Morreu o teólogo Johann Baptist Metz (1928-2019)

Para saber um pouco mais sobre Johann Baptist Metz, alguns textos do ano passado, quando o teólogo comemorou os 90 anos de vida.

Metz e Gutiérrez: duas teologias irmãs. 90 anos de Johann Baptist Metz, pai da “Teologia Política” – IHU: 06 Setembro 2018

“Os cristãos esperam uma revolução que inclua as vítimas”. O ensino de Johann Baptist Metz, teólogo alemão, 90 anos – 07 Agosto 2018

Metz: “O ecúmeno das compaixões” – IHU: 15 Agosto 2018Johann Baptist Metz (1928-2019) - Foto: Friso Gentsch - Metz em Münster em 2008

Os 90 anos de Johann Baptist Metz – IHU: 09 Agosto 2018

 

Transcrevo o primeiro texto.

Metz e Gutiérrez: duas teologias irmãs. 90 anos de Johann Baptist Metz, pai da “Teologia Política” – IHU: 06 Setembro 2018

Cento e quarenta teólogos e filósofos de todo o mundo celebraram, em agosto do corrente ano, os 90 anos de Metz com uma declaração coletiva. Entre eles está o espanhol Reyes Mate, aluno e amigo de Metz, que citaremos ao longo desta apresentação, especialmente ao relacionar a “Teologia Política” de J. B. Metz com a “Teologia da Libertação” de Gustavo Gutiérrez. E também os comentários do filósofo e teólogo dominicano mexicano Miguel Concha, também aluno e amigo.

A reportagem é de Saturnino Rodríguez, publicada por Religión Digital, 05-09-2018. A tradução é de André Langer.

A atualidade do teólogo Metz reside na sua reivindicação de “uma cultura anamnética”, ao mesmo tempo que denunciava “a amnésia cultural de uma sociedade moderna ou pós-moderna”; além disso, ele se arriscou a falar de uma “ética anamnética” (rememoração) e até mesmo de uma “razão anamnética”, que é levar a defesa de uma cultura da memória às suas últimas exigências.

 

Dois teólogos, duas teologias: Johann Baptist Metz “Teologia Política”, europeia, e Gustavo Gutiérrez “Teologia da Libertação”, latino-americana

No dia 5 de agosto, o grande teólogo alemão Johann Baptist Metz completou 90 anos, dois meses após ter chegado à mesma idade outro grande teólogo contemporâneo, o peruano Gustavo Gutiérrez Merino, a quem também dedicamos uma série de apresentações em Powert Point. Os dois pais – um da Teologia Política, europeia, e o outro da Teologia da Libertação, latino-americana – estão unidos por importantes laços, sem contar uma longa amizade. Entre as duas reflexões existem fortes elos. Começamos com J. B. Metz e sua Teologia Política, para concluir nas relações com G. Gutiérrez e a Teologia da Libertação, para continuar com a relação entre ambos.

Johann Baptist Metz nasceu em 5 de agosto de 1928 na cidade de Welluck-Alemanha. Fez seus estudos em Innsbruck e Munique, obtendo dois doutorados: um em Filosofia e outro em Teologia. Será testemunha da Segunda Guerra Mundial, da derrota alemã e da divisão da Alemanha com o Muro de Berlim (1961) e da unificação alemã com a queda do Muro de Berlim em 1989.

Johann Baptist Metz foi discípulo e amigo de seu compatriota e teólogo Karl Rahner. O Concílio Vaticano II, do qual ele foi perito, foi um acontecimento chave na vida de Rahner. Ele exerceu uma influência decisiva na orientação renovadora dos documentos conciliares, vários dos quais são de sua autoria. Para este teólogo alemão, a política é fundamental para a reflexão teológica, como se pode observar em sua vasta bibliografia (Rahner, Karl. Teologia Política. Madri: Arbor, 1970, tomo 1, n° 291, pp. 245-346).

 

Teologia e política

Rahner afirma que “a teologia política ainda não está definida de um modo inteiramente unívoco […] A verdade é que a teologia política não tem nada a ver com uma atividade política da Igreja ou do clero, mas sim, reconhece por razões teológicas o mundo secular como tal e legítimo […] Neste sentido pelo menos, uma teologia política é urgente hoje, já que na teologia tradicional percebe-se algo como uma privatização e um estreitamento do cristianismo orientados apenas para a salvação interna do indivíduo, pelo fato de que a teologia da esperança foi concebida apenas individualmente […], cabe conceber a teologia política como uma tarefa da teologia que consiste em uma abordagem crítica do sistema social vigente […]”.

Para a teóloga e professora universitária Dorothee Sölle, “a teologia política é uma teologia da libertação”, focada fundamentalmente em um conceito anti-imperialista e, portanto, solidária com os países subdesenvolvidos. O próprio Metz escreveu: “A teologia é um discurso sobre Deus em Aliança com o ser humano. Esse Deus sempre quis uma humanidade na ‘maioridade’, libertada e livre. É o Deus do Êxodo, o Deus do qual Jesus proclama seu Reinado. É o Deus da Promessa de um mundo novo, de um futuro para toda a humanidade”.

