O Estado quer vender dados pessoais? Se for o que parece ser…

Vender os dados dos documentos de todos os cidadãos do Estado de São Paulo para empresas privadas? Se for o que parece ser, que coisa mais maluca… Já vou avisando que sou o Capitão Nemo, aquele do submarino Nautilus!

Quem pensa conhecer o que é o fetichismo da mercadoria, volte a aprofundar o tema… Chamem o Marx, depressa! Só o que você receberá de mais spam, mais telemarketing, mais cartões não solicitados, todo tipo de lixo publicitário… dá para imaginar? Bem, esse é o lado chato da comercialização da privacidade. E o perigoso? Deixo para sua imaginação… Até mesmo porque todos os seus dados, com certeza (expressão do gosto do paulistano!), irão parar em CDs piratas na Santa Ifigênia [os sublinhados no texto da Folha são meus].

Folha Online: 04/06/2006 – 09h12

Governo quer vender dados dos paulistas


André Caramante – da Folha de S.Paulo

Enquanto tenta controlar os impactos da maior crise na segurança da história de São Paulo, o secretário Saulo de Castro Abreu Filho apresentou um projeto pelo qual autoriza que empresas particulares administrem e vendam a base de dados com a ficha pessoal de todos os cidadãos que tiraram documento no Estado. Hoje, por lei, o sigilo e a manutenção dos dados são responsabilidade do poder público. Para transferir as fichas para a iniciativa privada, Abreu Filho quer que empresas escolhidas por licitação modernizem toda a base de dados que, hoje, o Estado administra. Parte da proposta é converter do papel para meios digitais 45 milhões de fichas datiloscópicas e 60 milhões de registros criminais. Segundo o economista técnico da unidade de PPP (Parceria Público-Privada) Deraldo Mesquita Júnior, da Secretaria de Economia e Planejamento, a empresa escolhida deverá gastar, só no início do projeto, cerca de R$ 490 milhões. Ele também disse que uma das “contrapartidas” é a exploração comercial desses dados, que poderão ser repassados para bancos, administradoras de cartões de crédito e redes de magazines e de telemarketing (…) Um dos maiores problemas que deverão ser enfrentados com o repasse das informações dos cidadãos para o setor privado é o mesmo que envolve a base de dados de empresas de telefonia e da própria Receita Federal. Na rua Santa Ifigênia (região central de São Paulo), a poucos metros da sede da 1ª Delegacia Seccional da Polícia Civil, vendedores ambulantes negociam ilegalmente, por aproximadamente R$ 100, CDs piratas com dados pessoais – como endereço, CPF, renda anual e número de telefone (cont.)

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Copa do Mundo toma conta da Internet

Não adianta chiar… agora é a vez da Copa e ela toma conta de tudo!

Folha Online: 02/06/2006 – 13h53

Impulsionada pela Copa, web ganha 186 mil sites esportivos

No último ano, a internet ganhou [no mundo todo] cerca de 186 mil sites voltados para usuários que se interessam por esporte. Um estudo divulgado pela Websense afirma este número representa um aumento global de 56% – de 329,8 mil sites em junho de 2005 para 515,78 mil páginas atualmente (cont.)



2006 FIFA World Cup May Cause Global Loss in Employee Productivity and Network Bandwidth

Since June 2005, sports-related websites have seen over a 56 percent growth, increasing from nearly 329,800 to more than 515,780 today, with many offering real-time game scores, player statistics and up-to-the-minute analysis. With the massive number of sports websites and online video available, IT administrators can expect to see a considerable drain on employee productivity and network bandwidth during the 2006 World Cup (cont.)

Visite The Online Critical Pseudepigrapha

Para quem se interessa por textos pseudepígrafos, como 1Henoc, Testamento de Abraão, Artápano, Cleodemo Malco, Eupólemo, A vida de Adão e Eva, Os Salmos de Salomão, Oráculos Sibilinos e muitos outros, é interessante acompanhar o desenvolvimento do site The Online Critical Pseudepigrapha, que oferece ao visitante textos pseudepígrafos disponíveis online em suas línguas originais – ou nas mais antigas traduções existentes – e com aparato crítico, em projeto patrocinado pelo King’s University College, da University of Western Ontario, Canadá.

Como acompanhar o desenvolvimento do OCP com comodidade? Visitando o blog Online Critical Pseudepigrapha News, assinado por Ken Penner, Ian W. Scott e David Miller. Fácil e proveitoso.

