sua vida. O encontro durou quase três horas. Também poderia ter continuado. Gustavo Gutiérrez não estava mais cansado. Ele nasceu em Lima, no Peru. Com apenas 12, por causa de uma osteomielite, ficou preso à cama durante vários anos. “Não havia antibióticos. Eu era aluno dos Irmãos Maristas. Tive que abandonar a escola”. Estudava em casa, jogava xadrez, lia. “Meu pai era um grande leitor”, lembra. “Seguramente, ele me influenciou. Dele também herdei o senso de humor, que ele sempre mostrava, apesar das nossas dificuldades”. Aos 15 anos…
Leia o texto completo em Notícias IHU: 04/04/2012
Gustavo Gutiérrez, père de la théologie de la libération
Il s’est avancé, un peu las, un peu ailleurs, a posé sur un coin de table sa canne noire qui ne le quitte pas, s’est assis. De passage à Paris à l’occasion des cinquante ans du Comité épiscopal France-Amérique latine (CEFAL), Gustavo Gutiérrez, considéré comme le «père» de la théologie de la libération, a déjà rencontré des missionnaires, des étudiants et des professeurs de l’Institut catholique de Paris, des responsables du Secours catholique, des partenaires du CCFD. Ce matin, dans le grand salon de la maison provinciale des Sulpiciens où il séjourne, il évoque à nouveau cette théologie qui a profondément marqué l’Église latino-américaine. En revanche, parler de lui n’est pas dans ses habitudes. Pourtant, en cette matinée où le printemps éclaire les murs vieillots de la pièce, ce petit homme simple et attachant accepte de faire le récit de sa vie. La rencontre a duré près de trois heures. Elle aurait pu se poursuivre. Gustavo Gutiérrez n’était plus fatigué. Né à Lima (Pérou), il a tout juste 12 ans lorsqu’une ostéomyélite le cloue au lit plusieurs années. «Il n’y avait pas d’antibiotiques. J’étais élève chez les frères maristes. J’ai dû quitter l’école.» Il étudie à la maison, joue aux échecs, lit. « Mon père était un grand lecteur , se souvient-il. Il m’a sans doute influencé. Je dois également tenir de lui pour le sens de l’humour dont il faisait toujours preuve malgré nos difficultés.» À 15 ans…
Lei o texto completo em La Croix: 23/03/2012