O Mito das Doze Tribos de Israel estuda a história das reivindicações de uma identidade israelita como um fenômeno histórico contínuo desde os tempos bíblicos até o presente.
Ao tratar os relatos da Bíblia hebraica sobre Israel como um dos muitos esforços para construir uma história israelita, em vez de material de origem para lendas posteriores, Andrew Tobolowsky traz uma abordagem comparativa de longo prazo para histórias “israelitas” bíblicas e não bíblicas.
No processo, ele lança uma nova luz sobre como a estrutura da tradição das doze tribos permite a criação de tantas visões diferentes de Israel e gera novas questões: como podemos explicar o poder duradouro do mito das doze tribos de Israel? Como funciona “tornar-se Israel”, por que se tornou tão popular e como mudou com o tempo? Finalmente, o que a mudança de forma do próprio Israel pode revelar sobre aqueles que o reivindicaram?
The Myth of the Twelve Tribes of Israel is the first study to treat the history of claims to an Israelite identity as an ongoing historical phenomenon from biblical times to the present. By treating the Hebrew Bible’s accounts of Israel as one of many efforts to construct an Israelite history, rather than source material for later legends, Andrew Tobolowsky brings a long-term comparative approach to biblical and non-biblical “Israelite” histories. In the process, he sheds new light on how the structure of the twelve tribes tradition enables the creation of so many different visions of Israel, and generates new questions: How can we explain the enduring power of the myth of the twelve tribes of Israel? How does “becoming Israel” work, why has it proven so popular, and how did it change over time? Finally, what can the changing shape of Israel itself reveal about those who claimed it?
Andrew Tobolowsky is Associate Professor in the Department of Religious Studies at College of William and Mary in Williamsburg, Virginia, USA.
SCRENOCK, J. with Vladimir Olivero A Grammar of Ugaritic. Atlanta: SBL Press, 2022, 236 p. – ISBN 9781628374513.
Quando eu, John Screnock, comecei a lecionar em Oxford em 2015, usei uma abordagem comumente empregada em aulas de ugarítico: começamos a ler textos desde o primeiro dia, aprendendo a gramática indutivamente. Apenas os experientes hebraístas e assiriólogos sobreviveram até o final do primeiro período de oito semanas.
Percebi logo no primeiro semestre que meus alunos precisavam de um recurso melhor para seu primeiro contato com o idioma – uma gramática do primeiro ano do ugarítico adequada para um público mais amplo.
Nos anos seguintes, desenvolvi a gramática atual, com o objetivo de reter todos os alunos de Oxford que desejassem aprender o ugarítico – graduados e graduandos, egiptólogos, classicistas, arqueólogos, linguistas, arabistas, hebraístas, assiriólogos, teólogos e até mesmo estudantes que estudam disciplinas como filosofia e economia.
Vladimir Olivero foi aluno da turma onde experimentei os capítulos iniciais; ele logo se tornou um coprofessor e colaborador de confiança, que ajudou a aprimorar as lições e os exercícios.
Para ser claro, nossa gramática não deve ser fácil. Destina-se a estudantes que levam a sério o estudo de idiomas no contexto da educação universitária. No entanto, a gramática é acessível. Fazemos todos os esforços para não presumir conhecimentos e conceitos básicos do semítico, hebraico, acádico ou árabe — nenhum dos quais deve ser presumido em uma gramática elementar.
Em nossa experiência de ensino do ugarítico, vimos grandes melhorias como resultado do uso dessa gramática. Os alunos terminam o curso e aprendem bem a gramática. Após oito aulas, os alunos são capazes de ler tabuinhas e textos em cuneiforme. Muitos deles aprendem o ugarítico com maior profundidade – inclusive questionando a reconstrução do ugarítico aqui apresentada.
Resumindo, se você é um estudante ou está ensinando alunos que ainda não sabem acádico, hebraico ou árabe, este é o lugar certo para começar. Mesmo que você já tenha um desses idiomas, aprenderá melhor o ugarítico lendo nossa gramática completa.
Em nossa experiência, apenas os alunos com uma forte compreensão do semítico comparativo estarão melhor começando com um resumo gramatical e passando direto para os textos.
Os alunos aprenderão uma reconstrução do ugarítico que podem usar para ler textos com fluência. Esta não é uma nova reconstrução do ugarítico, mas segue os estudos atuais – em particular, Dennis Pardee e John Huehnergard, cujas reconstruções do ugarítico são semelhantes entre si. Essa gramática prepara os alunos para usar recursos de nível intermediário, como A Manual of Ugaritic, de Pierre Bordreuil e Dennis Pardee e An Introduction to Ugaritic, de John Huehnergard (da Introdução).