 

Seus antecedentes e influências

Metz, discípulo predileto de Karl Rahner, situado no campo ahistórico transcendental por intermédio do Immanuel Kant da razão pura, chegou à teologia política sob a proteção do Kant da razão prática, de Karl Marx, de Walter Benjamin e do alemão Ernst Bloch, entre outros. Para isso, ele tinha que se deparar com o sujeito social capaz dessa prática crítica que leva ao conceito de seguimento de Jesus. Metz queria ser um teólogo da nossa cultura. Em seus debates com Jürgen Habermas, por exemplo, onde ambos coincidem no diagnóstico da perda de identidade do homem ocidental, J. B. Metz postula uma nova cultura política.

O filósofo e teólogo Reyes Mate escreveu sobre Rahner em 1984: “Quem investiga as fontes de sua reflexão encontrará o tomismo aristotélico, evidentemente, mas também Kant. Não o Kant da razão prática, que leva a Marx, mas o Kant da teoria do conhecimento transcendental; encontrará também Hegel, expoente do idealismo transcendental, ambos preocupados em fixar a condição e o conteúdo da consciência na própria experiência. No entanto, a referência constante de seu pensamento, sobretudo o filosófico, é Heidegger, por parte de quem o jesuíta alemão Rahner não conseguiu a aprovação da tese de doutoramento. Heidegger não compartilhava a teoria do jovem Rahner de que a solução para os problemas da metafísica passaria por uma atualização da metafísica clássica, aristotélico-tomista, mas antes por tirar aqueles de todo o contexto cristão”.

Os historiadores da teologia situam J. B. Metz na corrente da “Nouvelle Theologie”, que surgiu na velha Europa, especialmente na França. Metz faz parte desta nova corrente, que surgiu no início da década de 40 do século passado. A “Nova Teologia” tinha como objetivo fazer uma teologia mais relacionada com a vida. Ou seja, uma teologia cristã em relação com o mundo, de diferentes perspectivas e de diversos campos. A Nouvelle Theologie abria as portas da teologia para todos os homens de fé.

No congresso internacional de teologia realizado em Toronto-Canadá em 1967, Metz, em suas colocações teológicas nesse congresso, usou repetidas vezes a palavra Teologia Política. Ele a sistematizará em sua obra intitulada Sobre a Teologia do Mundo, publicada em 1968. Neste livro, ele expõe sua assim chamada Teologia Política, tornando-se assim o pai moderno desta teologia.

Pois bem, Metz, nesta obra, não faz nenhuma conceituação dessa nova teologia. A única coisa que ele diz é que “o conceito de Teologia Política é ambíguo e, portanto, pode ser mal interpretado”. Mas deixa claro o que entende por Teologia Política, e o diz de duas maneiras:

— “Eu entendo a teologia política como um corretivo crítico para uma tendência extrema que a teologia atual tem para a privatização”.

— “Entendo, ao mesmo tempo, por teologia política a tentativa de formular a mensagem escatológica nas condições de nossa atual sociedade”.

 

Obras em destaque

Estas são algumas das obras relevantes deste notável teólogo-filósofo alemão Johann Baptist Metz: Sobre o conceito do futuro, 1965; Teologia do mundo, 1968; Teologia política, 1969; Ilustração e teoria teológica. A Igreja na encruzilhada da liberdade moderna. Aspectos de uma nova teologia política, 1973; Fé na história e na sociedade, 1979; Além da religião burguesa, 1980; As ordens religiosas, 1988; Deus e tempo: nova teologia política, 2002; Memoria Passionis, 2006, etc.

Em todas estas obras, J. B. Metz aborda o tema da teologia política. Em alguns textos, será mais eloquente e em outros menos.

Segundo o teólogo jesuíta alemão assessor do Concílio Vaticano II Karl Rahner e professor de Johann Baptista Metz a teologia política nada tem a ver com uma atividade política da Igreja ou do clero, mas, como Johann B. Metz bem reconhece por razões teológicas, com o mundo secular como tal e como legítimo.

A teologia política faz parte da filosofia política e da teologia que investiga as formas como os conceitos teológicos ou formas de pensar estão relacionados com a política, a sociedade e a economia. Embora a relação entre o cristianismo e a política tenha sido objeto de debate desde a época de Jesus, a teologia política como disciplina acadêmica começou durante a última parte do século XX, em parte como resposta ao trabalho do cientista político e filósofo jurídico alemão Carl Schmitt (1888-1985), assim como da Escola de Frankfurt. A publicação Political Theology atualmente examina essa interface de fé religiosa e política.