Confira também o meu artigo na Ayrton’s Biblical Page: Quem somos nós? Falam autores judeus antigos onde aparecem vários destes autores e seu pensamento. No artigo explico que a partir do século III a.C., com a assimilação da língua e dos gêneros literários gregos, vários judeus tentam explicar aos seus conterrâneos e aos gregos cultos, especialmente de Alexandria, que o judaísmo é uma religião respeitável e recomendável pela sua antiguidade e pelos feitos de seus líderes. Escrevendo em grego, e em gêneros literários gregos – da historiografia à filosofia – autores como Aristeias, Artápano, Teodoto, Jasão de Cirene e outros nos legam uma literatura de apologia do judaísmo, mas que é, ao mesmo tempo, excelente testemunho da resistência e da submissão desse povo e dessa cultura ao dominador grego. Por isso, no artigo, proponho a abordagem, em um primeiro momento, desta literatura de um modo geral e, em seguida, da Carta de Aristeias a Filócrates e de alguns historiadores como Demétrio, Eupólemo, o Samaritano anônimo, Artápano e o Pseudo-Hecateu. Naturalmente esta é apenas uma amostragem, mas creio que bastante significativa, do processo de helenização que avança inexoravelmente entre os judeus durante os últimos três séculos antes da era cristã.

Fílon de Alexandria na Wikipedia

Observa Torrey Seland, em seu blog Philo of Alexandria, que o ilustre filósofo judeu de Alexandria, Fílon (20 a.C.-54 d.C.), está cada vez mais presente na Wikipédia, a enciclopédia livre publicada em mais de 200 línguas na Internet.

Embora se deva consultar a Wikipédia “com um pé atrás” – pois feita em colaboração por especialistas e não-especialistas, com informações que precisam frequentemente ser checadas – esta é mais uma oportunidade para leitores brasileiros que queiram conhecer a vida e a obra de Fílon, testemunha importante do judaísmo do século I d.C., contemporâneo de Jesus de Nazaré, dos essênios, de Flávio Josefo, de Paulo de Tarso…

Veja no post de Torrey Seland, um dedicado especialista na área, em quais línguas você pode encontrar informações sobre Fílon de Alexandria.

A figueira foi a primeira planta domesticada pelo homem, dizem arqueólogos israelenses

Folha Online: 02/06/2006 – 09h45

Figo da Palestina redefine data inicial da agricultura

Ana Paula Corradini – Colaboração para a Folha de S.Paulo

Arqueólogos israelenses descobriram que a figueira foi a primeira planta domesticada pelo homem, há 11,4 mil anos. O figo tira o posto do trigo e da cevada, domesticados há 10,5 mil anos na Turquia e na Síria e que até hoje eram considerados as espécies vegetais cultivadas há mais tempo. Ou seja, a agricultura surgiu pelo menos mil anos mais cedo. No estudo, publicado na revista “Science”, Mordechái Kislev, da Universidade Bar-llan, em Israel, conta que (cont.)

BBC News – Friday, 2 June 2006, 00:45 GMT 01:45 UK

Ancient fig clue to first farming

Ancient figs found in an archaeological site in the Jordan Valley may represent one of the earliest forms of agriculture, scientists report. The carbonised fruits date between 11,200 and 11,400 years old. The US and Israeli researchers say the figs are a variety that could have only been grown with human intervention. The team, writing in the journal Science, says the find marks the point when humans turned from hunting and gathering to food cultivation (cont.)

RIBLA apresenta uma introdução aos Escritos, terceira parte da Bíblia Hebraica

Estou folheando o terceiro fascículo de 2005 da RIBLA – Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana. Este fascículo fecha o n. 52 da RIBLA e é dedicado à terceira parte da Bíblia Hebraica, os Escritos ou Ketubim.

A RIBLA, como diz a página do Instituto Teológico Franciscano, dedicada às revistas da Vozes de Petrópolis, situa-se dentro das experiências de fé e de luta das comunidades e das Igrejas da América Latina e do Caribe, fazendo uma leitura da Bíblia que procura responder à realidade destas duas regiões. Por isso tem em seu conselho de redação os principais nomes da leitura popular da Bíblia da América Latina.

RIBLA é publicada em espanhol pela RECU, de Quito, Equador, e em português pela Vozes, de Petrópolis, RJ, Brasil, com o intuito de ser um elo de interligação da diversidade cultural latino-americana e caribenha. RIBLA é ecumênica e seus ensaios são elaborados por exegetas, pastores e professores das Igrejas Católica, Luterana e Metodista. É coordenada por Milton Schwantes.