When I began to teach at Oxford in 2015, I used an approach commonly employed in Ugaritic classes: we started reading texts from the first day, learning the grammar inductively. Only the seasoned Hebraists and Assyriologists survived to the end of the first eight-week term. I realized early on during that first term that my students needed a better resource for their first engagement with the language—a first-year grammar of Ugaritic suitable for a wider audience. Over the following years, I developed the present grammar, with the aim of retaining all of the students at Oxford who wanted to learn Ugaritic—graduates and undergraduates, Egyptologists, classicists, archaeologists, linguists, Arabists, Hebraists, Assyriologists, theologians, and even students studying subjects like philosophy and economics. Vladimir Olivero was a student in the class where I trialed the initial chapters; he soon became a trusted coteacher and collaborator, who helped hone the lessons and exercises.
To be clear, our grammar is not meant to be easy. It is intended for students who are serious about studying language in the context of university education. However, the grammar is accessible. We make every effort not to assume background knowledge and concepts from northwest Semitic, Hebrew, Akkadian, or Arabic—none of which should be assumed in an elementary grammar. In our experience of teaching Ugaritic, we have seen massive improvements as a result of using this grammar. Students finish the course and learn the grammar well. After eight lessons, students are able to read tablets and texts in cuneiform. Many of them go on to learn Ugaritic in greater depth—including questioning the reconstruction of Ugaritic presented here.
In short, if you are a student or are teaching students who do not already know Akkadian, Hebrew, or Arabic, then this is the right place to start. Even if you already have one of these languages, you will learn Ugaritic better by going through our full grammar. In our experience, only students with a strong understanding of comparative Semitics will be better off starting with a grammatical précis and moving straight into texts.
Students will learn a reconstruction of Ugaritic that they can use to read texts with fluency. This is not a new reconstruction of Ugaritic, but rather follows current scholarship—in particular, Dennis Pardee and John Huehnergard, whose reconstructions of Ugaritic are similar to one another. This grammar prepares students to use intermediate-level resources such as Pierre Bordreuil and Dennis Pardee’s A Manual of Ugaritic and John Huehnergard’s An Introduction to Ugaritic (From Introduction).
John Screnock is Tutor in Old Testament at Wycliffe Hall in the University of Oxford. Vladimir Olivero is Postdoctoral researcher at the Università per Stranieri di Siena and Research Assistant in Assyriology at the Faculty of Oriental Studies at the University of Oxford.
Com quatro anos de atraso, Chico Buarque recebe o mais importante prêmio da língua portuguesa. Bolsonaro havia se recusado a assinar a honraria. Lula diz que entrega corrige “absurdo cometido contra a cultura brasileira”
Quatro anos após ser agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, o cantor, compositor e escritor Chico Buarque finalmente recebeu a honraria, entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em cerimônia em Lisboa nesta segunda-feira (24/04).
O prêmio para Chico foi anunciado em 2019, mas o artista não pôde recebê-lo pois o então presidente Jair Bolsonaro, que praticamente congelou as relações com Portugal durante seu mandato, se recusou a assinar a documentação necessária para a entrega da distinção, segundo afirmaram os atuais governos do Brasil e de Portugal.
“Essa entrega é simbólica porque representa a vitória da democracia. Chico Buarque é um artista de uma envergadura tremenda, pela história, por tudo que já produziu, tanto na música, quanto na literatura. Ser testemunha, participar enquanto ministra desse momento depois de sofrermos uma tentativa de golpe recente no Brasil e do desmonte da cultura nesses últimos quatro anos, é motivo de festa”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, às vésperas da cerimônia de premiação.
O primeiro-ministro português, António Costa, destacou a entrega do Prêmio Camões a Chico como parte da retomada de contatos entre Brasil e Portugal. “Viramos uma página e temos muita matéria para trabalhar em conjunto”, escreveu no Twitter.
O Ministério da Cultura de Portugal, por sua vez, destacou que, para o júri do Prêmio Camões, a atribuição da distinção a Chico reconheceu “o valor e o alcance de uma obra multifacetada, repartida entre poesia, drama e romance”, um trabalho que “atravessou fronteiras e se mantém como uma referência fundamental da cultura no mundo contemporâneo”.
A cerimônia de entrega da distinção, realizada no Palácio Nacional de Queluz, foi integrada à viagem oficial de Lula a Portugal. A passagem do presidente brasileiro pelo país se encerra nesta terça-feira, com uma cerimônia no Parlamento português à margem das comemorações do 49º aniversário da Revolução dos Cravos.