 

As duas teologias: Política e Libertação

A relação entre os dois personagens – Metz e Gutierrez – e suas teologias é muito estreita. O teólogo Gustavo Gutiérrez e outros latino-americanos se formaram em universidades europeias como “Le Saulchoir” dos dominicanos na Bélgica e “Lyon-Fourviere” dos jesuítas em Lyon (França) e foram alunos de eminentes teólogos alguns dos quais foram peritos do Concílio Vaticano II e inclusive redatores de alguns de seus textos. Um deles é justamente Johann Baptist Metz e sua “Teologia Política”, juntamente com outras figuras como Marie-Dominique Chenu e Yves Congar no Le Saulchoir e Jean Daniélou, Henry de Lubac e Rahner em “Lyon-Fourviere”. Eram os corolários da La Nouvelle Theologie que surgiu na França no início do século XX.

As relações entre os dois teólogos, o europeu Johann Baptist Metz e o latino-americano Gustavo Gutiérrez, e suas respectivas teologias: a Teologia Política e a Teologia da Libertação e a complementaridade entre ambos, são evidentes.

Isso justifica o recurso às obras de dois outros teólogos conhecedores e amigos de ambos: o espanhol Reyes Mate, filósofo e teólogo, professor e pesquisador do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), e Miguel Concha, teólogo dominicano mexicano professor de pós-graduação em Estudos Latino-Americanos da FCPyS-UNAM (Faculdade de Ciências Políticas e Sociais da Universidade Nacional Autônoma do México) e fundador da Associação de Direitos Humanos Francisco de Vitória.

O filósofo e teólogo espanhol Reyes Mate, conhecedor e amigo dos dois teólogos, escreveu em novembro de 1986, no jornal El País, sobre o encontro que aconteceu no Instituto Alemão de Cultura em Madri entre o teólogo católico Johann Baptist Metz e o teólogo protestante Jürgen Moltmann, recordando que o filósofo Ernst Bloch, um dos autores de referência, advertira dizendo: “quando os teólogos se empenham em ser mais racionalistas do que o homem secular, acabam não tendo nada a dizer”. Por este motivo, Metz, bom conhecedor de Bloch que é, nunca deixa de repetir que existem mais elementos libertadores nos mitos descartados pelo homem secular do que naqueles que este construiu.

 

Duas próximas teologias

O filósofo-teólogo professor Reyes Mate, professor de Pesquisa do CSIC no Instituto de Filosofia intitulou e qualificou em 1988 no jornal El País Johann Baptist Metz como “um clássico incômodo da teologia católica”. E o explicava no começo: “De Karl Rahner foi dito, assim como de Shakespeare, que sua biografia era sua obra, uma obra na qual o rigor conceitual anda de mãos dadas com uma curiosidade inesgotável por todos os temas da vida”.

Gustavo Gutiérrez e sua Teologia da Libertação e Johann Baptist Metz e sua Teologia Política são muito próximos. Para a teóloga e professora universitária Dorothee Sölle, que ocupa a cátedra de Teologia Sistemática no Seminário Teológico de Nova York, “a Teologia Política é uma Teologia da Libertação”, centrada fundamentalmente em um conceito anti-imperialista e, portanto, em solidariedade com os países subdesenvolvidos.

Para compreender melhor, diríamos que as caravelas que da Europa levaram há mais de 500 anos os conquistadores e evangelizadores para o que chamavam de “Novo Mundo”, voltaram depois de centenas de anos – já não em navios, mas em meios técnicos mais avançados – para “reevangelizar” os seus evangelizadores de antes.

Com grande dose de humor, poderíamos dizer que a Teologia da Libertação, cujo “pai” foi há 50 anos G. Gutiérrez – que acabou de completar 90 anos também –, tem por “avô” Johann Baptist Metz, seu famoso professor alemão e amigo.

Neste sentido, a análise e a crítica da Teologia Política contemporânea da Europa apresentam pontos de convergência com a Teologia da Libertação da América Latina, que fornece como ingredientes fundamentais para uma nova sociedade e uma nova cultura a longa história de resistência e lutas das classes exploradas, das raças desprezadas e das culturas discriminadas, resultado da modernidade. O que não tem nada a ver com os atuais movimentos reacionários de centralização, subordinação, submissão e padronização, dentro e fora da Igreja.

No decorrer desta exposição – como disse o teólogo mexicano Miguel Concha em sua obra Crepúsculo do Humanismo: “Nós tentamos fazer um esforço de esclarecimento e síntese. Queremos enfatizar mais uma vez que a atual civilização tecnológica, fruto da cultura da modernidade, parece que na realidade produz monstros, e que a única saída do ponto de vista cultural e cristão no chamado Primeiro Mundo é recuperar a memória subversiva de Deus e, com ela, a busca da igualdade e da justiça para todos, bem como o reconhecimento dos outros em seu ser diferente”.