Este fascículo traz o seguinte sumário:
Jacir de Freitas Faria – O livro dos Salmos no seu contexto literário, 11
Tércio Machado Siqueira – O lamento, 29
Sandro Gallazzi – O grito de Jó e de sua mulher, 39
Mercedes García Bachmann – Livro dos Provérbios, 66
Mercedes Lopes – O livro de Rute, 88
Alzir Sales Coimbra – O Cantar dos Cantares, 101
Lilia Ladeira Veras – Um primeiro contato com o livro do Eclesiastes ou o livro Coélet, 119
Marcos Calovi – Lamentações – Uma introdução, 140
Darío Barolín – Ester e a morte do dualismo, 148
José Ademar Kaefer – “Bem-aventurado aquele que perseverar” (Daniel 12,12) – Uma introdução ao livro de Daniel, 160
Nelson Kilpp – Esdras e Neemias, 169
Shigeyuki Nakanose – Reescrevendo história – Uma leitura dos livros das Crônicas, 184
Resenhas, 198

Milton Schwantes, no Editorial, nos diz que em volumes anteriores já foram publicados introduções à Torah ou Pentateuco (vol. 23) e aos Nebi’im ou Livros Proféticos (vol. 35/36). e que a intenção desta série de números é a de apresentar uma introdução ao Primeiro Testamento, obedecendo à seqüência da Bíblia Hebraica (Lei, Profetas, Escritos), também adotada na TEB, Tradução Ecumênica da Bíblia, publicada entre nós pela Loyola.

Nas resenhas são apresentadas duas obras: o vol. 2 da série alemã Biblische Enzyklopädie, escrito por Volkmar Fritz, com o título Die Entstehung Israels im 12. und 11. Jahrhundert v.Chr. [A origem de Israel nos séculos 12 e 11 a.C.], publicado em Stuttgart em 1996; e a tese de doutorado de Elaine Gleci Neuenfeldt, Práticas e experiências religiosas de mulheres no Antigo Israel: Um estudo a partir de Ezequiel 8,14-15 e 13,17-23, São Leopoldo, IEPG, 2004. A primeira resenha é feita por Nelson Kilpp, a segunda por Maricel Mena López.

Interessa-me, sobretudo, a leitura da resenha do livro de Volkmar Fritz, pois estou com alguns números desta série aqui, como comentei outro dia, esperando um tempo livre para leitura…

Uma história da interpretação moderna da Bíblia

Esta é uma resenha que merece ser lida. Foi feita por Devorah Schoenfeld, da Graduate Theological Union/University of California-Davis, Berkeley, CA, USA, e publicada na Review of Biblical Literature no dia 13 de maio de 2006.

É sobre o livro de SANDYS-WUNSCH, J. What Have They Done to the Bible? A History of Modern Biblical Interpretation. Collegeville, Minn.: Liturgical Press, 2005, p. xx + 378. ISBN 0814650287.

Este livro trata da interpretação da Bíblia entre 1450 e 1889. John Sandys-Wunsch, um estudioso anglicano (the Rev. Dr. John Sandys-Wunsch, D.S.Litt., D.Phil., formerly a university professor and administrator in Canada and England, is a research fellow at the University of Victoria), mostra como a Bíblia foi “destronada”, chegando ao século XIX em posição bem diferente de tempos anteriores: agora é a Bíblia que precisa do suporte da ciência e não a ciência que precisa do suporte da Bíblia (“In this new era, it was the Bible that required the support of science, not science that required the support of the Bible“).

O início da resenha nas palavras da autora:

What Have They Done to the Bible? is an engagingly written, accessible introduction to the history of Western Christian biblical interpretation from 1450 to 1889. It tells the story of the “dethronement of the Bible,” or the movement from an approach to biblical study in which the Bible (or its traditional interpretations) is the source of all knowledge to an approach in which even the Bible can be judged and evaluated on the basis of science and history. In this narrative, eighteenth century developments are central, and this book argues that it was in the eighteenth century that both the scientific approach to the Bible and pietistic and theological responses to it took their modern shape. The book covers a wide range of modern thinkers and exegetes, with a special focus on eighteenth century writers. It treats Protestant and Catholic exegetes for the most part together, presenting their similarities as more important than their differences.

E, pelo visto, este é um livro que merece ser lido!