“Um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura”
Em discurso na cerimônia realizada na cidade de Sintra, Lula disse que entrega do prêmio serviu para “corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos”. “Digo isso porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê”, afirmou o presidente.
Lula declarou que o ataque a cultura em todas as suas formas foi um dos objetivos que a extrema direita tentou implementar no país, mas que “finalmente, a democracia venceu no Brasil”.
“Não podemos esquecer que o obscurantismo e a negação das artes também foram uma marca do totalitarismo e das ditaduras que censuraram o próprio Chico no Brasil e em Portugal. Esse prêmio é uma resposta do talento contra o censura, do engenho contra a força bruta'” disse.
Após receber o prêmio das mãos do presidente Rebelo de Souza, Chico criticou o governo de Jair Bolsonaro e a falta de incentivo às artes durante o mandato do ex-presidente, e disse ter valido a pena esperar quatro anos para receber o prêmio.
Ele disse ter a impressão de que “um tempo bem mais longo havia transcorrido. No que se refere ao meu país, quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade, porque foram um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, disse o artista.
(…)
“Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados, ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”, concluiu Chico.
Ele disse também ter herdado de seu pai, o escritor e historiador Sergio Buarque de Holanda, o amor pela língua portuguesa.
Além de Chico Buarque e dos presidentes do Brasil e de Portugal, estiveram presentes na cerimônia na cidade de Sintra a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, e autoridades dos dois países.
“Formação cultural de diferentes gerações”
Um dos maiores nomes da MPB, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. Começou sua carreira musical na década de 1960 e se tornou um dos maiores compositores brasileiros. Entre os sucessos musicais de Chico, que tem cerca de 80 álbuns em sua discografia, estão A banda (1966), Apesar de você (1970), Cotidiano (1971), Construção (1971) e Amor barato (1981).
Em 1967, escreveu sua primeira peça de teatro, Roda Viva. No total, foram quatro incursões nesse gênero, sendo a última delas a Ópera do malandro, de 1978.
Em 1974, escreveu a novela Fazenda modelo, e em 1979, o livro infantil Chapeuzinho amarelo. Em 1991, publicou seu primeiro romance, Estorvo. O sucesso como escritor lhe rendeu três prêmios Jabuti, a premiação literária mais importante do Brasil, por Estorvo, melhor romance e livro do ano de ficção de 1992; Budapeste, livro do ano de ficção de 2004; e Leite derramado, melhor livro de ficção de 2010. Seu último livro, O irmão alemão, foi publicado em 2014.
Essa foi a primeira vez que um músico foi agraciado com o Prêmio Camões, que é um reconhecimento pela obra completa do artista. Ele foi eleito por unanimidade por um júri composto por representantes de Portugal, Brasil, Angola e Moçambique.
O júri justificou sua escolha pela “qualidade e transversalidade” da obra de Chico Buarque, “tanto através de gêneros e formas, quanto pela sua contribuição para a formação cultural de diferentes gerações em todos os países onde se fala a língua portuguesa”.
O peso literário das composições de Chico também foi destacado à época do anúncio do prêmio. “Evidente que esse prêmio é um reconhecimento pela poesia dele nas letras de música, que também são literárias, não só pelos livros. São poemas. Grandes poemas. A música Construção, por exemplo, é um poema até raro de se fazer”, afirmou o escritor Antonio Cícero, um dos brasileiros que compôs o júri, ao lado de Antonio Hohlfeldt, ao jornal Folha de S.Paulo.
Brasil e Portugal criaram “Nobel da língua portuguesa”
O Prêmio Camões foi criado em 1988 por Brasil e Portugal e contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O objetivo é distinguir “um escritor que, pela sua obra, contribua para o enriquecimento e projeção do patrimônio literário e cultural de língua portuguesa”.
O nome da premiação é uma homenagem ao poeta português Luís Vaz de Camões (1524-1580), autor da epopeia Os Lusíadas e considerado um dos maiores nomes da literatura lusófona.
Ao longo de sua história, 14 escritores brasileiros já foram agraciados com o prêmio, entre eles Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Rubem Fonseca e Lygia Fagundes Telles.
Nos termos do regulamento do Prêmio Camões, Portugal e Brasil organizam de forma alternada as reuniões e as cerimônias de entrega da distinção. O júri é composto por seis membros com mandato de dois anos. Os governos de Portugal e do Brasil designam dois membros cada, sendo os dois membros restantes designados de comum acordo de entre personalidades dos restantes países lusófonos – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Os agraciados com o prêmio recebem atualmente a quantia de 100 mil euros. Metade desse valor é subsidiado pela Fundação Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil.