Desde outra perspectiva, a dos “de baixo”, a teologia de Johann Baptist Metz é uma interlocutora da Teologia da Libertação de Gustavo Gutiérrez, no diálogo científico fecundo com outras correntes teológicas. Portanto, escreve Gutiérrez no livro acima mencionado: “A teologia política apresenta-se como ‘uma tentativa de expressar a mensagem escatológica do cristianismo em relação à era moderna como uma figura da razão crítico-prática’”.

 

Influência de Rahner em J. B. Metz e G. Gutiérrez

A virada antropológica de Rahner influenciou na elaboração da teologia política de Metz e este influenciou seu mestre com suas teses sobre a memória, a função crítico-pública do cristianismo e da teologia e o duplo componente, místico e social, do cristianismo. Ele mostrou seu apoio à teologia latino-americana da libertação justamente quando as condenações do Vaticano contra ela recrudesceram. Uma das últimas cartas que ditou antes de morrer, estando hospitalizado no sanatório das Irmãs da Cruz de Rum, perto de Innsbruck, dirigiu à Conferência Episcopal do Peru em defesa da Teologia da Libertação e do teólogo Gustavo Gutiérrez, um de seus iniciadores.

É do conhecimento de todos que a Teologia Política nasce na Europa e a Teologia da Libertação na América Latina, dois continentes distintos, com realidades diferentes, mas com o mesmo objetivo: encontrar e fazer o máximo possível a vontade de Deus neste mundo. Metz é eloquente ao mencionar que “ambas as teologias se caracterizam por sua especial sensibilidade para com a teodiceia”.

 

Coincidências e diferenças entre as duas teologias

De acordo com o professor Carlos Iván Peñafiel em seu livro Relevância da Teologia Política na Igreja Latino-Americana, estas podem ser as divergências entre a Teologia Política e a Teologia da Libertação.

 

Convergências:

a) “Adeus à sua inocência social”: isto é, pelo interesse de uma justiça, essas duas teologias se tornam místicas e políticas.

b) “Adeus à sua inocência histórica”: “a teologia tem que dizer adeus a um universalismo histórico sem sujeito, alheio a qualquer situação e, até certo ponto, sem conteúdo humano”.

c) “Adeus à sua suposta inocência étnico-cultural”: estas duas teologias são universais, não pertencem a uma cultura ou povo específico.

Divergências, segundo o professor Alfonso Garcia Rubio (Teologia da Libertação: política ou profetismo. São Paulo: Loyola, 1983):

a) A teologia política não vem acompanhada por uma análise sociopolítica específica.

b) Separação ideológica entre teologia e ética política, porque se existisse tal separação, haveria uma separação entre a reflexão teológica e a necessidade de uma práxis.

c) As afirmações de Metz sobre a secularização e a privatização da salvação são consideradas desde a Teologia da Libertação como generalidades de um determinado contexto europeu, e a América Latina tem um ambiente diferente.

d) A teologia política deve estar presente ali onde os problemas humanos são mais urgentes, sem cair em discussões muitas vezes teóricas.

Uma vez observadas as semelhanças e as discrepâncias entre a Teologia da Libertação e a Teologia Política, induz-nos a afirmar e aceitar que cada teologia tem seu próprio jeito de fazer teologia, e é justamente isso que as diferencia. A relevância dessas duas teologias está em que são inspiradas no Evangelho, percebendo o que o filósofo e teólogo jesuíta uruguaio Juan Luis Segundo diz sobre o fazer teologia: “não existe teologia cristã, nem interpretação cristã do Evangelho sem uma opção política prévia”.

Ignacio Ellacuría concorda com Clodovis Boff, o irmão de Leonardo, em que a Teologia da Libertação não é uma teologia que se mantém alheia ou distante da problemática política. Por sua parte, I. Ellacuría assinala que “a Teologia da Libertação não se mantém neutra em face das diferentes opções políticas, mas toma partido e opta parcialmente pela libertação dos oprimidos. No entanto, o fato de a Teologia da Libertação pertencer à família das teologias políticas não significa que ela vá, mimeticamente, no vácuo da Teologia Política […]”.

A Teologia da Libertação, de acordo com Rosino Gibellini (A Teologia do Século XX. São Paulo: Loyola, 1998), tem três etapas ou fases: a fase de preparação, que vai de 1962 até 1968. A fase de formulação, que abarca os anos 1968-1975. E, finalmente, a fase de sistematização, de 1976 em diante, quando a Teologia da Libertação se empenha em refletir sobre o seu próprio método, e é quando surge uma série de obras que sistematizam o trabalho teológico da Teologia da Libertação.

 

Transcrevo um texto de hoje que noticia sua morte, ocorrida nesta segunda, dia 2, aos 91 anos de idade. Em alemão.

Theologe Johann Baptist Metz gestorben – katholisch.de: 03.12.2019

Er war Schüler von Karl Rahner, Begründer der “Neuen Politischen Theologie” und galt als einer der bedeutendsten und einflussreichsten Theologen seit dem Zweiten Vatikanischen Konzil: Jetzt ist Johann Baptist Metz im Alter von 91 Jahren gestorben.