Caros Amigos lança edição extra sobre o PCC

Caros Amigos – maio de 2006

Nossa primeira edição extra

 

O repórter João de Barros vinha levantando tudo sobre o PCC desde janeiro deste ano. Reuniu tanto material, que havíamos decidido publicar a reportagem em série, três edições seguidas de Caros Amigos a partir do próximo mês. Com o acontecimentos do fim de semana do Dia das Mães, resolvemos lançar esta edição extra, que trata da força da organização criminosa que desta vez apavorou toda a cidade de São Paulo. Talvez tenha sido seu último ato espetaculoso, pois ultrapassou os limites de tolerância que vinham sendo estabelecidos em acordos entre o “partido”, como se autodenomina o PCC, e o governo do Estado de São Paulo. Daí que na terça-feira, dia 16, duas versões corriam os noticiários: gente do próprio governo se contradizendo, uns declarando que de novo houve acordo; outras, inclusive o governador, afirmando que não houve. Impossível determinar quem está com a verdade. O que se sabe, com certeza, é que ao deixar o Deic, o departamento policial onde veio prestar depoimento na sexta-feira anterior sobre a informação de que haveria ações criminosas em São Paulo no Dia das Mães em represália à transferência de 765 prisioneiros ligados ao PCC para o presídio de Presidente Venceslau, um grupo de presos (entre eles o líder do PCC, Marcola), foi levado diretamente para o Regime Disciplinar Diferenciado – uma nova versão da solitária – do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Assim, segundo fonte segura, Marcola, isolado no RDD, teria ficado surpreso ao saber a dimensão dos ataques que ele próprio teria planejado. Como o PCC sempre agiu na surdina, Marcola concluiu que os atentados estavam se voltando contra o próprio “partido”, que ele nem de longe deseja que seja tido como inimigo público, o que acabou acontecendo. Não era para menos (cont.)

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O Dia da Mata Atlântica

Cai taxa de devastação da mata atlântica

Uma boa notícia para comemorar hoje o Dia da Mata Atlântica: houve uma redução de 71% na taxa de desmatamento da floresta no período de 2000 a 2005, em comparação com o período anterior, de 1995 a 2000.

O dado preliminar é de um estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A informação foi divulgada ontem, durante solenidade no parque Ibirapuera promovida pela fundação.

De acordo com o pesquisador e coordenador do atlas pelo Inpe, Flávio Jorge Ponzoni, os dados são parciais porque relacionam somente oito dos dez Estados abrangidos pelo levantamento normalmente. Os resultados finais estarão disponíveis no final deste ano –Minas Gerais e Bahia devem ser analisados nos próximos meses.

Dos Estados avaliados até agora, o que mais reduziu a taxa de desflorestamento nesse período foi o Espírito Santo, em 96%. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (90%), Paraná (88%) e Rio de Grande do Sul e São Paulo, ambos com 84% de diminuição na taxa de desmatamento.

Valores brutos

“Apesar da queda da taxa de desflorestamento no atual período, o que deve ser comemorado, os valores brutos continuam elevados, especialmente levando-se em conta os altos índices de desflorestamento identificados nos últimos 20 anos. O que resta de floresta original deve ser efetivamente protegido”, afirma Márcia Hirota, uma das diretoras da SOS Mata Atlântica. Hoje, restam apenas 7% da floresta.

Segundo a fundação, o Paraná, que já foi campeão de desmatamento nos períodos de 1985 a 1990 e 1995 a 2000, teve uma redução de 88%. Mesmo assim, ainda são muitas as áreas desflorestadas.

Aumento

Nos Estados de Goiás e Santa Catarina, porém, em vez de diminuição houve aumento da destruição da mata. No primeiro, houve um crescimento de 18,1%, e, no segundo, de 8,2%.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o período crítico de desmatamento da mata atlântica já ocorreu e, agora, caminha-se para uma estabilização desse processo. Contribuíram para esse fenômeno, diz ele, a maior consciência ecológica da população e uma legislação mais dura.

A comemoração do Dia da Mata Atlântica acontece até amanhã na marquise do parque Ibirapuera. A exposição “Viva a Mata” reúne projetos e instituições que ajudam a proteger o bioma. Os visitantes ganham uma muda de árvore típica da mata atlântica e podem fazer atividades como ioga e pilates ou separar lixo.

Ontem, muitas crianças e adolescentes que visitaram o MAM (Museu de Arte Moderna) aproveitaram para conhecer a mostra na marquise.

A estudante Cíntia Karine Basílico, 13, teve a oportunidade de ver e brincar pela primeira vez com uma jiboia –Jack– e uma arara-canindé –Cacau. “Imaginava que a pele da cobra era lisinha, mas não é. Deu muita adrenalina encostar nela.”

Fonte: Afra Balazina – Folha de S. Paulo: 27/05/2006