“O Prêmio Camões é uma das grandes conquistas do diálogo entre os países da língua portuguesa”, destacou o presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, afirmando que a distinção representa “uma espécie de Nobel” do idioma.
Íntegra do discurso de Chico Buarque ao receber o prêmio Camões
Boa noite excelentíssimos senhores presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; primeiro ministro de Portugal, António Costa; ministra da cultura brasileira, minha amiga, Margareth Menezes; ministro da Cultura português, Pedro Adão e Silva; querida Janja da Silva; presidente do júri, professor Frias Martins; e tantos amigos e amigas aqui presentes, Fafá de Belém, Carminho, Mia Couto, Miguel de Sousa Tavares, Pilar del Río, meu editor brasileiro Luiz Schwarz, minha editora portuguesa, Clara Capitão, e minha mulher, Carol.
Eu estou emocionado porque hoje de manhã ela saiu do hotel, atravessou a avenida e foi comprar essa gravata. Isso me emociona. [Confira o contexto da ironia].
Ao receber este prêmio penso no meu pai, o historiador e sociólogo Sergio Buarque de Holanda, de quem herdei alguns livros e o amor pela língua portuguesa. Relembro quantas vezes interrompi seus estudos para lhe submeter meus escritos juvenis, que ele julgava sem complacência nem excessiva severidade, para em seguida me indicar leituras que poderiam me valer numa eventual carreira literária.
Mais tarde, quando me bandeei para a música popular, não se aborreceu, longe disso, pois gostava de samba, tocava um pouco de piano e era amigo próximo de Vinicius de Moraes, para quem a palavra cantada talvez fosse simplesmente um jeito mais sensual de falar a nossa língua. Posso imaginar meu pai coruja ao me ver hoje aqui, se bem que, caso fosse possível nos encontrarmos neste salão, eu estaria na assistência e ele cá no meu posto, a receber o Prêmio Camões com muito mais propriedade.
Meu pai também contribuiu para a minha formação política, ele que durante a ditadura do Estado Novo militou na Esquerda Democrática, futuro Partido Socialista Brasileiro. No fim dos anos sessenta, retirou-se da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em solidariedade a colegas cassados pela ditadura militar. Mais para o fim da vida, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, sem chegar a ver a restauração democrática no nosso país, nem muito menos pressupor que um dia cairíamos num fosso sob muitos aspectos mais profundo
O meu pai era paulista, meu avô, pernambucano, o meu bisavô, mineiro, meu tataravô, baiano. Tenho antepassados negros e indígenas, cujos nomes meus antepassados brancos trataram de suprimir da história familiar. Como a imensa maioria do povo brasileiro, trago nas veias sangue do açoitado e do açoitador, o que ajuda a nos explicar um pouco.
Recuando no tempo em busca das minhas origens, recentemente vim a saber que tive por duodecavós paternos o casal Shemtov ben Abraham, batizado como Diogo Pires, e Orovida Fidalgo, oriundos da comunidade barcelense. A exemplo de tantos cristãos-novos portugueses, sua prole exilou-se no Nordeste brasileiro do século XVI. Assim, enquanto descendente de judeus sefarditas perseguidos pela Inquisição, pode ser que algum dia eu também alcance o direito à cidadania portuguesa a modo de reparação histórica.
Já morei fora do Brasil e não pretendo repetir a experiência, mas é sempre bom saber que tenho uma porta entreaberta em Portugal, onde mais ou menos sinto-me em casa e esmero-me nas colocações pronominais. Conheci Lisboa, Coimbra e Porto em 1966, ao lado de João Cabral de Melo Neto, quando aqui foi encenado seu poema Morte e Vida Severina com músicas minhas, ele, um poeta consagrado e eu, um atrevido estudante de arquitetura.
O grande João Cabral, primeiro brasileiro a receber o Prêmio Camões, sabidamente não gostava de música, e não sei se chegou a folhear algum livro meu.
Escrevi um primeiro romance, Estorvo, em 1990, e publicá-lo foi para mim como me arriscar novamente no escritório do meu pai em busca de sua aprovação. Contei dessa vez com padrinhos como Rubem Fonseca, Raduan Nassar e José Saramago, hoje meus colegas de Prêmio Camões. De vários autores aqui premiados fui amigo, e de outras e outros – do Brasil, de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde — sou leitor e admirador.
Mas por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto em ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim.
Valeu a pena esperar por esta cerimônia, marcada não por acaso para a véspera do dia em os portugueses descem a Avenida da Liberdade a festejar a Revolução dos Cravos.
Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado e eu já me perguntava se me haviam esquecido, ou, quem sabe, se prêmios também são perecíveis, têm prazo de validade.
Quatro anos, com uma pandemia no meio, davam às vezes a impressão de que um tempo bem mais longo havia transcorrido.
No que se refere ao meu país, quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele Governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste, no Brasil como um pouco por toda parte.
Hoje, porém, nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-Presidente [Bolsonaro] teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso Presidente Lula.
Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo.
No item 2 de minha “História de Israel”, quando trato das origens de Israel, procuro explicar o que pode ter provocado o colapso das civilizações na Idade do Bronze Recente.
Escrevi:
“Mario Liverani, em Para além da Bíblia: História antiga de Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008. p. 59-80, assim como muitos outros pesquisadores, tenta explicar a catástrofe como resultado de uma conjunção de fatores dramáticos.
Isso pode ser verificado, por exemplo, com a severa crise climática na região do Saara, fazendo com que tribos líbias entrassem no vale do rio Nilo à procura de pastagens e água aí pelo fim do século XIII e início do século XII a.C. Os faraós Merneptah e Ramsés III se vangloriam de tê-las combatido, mas parece que tiveram que se adaptar à nova realidade.
Também na Ásia Menor houve uma sequência de anos muito secos no final do século XIII, com chuvas escassas, provocando uma grave carestia, como atestam textos hititas, ugaríticos, egípcios e a moderna dendrocronologia. A tudo isso se somou a pressão dos “povos do mar”, o fenômeno mais impressionante desta época.
Deste modo, Ugarit, Alashiya (Chipre) e toda uma série de reinos e cidades do Egeu, Ásia Menor, Síria e Palestina foram destruídos. Ruiu todo o sistema político do Bronze Recente. Minoicos, micênios, hititas, egípcios, babilônios, assírios, cananeus e cipriotas eram civilizações independentes umas das outras, mas interligadas por rotas de comércio que geravam prosperidade”.
Agora leio um interessante artigo sobre um dos fatores envolvidos na catástrofe da época: a seca.
Como uma seca severa contribuiu para o colapso da Idade do Bronze
Embora a queda do Império Hitita – e de fato o colapso de todo o mundo da Idade do Bronze – tenha sido uma importante área de pesquisa por décadas, novas evidências sobre o que causou o colapso estão continuamente vindo à tona.
De fato, de acordo com muitos estudiosos, esse momento crucial da história não foi o resultado de um só fator, mas foi o resultado de múltiplos fatores. Conforme discutido em um artigo na Nature, um fator importante foi provavelmente uma crise climática.
Por meio milênio, o Império Hitita – localizado onde hoje é a Turquia e o noroeste da Síria – foi uma das forças mais poderosas do antigo Oriente Médio, muitas vezes competindo pelo poder com outros impérios pelo controle da Síria e do Palestina. Mas tudo isso acabou por volta de 1200 a.C., durante o catastrófico colapso da Idade do Bronze, quando os impérios e reinos da região de repente se desfizeram.
Isso, por sua vez, abriu as portas para muitos reinos chegarem ao poder, incluindo os israelitas e os arameus. No entanto, a causa desse desastre ainda não é completamente compreendida.
O estudo na Nature, que utilizou dendrocronologia (datação de anéis de árvores) e análise de isótopos estáveis, examinou um grupo de antigas árvores de zimbro de Hatti para investigar uma possível causa: a mudança climática.
Essa técnica permitiu que a equipe examinasse o nível de chuva na região com maior precisão temporal do que nunca, o que, por sua vez, revelou uma seca inesperadamente severa entre 1198 e 1196 a.C.
Embora as secas fossem uma ocorrência frequente no mundo antigo, as secas de longo período tinham o potencial de sobrecarregar os sistemas agrícolas e administrativos ao ponto de ruptura.
De acordo com o estudo, provavelmente foi isso que aconteceu com o Império Hitita. Combinada com outros fatores internos e externos, a severa crise ecológica não foi superada.
“Isso teria levado a um colapso da base tributária, deserção em massa do grande exército hitita e provavelmente um movimento em massa de pessoas em busca de sobrevivência. Os hititas também foram desafiados por não terem um porto ou outras vias fáceis para transportar alimentos para a região”, disse Brita Lorentzen, coautora do estudo, ao The Guardian.
Ao longo dos anos estudiosos sugeriram muitos fatores para explicar o colapso da Idade do Bronze, principalmente as invasões e/ou migrações dos povos do mar, mencionadas em fontes egípcias. No entanto, estudos recentes enfatizaram o papel que a natureza desempenhou nesse colapso civilizacional maciço. Amostras de pólen de todo o Mediterrâneo, por exemplo, demonstraram um declínio acentuado na precipitação anual durante os séculos XIII e XII a.C. Estes incluem estudos da Itália, Grécia, Turquia, Síria, Líbano, Israel e Irã.