Johann Baptist Metz, weltweit anerkannter Theologe und Begründer der “Neuen Politischen Theologie”, ist am Montag im Alter von 91 Jahren in Münster gestorben. Das bestätigte am Dienstag die Katholisch-Theologische Fakultät der Universität Münster auf Anfrage. Der emeritierte Münsteraner Hochschullehrer galt als einer der bedeutendsten Vordenker in der Zeit nach dem Zweiten Vatikanischen Konzil (1962-65). Der Schüler des Jesuiten Karl Rahner (1904-1984) hatte Einfluss auf Entstehung und Entfaltung der lateinamerikanischen Befreiungstheologie und wurde in seinen Entwürfen wiederum von dieser mitgeprägt. Ausgehend von eigenen Erfahrungen im Zweiten Weltkrieg und dem Tod von Millionen stellte Metz die Frage, wie nach der Katastrophe von Auschwitz von Gott gesprochen und Theologie betrieben werden könne.

Münsters Bischof Felix Genn schrieb in einem Kondolenzschreiben an die Fakultät, Metz habe als akademischer Lehrer in der Kirche in Deutschland und weltweit großen Einfluss gehabt. “Wir sind in Münster dankbar und stolz, dass er seine Kompetenz und großen Fähigkeiten den vielen Studierenden an der Universität Münster geschenkt hat.” Die Universität Münster und deren Katholische Fakultät erklärten, Metz habe mehrere Studenten-Generationen geprägt. Die von ihm begründete “Neue Politische Theologie” verstehe sich ausdrücklich als eine Gottesrede nach dem Holocaust im Zweiten Weltkrieg.

Bambergs Erzbischof Ludwig Schick reagierte mit Trauer auf den Tod des aus dem Erzbistum Bamberg stammenden Metz. Er erinnere sich gern an die persönlichen Begegnungen und die wertvollen Gespräche, sagte Schick. Er würdigte dabei vor allem sein engagiertes Eintreten für die Theologie der “Compassion”, die Mitleidenschaft Gottes für das Wohl und Heil der Menschen, den er zu einem Zentralbegriff der heutigen Theologie gemacht habe. Daraus habe er wichtige Impulse für eine neue “Theologie der Welt” und für das Wirken der Kirche heute gegeben. Aus der Mitleidenschaft Gottes mit den Menschen habe er ein Mitleiden der Christen und der ganzen Kirche mit jedem Menschen und der ganzen Schöpfung gezogen. Er gelte zurecht als einer der bedeutendsten Theologen seit dem Zweiten Vatikanischen Konzil.

Der Philosoph Jürgen Habermas (90) würdigte Metz als einen “sensiblen Gesprächspartner”. Metz sei aus seiner Generation “vielleicht der Theologe, der sich am leidenschaftlichsten an der für ihn existenziellen Frage abgearbeitet hat, in welcher Sprache nach dem Holocaust überhaupt noch von Gott geredet werden” könne. Mit dieser Frage habe er nicht nur politisch in die Kirche hineingewirkt, sondern als akademischer Lehrer auch eine große Zahl selbstständig weiterdenkender Schüler angezogen, sagte Habermas der Katholischen Nachrichten-Agentur (KNA). Habermas und Metz waren befreundet.

Küng “betrübt” über Tod

“Betrübt” über den Tod seines Münsteraner Kollegen zeigte sich der Tübinger Theologe Hans Küng (91). Der KNA sagte er am Dienstag in Tübingen, auch wenn sie auf die gemeinsame Sorge um Kirche und Welt theologisch unterschiedlich geantwortet hätten, so habe sie die Orientierung an Jesus Christus als Leitfigur für menschenfreundliches Leben und Handeln sowie das Bemühen um eine weltoffene Kirche geeint. Zugleich würdigte Küng “persönliche Leidenschaft und praktisches Engagement” bei Metz.

Der 1928 in Auerbach in der Oberpfalz geborene Metz promovierte nach Studien in Bamberg, Innsbruck und München in Philosophie und Theologie und wurde 1954 zum Priester geweiht. Nach Jahren in der Seelsorge lehrte er von 1963 bis 1993 in Münster Fundamentaltheologie. Nach dem Konzil war er auch Berater des römischen Sekretariats für die Nicht-Glaubenden. Zudem war er Mitbegründer der internationalen theologischen Zeitschrift “Concilium”. Großen Einfluss hatte Metz als Berater der Synode der Bistümer der Bundesrepublik Deutschland von 1971 bis 1975 in Würzburg. Der Synodenbeschluss “Unsere Hoffnung” über das Christsein im Alltag trägt seine Handschrift.

