Resenhas na RBL – 31.07.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Eve-Marie Becker, Troels Engberg-Pedersen, and Mogens Muller, eds.
Mark and Paul: Comparative Essays Part II For and Against Pauline Influence on Mark
Reviewed by Thomas P. Nelligan

Shaye J. D. Cohen
From the Maccabees to the Mishnah
Reviewed by John J. Collins

Jerome N. Douglas
A Polemical Preacher of Joy: An Anti-apocalpytic Genre for Qoheleth’s Message of Joy
Reviewed by Mark Sneed

Peter Frick
Paul in the Grip of the Philosophers: The Apostle and Contemporary Continental Philosophy
Reviewed by Mark Elliott
Reviewed by Jay Twomey

Jione Havea, David J. Neville, and Elaine M. Wainwright, eds.
Bible, Borders, Belonging(s): Engaging Readings from Oceania
Reviewed by Yak-Hwee Tan

Marietta Horster and Anja Klöckner, eds.
Cities and Priests: Cult Personnel in Asia Minor and the Aegean Islands from the Hellenistic to the Imperial Period
Reviewed by John S. Kloppenborg

James A. Kelhoffer
Conceptions of “Gospel” and Legitimacy in Early Christianity
Reviewed by Albert Lukaszewski

Simon Mainwaring
Mark, Mutuality, and Mental Health: Encounters with Jesus
Reviewed by Edwin K. Broadhead

Christoph Markschies
Hellenisierung des Christentums: Sinn und Unsinn einer historischen Deutungskategorie
Reviewed by Harold W. Attridge

Jeffrey Jay Niehaus
Biblical Theology, Volume 1: The Common Grace Covenants
Reviewed by Jens Bruun Kofoed

Lena-Sofia Tiemeyer and Hans M. Barstad, eds.
Continuity and Discontinuity: Chronological and Thematic Development in Isaiah 40–66
Reviewed by Marvin A. Sweeney

Philip L. Tite
The Apocryphal Epistle to the Laodiceans: An Epistolary and Rhetorical Analysis
Reviewed by Christopher R. Matthews

Craig W. Tyson
The Ammonites: Elites, Empires, and Sociopolitical Change (1000–500 BCE)
Reviewed by Aren M. Maeir

Herman C. Waetjen
The Letter to the Romans: Salvation as Justice and the Deconstruction of Law
Reviewed by M. Eugene Boring

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog

Resenhas na RBL – 27.07.2015

As seguintes resenhas foram recentemente publicadas pela Review of Biblical Literature:

Robert L. Cole
Psalms 1–2: Gateway to the Psalter
Reviewed by W. Dennis Tucker Jr.

Paba Nidhani De Andrado
The Akedah Servant Complex: The Soteriological Linkage of Genesis 22 and Isaiah 53 in Ancient Jewish and Christian Writings
Reviewed by John W. Fadden

David A. Lamb
Text, Context and the Johannine Community: A Sociolinguistic Analysis of the Johannine Writings
Reviewed by Wendy E. S. North

Jennifer Houston McNeel
Paul as Infant and Nursing Mother: Metaphor, Rhetoric, and Identity in 1 Thessalonians 2:5-8
Reviewed by Thomas R. Blanton IV

Gregory Mobley
The Return of the Chaos Monsters—and Other Backstories of the Bible
Reviewed by Bernard F. Batto

Dietmar Neufeld
Mockery and Secretism in the Social World of Mark’s Gospel
Reviewed by Joshua D. Garroway

Thomas Römer
Dark God: Cruelty, Sex, and Violence in the Old Testament
Reviewed by Juan Miguel Betancourt

Laura C. Sweat
The Theological Role of Paradox in the Gospel of Mark
Reviewed by M. Geert van Oyen

Arthur P. Urbano
The Philosophical Life: Biography and the Crafting of Intellectual Identity in Late Antiquity
Reviewed by Edmund P. Cueva

H. H. Drake Williams III
Jesus Tried and True: Why the Four Canonical Gospels Provide the Best Picture of Jesus
Reviewed by Richard A. Burridge

>> Visite: Review of Biblical Literature Blog

Uma introdução ao Antigo Testamento por Ska

Ogni libro è un mondo e un invito all’avventura. Vale anche per i libri biblici.

Cada livro é um mundo e um convite à aventura. Vale, também, para os livros bíblicos.

SKA, J.-L. O Antigo Testamento explicado aos que conhecem pouco ou nada a respeito dele. São Paulo: Paulus, 2015, 164 p. – ISBN 9788534941822.

O sentido dos textos bíblicos nem sempre é de imediata compreensão. É necessária certa familiaridade com a linguagem, a cultura e a mentalidade do Oriente Médio antigo. Sem uma preparação adequada e um esforço necessário de compreensão, muitos desses textos permanecem obscuros. Por isso, o autor pretende oferecer um instrumento para a leitura deles, partindo de algumas perguntas muito simples: Que é o Antigo Testamento? Quem escreveu os livros da Bíblia? Quem foi encarregado de reuni-los? Quem fez a escolha deles e segundo quais critérios? Por que alguns livros ficaram de fora? Qual a ordem cronológica em que foram compostos? Biblista de renome, Jean-Louis Ska conclui essa viagem de descoberta do Antigo Testamento com as seguintes palavras: “Permanece, agora, uma única coisa a ser feita: escolher um volume, abri-lo, habituar-se com o seu perfume, com o seu rosto e a sua forma, para se fazer íntimo, como com um amigo. Cada livro é um mundo e um convite à aventura. Vale, também, para os livros bíblicos”.