Vários textos do século XIII, que mencionam escassez de grãos e fome em Hatti, corroboram a evidência de seca de estudos científicos modernos, embora falte o contexto necessário para conectá-los com a seca severa que os pesquisadores datam de 1198 a1196 a.C. Pouco depois dessa época, no entanto, o Império Hitita entrou em colapso, com sua capital, Hattusa, abandonada e nenhuma outra menção a seu último rei, Suppiluliuma II.
Os autores do estudo foram, entretanto, enfáticos em apontar que a seca não foi o único fator no colapso de Hatti e do restante das potências da Idade do Bronze. Em vez disso, eles sugerem que isso pode ter apenas exacerbado questões políticas, econômicas e sociais já existentes enfrentadas pelo império.
Diz Eric Cline: “Houve uma conjunção de catástrofes que levaram não apenas ao colapso do Império Hitita, mas também ao colapso de outras potências. Elas incluem a mudança climática, que por sua vez levou à seca, fome e migração; terremotos; invasões e rebeliões internas; colapso dos sistemas; e possivelmente doença também. Todos estes fatores provavelmente contribuíram para a ‘tempestade perfeita’ que pôs fim a esta era, especialmente se aconteceram em rápida sucessão, um após o outro, provocando um efeito dominó que levou a uma falha catastrófica de todo o sistema, que era interligado”.
How severe drought contributed to the Bronze Age collapse
While the fall of the Hittite Empire—and indeed the collapse of the entire Bronze Age world—has been an important area of research for decades, new evidence for what caused the collapse is continually coming to the surface. Indeed, according to many scholars, this pivotal moment in history was not the result of one factor, but the perfect storm of causes. As discussed in an article in Nature, a primary factor was likely one of humanity’s oldest enemies, nature.
For half a millennium, the Hittite Empire—located in what is today Turkey and northwestern Syria—was one of the most powerful forces in the ancient Near East, often vying for power with other empires for control of Syria and the Levant. But that all came to a screeching halt around 1200 BCE, during the infamous Bronze Age collapse when the empires and kingdoms of the region suddenly fell apart. This, in turn, led to a long “dark age,” which opened the door for many later kingdoms to come to power, including the biblical Israelites and Arameans. Yet, the cause of this disaster is still not completely understood.
The study in Nature, which utilized dendrochronology (tree-ring dating) and stable isotope analysis, examined a group of ancient Juniper trees from Hatti to look into one possible cause: climate change. This technique allowed the team to examine the level of rainfall in the region with greater temporal precision than ever before, which in turn revealed an unexpectedly severe multi-year drought from 1198–1196 BCE. Although droughts were a frequent occurrence in the ancient world, long-period droughts had the potential to strain agricultural and administrative systems to the breaking point. According to the study, this is likely exactly what happened to the Hittite Empire. Combined with other internal and external factors, the sudden ecological crisis was too much to overcome.
“This would have led to a collapse of the tax base, mass desertion of the large Hittite military, and likely a mass movement of people seeking survival. The Hittites were also challenged by not having a port or other easy avenues to move food into the area,” Brita Lorentzen, co-author of the study, told The Guardian.
Over the years, scholar have suggested many factors to explain the Bronze Age collapse, most notably the invasions (and/or migrations) of the infamous Sea Peoples (including the biblical Philistines), who were first mentioned in Egyptian sources in the 13th-century BCE. However, recent studies have emphasized the role that nature played in this massive civilizational collapse. Pollen samples from around the Mediterranean, for example, have demonstrated a steep decline in annual rainfall during the 13th and 12th centuries. These include studies from Italy, Greece, Turkey, Syria, Lebanon, Israel, and Iran.
Several texts from the 13th century, which mention grain shortages and famines in Hatti, corroborate the evidence of drought from modern scientific studies, although they lack the necessary context to connect them with the severe drought the researchers date to 1198–1196 BCE. Shortly after this time, however, the Hittite Empire collapsed, with its capital city of Hattusa abandoned and no further mention of its last king, Suppiluliuma II.
The authors of the study were quick to point out, however, that the drought was not the only factor in the collapse of Hatti and the rest of the Bronze Age powers. Instead, they suggest that it may have only exacerbated already existing political, economic, and social issues facing the empire.