Metz warnte immer wieder vor einer Verbürgerlichung des Christentums und einer “Vergleichgültigung” der Gesellschaft. Inspiriert wurde er auch von der sogenannten Frankfurter Schule um die Philosophen Theodor W. Adorno, Max Horkheimer und Habermas. Die von Metz begründete “Neue Politische Theologie” stieß indes bei Joseph Ratzinger, dem inzwischen emeritierten Papst Benedikt XVI., auf große Skepsis. Als Erzbischof von München verwehrte Ratzinger 1979 Metz einen Ruf an die dortige Universität. Auch später wollte Metz nach eigenem Bekunden “nicht den Eindruck erwecken, als wäre nichts passiert”. Zur Annäherung kam es bei einer Tagung zum 70. Geburtstag von Metz 1998 in Ahaus.

Die Universität Wien, an der der vielfach ausgezeichnete Theologe von 1993 bis 1997 eine Gastprofessur innehatte, verlieh ihm 1994 den Ehrendoktor. 2002 ehrte ihn der Koordinierungsrat der Gesellschaften für christlich-jüdische Zusammenarbeit mit der Buber-Rosenzweig-Medaille. 2007 erhielt Metz den “Theologischen Preis der Salzburger Hochschulwochen”. (tmg/KNA)

 

Leia também, em alemão:

Der Theologe Johann Baptist Metz ist tot – Christoph Strack: DW – 03.12.2019

Die Fragen nach dem Leid und nach Gerechtigkeit trieben den katholischen Theologen Johann Baptist Metz Zeit seines Lebens um. Wie die Universität Münster jetzt bestätigte, verstarb Metz am Montag im Alter von 91 Jahren.

“Wenn Theologie alle Fragen wirklich perfekt beantworten kann, ist es schon falsch. Es geht auch um den Schrei des leidenden Menschen, den unbeantworteten Schrei.” Für den katholischen Theologen Johann Baptist Metz, der am Montag im Alter von 91 Jahren verstorben ist, war die Frage nach Gott stets die Frage nach dem Leid der unschuldigen Opfer und nach Gerechtigkeit. Wie soll man nach Auschwitz von Gott reden? Kann man das?

Es war für ihn auch eine zutiefst persönliche Frage und Klage. Metz, 1928 geboren in – wie er selbst sagte – einer “erzkatholischen bayerischen Kleinstadt”, kam als Sechzehnjähriger noch in den Krieg. Mit vielen anderen seines Jahrgangs war er an der Front. Einmal schickte ihn der Kommandeur durch die Nacht mit einer Meldung vom Schützengraben zum Gefechtsstand des Bataillons. Als er zurückkehrte, fand er “nur noch Tote, lauter Tote” – seine Kameraden überrollt von einem Jagdbomber- und Panzerangriff. “Ich konnte ihnen allen, mit denen ich noch tags zuvor Kinderängste und Jungenlachen geteilt hatte, nur noch ins erloschene tote Antlitz sehen. Ich erinnere nichts als einen lautlosen Schrei”.

(…)

In der Münsteraner Stube des Theologen hängt der Corpus eines Gekreuzigten. Klassisch, wie aus einer anderen Zeit. “Ein Tiroler Künstler hat ihn für mich geschnitzt, zur Priesterweihe 1954”, erzählte er mal. Es ist nur ein Torso, ein Rumpf ohne Arme. Was ihm diese Christusgestalt sage? “Ich habe keine anderen Hände als die euren”, antwortet Metz.

 

Um texto em italiano.

Addio a Johann Baptist Metz, “padre” della Teologia politica – Filippo Rizzi: Avvenire.it – 3 dicembre 2019

Il pensatore tedesco è morto a 91 anni a Münster. Fu il fautore del dialogo pubblico tra Habermas e Ratzinger a Monaco nel 2004. Il suo maestro di sempre: Karl Rahner

Indagò la “questione di Dio” dopo Auschwitz

Un gigante della teologia del Novecento dello stesso rango e levatura del suo “maestro di sempre” Karl Rahner. Un pensatore capace di leggere i “segni dei tempi”. Ma soprattutto un prete e un pastore d’anime. È lo stile che ha sempre accompagnato, cadenzato e contrassegnato la lunga vita di Johann Baptist Metz, morto questo lunedì 2 dicembre a 91 anni a Münster. Nato il 5 agosto 1928 a Velluck, nella Baviera settentrionale, compie i suoi studi di filosofia e teologia dapprima a Innsbruck e poi a Monaco di Baviera; si laurea in filosofia su Heidegger e poi in teologia, sotto la guida di Karl Rahner, su san Tommaso d’Aquino. Viene ordinato sacerdote nel 1954. La maggior parte della sua carriera universitaria lo vede docente di teologia fondamentale a Münster, carica che ha lasciato successivamente, per assumere la cattedra di Christliche Weltanschauung all’università di Vienna.