According to Eric Cline, Professor of Classics and Anthropology at George Washington University and author of 1177 B.C.: The Year Civilization Collapsed, “In my opinion, drought was just one of the numerous problems that the Hittites and others were facing at that time.” Instead, Cline said, “There was a cacophony of catastrophes that led not only to the collapse of the Hittite Empire but also to the collapse of other powers as well. They include climate change, which led in turn to drought, famine, and migration; earthquakes; invasions and internal rebellions; systems collapse; and quite possibly disease as well. All probably contributed to the ‘perfect storm’ that brought this age to an end, especially if they happened in rapid succession one after the other, leading to domino and multiplier effects and a catastrophic failure of the entire networked system.”
Há muitos modos de classificar o imenso leque de métodos literários, mas as imagens frequentes do espelho, da lâmpada e da janela ajudam a definir três principais direções da hermenêutica da antiguidade até os nossos dias.
Este livro quer fornecer um “mapa de orientação”, uma série de palavras-chave ou de metáforas que muitas vezes podem ser encontradas nos manuais de crítica literária ou de interpretação bíblica.
Em relação às escolas e aos métodos, de tempos em tempos a ênfase é colocada no mundo em que o autor viveu; na obra — considerada um documento, um monumento ou um acontecimento —; ou então no papel imprescindível do leitor na elaboração do significado.
Entretanto, o que é indispensável é o fato de que a leitura dos textos antigos requer um esforço de tradução não apenas linguístico, pois a distância cultural que nos separa do universo bíblico obriga o leitor moderno a entrar na cultura de um povo de agricultores e pastores, em um mundo de pequenas aldeias em que tanto a política como a economia funcionavam de modo muito diferente dos dias atuais.
Palimpsesto (do grego antigo παλίμψηστος, transl. “palímpsêstos”, “aquilo que se raspa para escrever de novo”: πάλιν, “de novo” e ψάω, “arranhar, raspar”) designa um pergaminho ou papiro cujo texto foi eliminado para permitir a reutilização.
Com ajuda de fotografia ultravioleta, pesquisador encontra um dos manuscritos mais antigos do Novo Testamento encoberto sob outros textos.
Um pesquisador da Academia Austríaca de Ciências (ÖAW, na sigla em alemão) descobriu na Biblioteca do Vaticano um fragmento único de uma tradução de 1.750 anos do Novo Testamento.
Um pequeno fragmento de manuscrito – uma tradução siríaca do grego, escrita no século 3 e copiada no século 6 – foi encontrado encoberto sob outros manuscritos com a ajuda de fotografia ultravioleta [o texto é Mt 11,30-12,26].
A língua siríaca é um dialeto aramaico que surgiu durante o século 1 d.C. de um dialeto aramaico local, tendo papel importante na literatura religiosa e em textos cristãos.
Cerca de 1.300 anos atrás, um escriba na Palestina pegou um livro dos Evangelhos inscrito em siríaco e o apagou”, afirmou o comunicado da ÖAW. O pergaminho era escasso na Idade Média, então os manuscritos eram frequentemente reutilizados. Esses documentos sobrescritos são chamados de palimpsestos.
Palimpsesto duplo
“A tradição do cristianismo siríaco conhece várias traduções do Antigo e do Novo Testamento”, afirmou o especialista em história medieval Grigory Kessel, responsável pela descoberta e cujo trabalho sobre o achado foi publicado na revista especializada New Testament Studies [o artigo pode ser acessado aqui].
Graças à tecnologia moderna, Kessel identificou o texto como a terceira camada de escrita, ou seja, um palimpsesto duplo.
De acordo com o historiador, o manuscrito oferece uma “abordagem única para a fase inicial da história da transmissão textual dos Evangelhos”. Conforme a ÖAW, quanto mais traduções são conhecidas, mais a ciência aprende sobre o texto original dos Evangelhos.
“Até recentemente, apenas dois manuscritos eram conhecidos por conter a tradução siríaca antiga dos evangelhos”, ressalta Kessel. Enquanto um deles está agora preservado na Biblioteca Britânica em Londres, outro foi descoberto como um palimpsesto no Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai. Fragmentos de um terceiro manuscrito foram recentemente identificados pelo Sinai Palimpsests Project.
Descobrindo velhos escritos
O Sinai Palimpsests Project visa tornar novamente legíveis e disponíveis em formato digital os valiosos manuscritos de palimpsestos centenários do famoso Mosteiro de Santa Catarina no Sinai, Egito. Até agora, 74 manuscritos foram decifrados.
Claudia Rapp, diretora do Instituto de Pesquisa Medieval da ÖAW e também integrante do Sinai Palimpsests Project, destacou que a tradução siríaca do século 3 foi escrita pelo menos um século antes dos mais antigos manuscritos gregos remanescentes, como o importante Codex Sinaiticus.