Metz è ancora ricordato oggi in ambito accademico per essere stato tra i fondatori, dei veri “padri nobili”, nel 1965, della rivista internazionale di teologia “Concilium” assieme a uomini del rango di Karl Rahner, Yves Congar, Edward Schillebeeckx, Hans Küng e Gustavo Gutiérrez. Numerose sono le sue opere tradotte in italiano (spesso edite da Queriniana) come Sulla teologia del mondo (1969), Antropocentrismo cristiano (1969), con J. Moltmann-W. Ölmüller, Una nuova teologia politica (1971), Tempo di religiosi? Mistica e politica della sequela(1978), La fede nella storia e nella società (1978). Come certamente significativo è il suo saggio, edito da Queriniana, che rappresenta in un certo senso la “summa” del suo pensiero: Sul concetto della nuova teologia politica 1967-1997 e anche La provocazione del discorso su Dio.

La sua maturazione teologica conosce varie tappe, segnate dalle tre grandi “crisi” del nostro secolo con cui egli si confronta: la sfida marxista alla teologia; Auschwitz e la negatività della storia (celebri le sue domande su Dio e sulla giustizia a fronte delle vittime innocenti); infine, la provocazione che viene dal Terzo Mondo. Come fu significativa la sua attenzione alla Teologia della liberazione: volle rendersi conto di persona del dolore e della sofferenza di quelle popolazioni e andò a visitare le comunità di base dell’America Latina. Rimase impressionato dal lavoro “dal basso” di amici e colleghi teologi e scrisse un diario visitando le Ande.

Cresciuto alla scuola di Karl Rahner, del quale rielaborò anche alcune opere, di fronte alla marginalità “politica” del cristianesimo Johann Baptist Metz avverte la necessità di superare la teologia trascendentale del maestro per far valere la dimensione pratica della teologia. Diventa così il fondatore di una “nuova teologia politica”, –come hanno spiegato in anni recenti studiosi italiani come Giacomo Coccolini e il “suo” discepolo Francesco Strazzari – nella quale si consideri il mondo come luogo del mostrarsi di Dio e, quindi, luogo nel quale la fede cristiana si presenta anche con la sua valenza politica. Non volendo e non potendo dimenticare le vittime della storia, degli indifesi, Metz sviluppa a partire da queste coordinate la sua “Nuova teologia politica”.

Come pochi altri teologi, Metz non solo ha cercato ma ha anche alimentato il dibattito culturale. Fa parte di ciò il dialogo e il confronto con il marxismo e i rappresentanti della scuola di Francoforte, i filosofi Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Jürgen Habermas con i quali intrattiene un’amicizia autentica. Senza Metz nel 2004, a Monaco, non si sarebbe giunti alla discussione tra Habermas e l’allora prefetto della Congregazione per la dottrina della fede, il cardinale Joseph Ratzinger, il futuro Benedetto XVI. A ricordarlo ieri con un ampio ritratto è stata la Conferenza episcopale tedesca che ha rievocato lo stile di «teologo ma anche di pastore d’anime» di Metz. Un pensatore dunque, sempre «pieno di sorprese» come lo definiva Jürgen Moltmann perché capace di traghettare la teologia all’interno della storia anche quando questa porta «un nome così orribile come quello di Auschwitz».

 

Um texto em inglês.

Remembering Johann Baptist Metz – Matthew Ashley: America Magazine – December 03, 2019

In the last desperate weeks of World War II in Germany, a 16-year-old soldier was sent by his commanding officer to the rear with a message for headquarters. When he returned, he found the other members of his unit, all as young as he, dead, wiped out in a sudden air and armored assault.

“Now,” he remembered, “I could only see dead and empty faces, where the day before I had shared childhood fears and laughter. I remember nothing but a wordless cry. This is how I see myself to this very day, and behind this memory all of my childhood dreams crumble away…. What would happen if one took this sort of thing not to the psychologist but into the church, and if one would not allow oneself to be talked out of such unreconciled memories even by theology, but rather wanted to have faith with them, and with them to speak about God?”

This young man was Johann Baptist Metz, and he went on to do just this, becoming in the process a trail-blazing theologian for an age in which memories like these have become far too common and, what is worse, met with ever greater indifference. He died on December 2 at the age of 91.

Metz (Baptist to his friends) was born in Auerbach, in northeast Bavaria, on August 5, 1928. It was a small, Catholic town, not yet touched by the processes of secularization at work in the rest of Europe. As he once wrote: “One comes from far away when one comes from there. It is as if one were born not 50 years ago, but somewhere along the receding edges of the Middle Ages.”

While the town was very Catholic, he did not remember his family being particularly pious—he once joked that of all the seminarians studying with him when he started in Bamberg, he was the only one who had not been an altar boy. His schooling was interrupted when he was forced into the Wehrmacht. And after the attack on his unit, he was captured and spent seven months in POW camps on the East Coast of the United States (and so he spoke English with a distinctly American accent).