“A descoberta de Kessel prova quão produtiva e importante pode ser a interação das tecnologias digitais mais modernas na pesquisa ao encontrar manuscritos medievais”, disse Rapp.
James Aitken morreu de infarto no dia 7 de abril de 2023. Ele era um conhecido pesquisador da Septuaginta (LXX) e professor da Universidade de Cambridge, Reino Unido.
“It is with immense sorrow that we write to inform you that Professor Jim Aitken died peacefully in the early hours of this morning, with his family by his side. A beloved colleague, scholar, teacher, supervisor, and friend, Jim was held in high esteem and affection by all who knew him. As Professor of Hebrew and Early Jewish Studies, he commanded an international reputation, while here in Cambridge he provided distinguished leadership as Faculty Chair (2019-22), particularly during the pandemic. As we mourn his untimely passing, we extend our condolences to the members of his family and to his fiancée, Diana. We will be in touch again as further details become available”.
Alastair G Hunter – SOTS Membership Secretary
Suas áreas de pesquisa eram o texto e a linguagem da Bíblia Hebraica, a literatura e a história do judaísmo antigo, além da semântica hebraica. Uma área especial de pesquisa era a versão grega da Bíblia (a Septuaginta), incluindo sua linguagem, exegese e lugar na sociedade judaica do Segundo Templo.
Veja uma lista de suas publicações, em pdf, clicando aqui.
Professor Aitken studied at the Universities of Durham and Cambridge. He subsequently worked on projects on Hebrew semantics (Cambridge) and on the Greek Bible (Reading) before teaching Hebrew and Aramaic in the Faculty of Oriental Studies [AMES] (Cambridge), and then Jewish-Christian relations in the Centre for the study of Jewish Christian Relations (the Woolf Institute, Cambridge). He began teaching in the Faculty of Divinity in 2009.
Research Interests
Professor Aitken’s interests lie in the text and language of the Hebrew Bible, and in the literature and history of ancient Judaism. A particular area of research currently is the Greek version of the Bible (the Septuagint), including its language, exegesis and place within second temple Jewish society. He also works on Hebrew semantics and upon issues in ancient Jewish literature and history.
Se você usa Linux Mint não deixe de conferir as muitas dicas úteis do Easy Linux Tips Project.
Este site se propõe fornecer “dicas fáceis para Linux Mint e Ubuntu, tanto para iniciantes quanto para usuários avançados” (Easy tips for Linux Mint and Ubuntu, both for beginners and for advanced users).
Destaco a clareza das dicas e a prioridade dada à estabilidade e segurança. Isto faz do site um guia muito útil para o usuário comum, que usa o Linux Mint para o trabalho do dia a dia.
Diz o site:
Guia completo para iniciantes do Linux Mint. Linux Mint é um “Linux fácil”, ou um “Linux para leigos”. É eminentemente adequado para iniciantes com Linux e tornou-se muito popular por causa disso. O Linux Mint é totalmente gratuito, portanto não custa nada.
As instruções e dicas simples e eficazes neste site ajudarão você a ter uma experiência tranquila com o, segundo muitos, melhor e mais fácil sistema operacional Linux disponível no momento: Linux Mint 21.1 Vera, que é construído sobre o excelente Ubuntu 22.04 LTS.
As instruções, dicas e truques neste site foram escritos principalmente para o Linux Mint 21.1 Vera. Mas você também pode usá-los para a versão 22.04.x do Ubuntu e seus sabores, desde que você faça isso primeiro (*clique*).
Veja quem é o autor do site, da Holanda, clicando aqui.
Complete starter’s guide for Linux Mint. Linux Mint is “Linux made easy”, or even “Linux for dummies”. It’s eminently suitable for beginners with Linux, and has become very popular because of that. Linux Mint is entirely free, so it won’t cost you anything!
The simple and effective how-to’s and tips on this website, will help you to have a smooth experience with (probably) the best and easiest Linux operating system available at this time: Linux Mint 21.1 Vera, which is built on the excellent Ubuntu 22.04 LTS.
The how-to’s, tips and tricks on this website are mainly written for Linux Mint 21.1 Vera. But you can also use them for version 22.04.x of Ubuntu and its flavours, provided that you do this first (*click*).
I’m an ordinary Linux desktop user from The Netherlands (Holland). My knowledge of Linux is that of an advanced end user. No more, no less.
In 2006 I became a full-time Linux desktop user, so I have over a decade of practical hands-on experience. Mainly (but not exclusively) with Linux Mint and members of the Ubuntu family.