Sent back to Germany, he finished his final two years of Gymnasium (high school) in one year and entered the diocesan seminary in Bamberg. His bishop had intended to send him to Rome for further training, but Metz persuaded him to send him to the recently refounded Jesuit seminary in Innsbruck instead, because he had been impressed by reading some writings by one of its faculty—Karl Rahner, S.J., one of the most important Catholic theologians of the twentieth century, who became a key theological advisor at Vatican II. In Innsbruck he earned a doctorate in philosophy and then in theology. He was ordained a priest in 1954.

During his years at Innsbruck he became Rahner’s student, friend and later, collaborator. Rahner left a deep and enduring impact on the young theologian-in-training, an impact that went far beyond the academic: Metz called him simply, “my father in faith.” Even though his theology took a different direction than his teacher’s after 1963, Metz always referred to him as his principal theological inspiration.

In 1963 Metz took up a position at the University of Münster. In 1979 he was offered a prestigious position at the University of Munich, where Romano Guardini and then Rahner had taught earlier. But his appointment was vetoed by the then-Archbishop of Munich, Joseph Ratzinger (which led Rahner to write a fiery open letter in a German periodical: “I Protest”).

So Metz remained at the University of Münster, where he taught for 30 years. After retireing in 1993, he was a visiting professor at the University of Vienna for four years, before returning to Münster, where he lived and continued to work until his death.

Like so many of his generation, he took as his theological labor interpreting and promoting the theological riches of Vatican II. Along with Rahner, Edward Schillebeeckx, O. P., and others, he was a cofounder of the journal, Concilium, which had this purpose.

For him, in particular, this work meant helping the Catholic Church make the transition from the seamlessly Catholic world of Auerbach to the techno-scientific, multicultural, religiously pluralistic and often secularized world of today. In the 1960’s he became one of the founders, along with Jürgen Moltmann and Dorothee Sölle, of a theological approach called “political theology,” which he himself named the new political theology, in order to distinguish it from the work of Nazi legal theorist, Carl Schmitt.

Political theology was a prophetic protest against the privatization of Christian faith: the reduction of its scope to one’s relationship to God and one-on-one ethical behavior towards others. For Metz, religion in general and Christianity in particular, is inherently political.

So too is Christian theology. Christianity’s privatization, Metz warned, is a principal way that it has been domesticated in the modern world, with the church too often going along, explicitly or tacitly. Yet Christian faith was not for him simply a source of meaning or a social glue in society; it was not a kind of sacred canopy, as sociologist Peter Berger once put it, a religious authorization or echo of what is going on in society anyway.

Religion is, rather, for Metz, provocative and interruptive. It breaks through our self-reliance and self-satisfaction, attitudes often purchased at the cost of ignoring the suffering of those put on the margins of society or who had been left beaten on the side of the road in its march of progress.

Remembering them is dangerous, but these dangerous memories are liberating. And they are ultimately sustained by the dangerous memory of Jesus Christ, who died and was raised by the God of the living and of the dead. It is a memory that can give rise to great hope, but only if it is put into practice, a “combative hope,” as Pope Francis puts it.

Metz followed these insights with thoroughness and integrity, realizing that for a German the dangerous memory above all others had to be the memory of the Jews and the fate they suffered under the Third Reich. He will be remembered for insisting that Christian identity, “after Auschwitz,” can only be reconstructed and saved together with the Jews and by retrieving the lost or suppressed roots of Christian faith in Judaism.

He will also be remembered for insisting on the importance of spirituality, not only for Christian faith, but for theology itself. One of his early writings, Poverty of Spirit¸ a spiritual classic, is still in print over 50 years after its publication in 1963. He wrote compellingly about the contribution of religious orders in the church, and recently he wrote of the importance of a “mysticism of open eyes,” open to the suffering of others. He mourned the ways that the church has itself created victims but confessed as well that he knew of no way that a genuinely Christian hope could be sustained in today’s culture without an institutional bearer that would stand up for it and represent it. His was not an “easy” or “comforting” theology; but one that provoked, inspired, gave hope.

It is fitting that Metz died on Dec. 2, the 39th anniversary of the murder of four U.S. women missionaries by a terrorist government in El Salvador. For Metz, both faith and theology only achieve their full stature in solidarity with victims and as witnesses to hope against hope. Likewise, it is fitting that he died at the beginning of Advent, the season of hope.

He took his definition of theology not from Anselm’s “faith seeking understanding,” but from the first letter of Peter: “Always be ready to make your defense to anyone who demands from you an accounting of the hope that is in you” (I Pt 3:15).

If Dietrich Bonhoeffer warned against the dangers of cheap grace, perhaps Metz will be remembered for his prophetic warnings against cheap hope: the thin hopes of a consumer culture that, Metz complained, has even abandoned its secular heritage from the Enlightenment of hoping for freedom, equality and fraternity for all humankind.

But he also warned against the narrow Christian hope of one’s individual survival after death. Neither will ultimately console.

The great hopes and the great biblical images of hope, Metz insisted, can only be hoped for others. Only when we hope them for others and act out of that hope, he maintained, can we hope them for ourselves.