SKA, J.-L. O Antigo Testamento explicado aos que conhecem pouco ou nada a respeito dele. São Paulo: Paulus, 2015

O original italiano é de 2011. Mas já está, em 2015, na quarta edição.

SKA, J.-L. L’Antico Testamento: Spiegato a chi ne sa poco o niente. 4. ed. Cinisello Balsamo (Milano): San Paolo, 2015, 174 p. – ISBN 9788821570919.

Sobre Jean-Louis Ska, confira aqui e aqui.

Mês da Bíblia 2015: O Evangelho de João

Permanecei no meu amor para dar muitos frutos – Jo 15,8-9

:: Mês da Bíblia 2015: Discípulos Missionários a partir do Evangelho de João. Brasília: CNBB, 2015, 60 p. – ISBN 9788579723704.

:: Bíblia Gente: O livro de João: roteiros para encontros – 2015  —  Download do Folheto Bíblia Gente 2015

:: CENTRO BÍBLICO VERBO, Permanecei no meu amor para dar muitos frutos (15,8-9). Entendendo o Evangelho de João. São Paulo: Paulus, 2015, 128 p. – ISBN 9788534941662.

:: SAB, Mês da Bíblia 2015. Discípulos missionários a partir do Evangelho de João. São Paulo: Paulinas, 2015.

:: VIDA PASTORAL n. 305, set.-out. 2015: Mês da Bíblia: Evangelho de João.

Sobre o Mês da Bíblia, leia aqui e aqui.

 

Para aprofundamento:

:: BARRETO, J.; MATEOS, J. O Evangelho de São João: análise linguística e comentário exegético. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2021, 960 p. – ISBN 9786555622461.

Diz a editora:BARRETO, J. ; MATEOS, J. O Evangelho de São João: análise linguística e comentário exegético. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2021
Os autores fazem um comentário completamente original do quarto Evangelho. O ponto de partida é a consideração do texto como obra unitária, onde cada parte só pode ser compreendida na sua relação com o todo. O método usado é o da análise linguística e literária, para chegar ao significado da obra no seu conjunto. Os autores lêem o texto a partir do próprio texto, levando em consideração a linguagem e o ambiente cultural judaico da época em que foi redigido este Evangelho. Da análise dos termos e das estruturas lingüísticas e literárias, os autores chegam ao sentido teológico do quarto Evangelho de João, finalizando com uma hermenêutica objetiva, livre de fantasias e preconceitos doutrinais. Obra imprescindível para o aprofundamento do evangelho joanino.

O original espanhol: MATEOS, J; BARRETO, J. El Evangelio de Juan: análisis lingüístico y comentario exegético. 3. ed.  Madrid: Cristiandad, [1979], 1992, 956 p. – ISBN 9788470572616.

Li este livro quando foi traduzido do espanhol (2. ed., 1982) para o português em 1989. Nunca tinha lido nada tão extraordinário e estimulante sobre João. Recomendo para quem tiver fôlego.

:: MATEOS, J. ; BARRETO, J. Vocabulário teológico do evangelho de São João. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2019, 296 p. – ISBN 9788534950701.

Diz a editora:
Inicialmente concebido como resumo-índice do comentário ao IV evangelho, este vocabulário acabou se tornando um volume independente, que é de grande ajuda para familiarizar-se com a linguagem de João, para relacionar os termos próprios do IV evangelho e entender o pano de fundo judaico e o sentido simbólico desses termos.

 

Informação de Ediciones Cristiandad sobre Juan Mateos:

Juan Mateos (1917-2003)Juan Mateos (fallecido en Málaga el 23 de septiembre de 2003 a los 86 años de edad) Jesuita. Biblista. Antes de dedicarse a la traducción de la Escritura [la traducción castellana del Nuevo Testamento de la Nueva Biblia Española -Madrid 1975], Mateos era conocido como uno de los mejores y más prestigiosos especialistas en liturgias orientales del mundo. Residió en Roma durante muchos años, enseñando en el Pontificio Instituto Oriental y en el Instituto Bíblico, periodo durante el cual alternaba la enseñanza académica con conferencias y cursos de estudio en muchas naciones. Hombre de gran apertura hacia las distintas expresiones de la fe, Mateos creó un método exegético propio para el estudio del Nuevo Testamento, basado en el análisis filológico y semántico de cada palabra. Tras la elección al Pontificado del Papa Wojtyla, Mateos dejó Roma. Allí [Granada] prosiguió su investigación en torno al evangelio de Marcos. En 1982 publicó su estudio Los “Doce” y otros seguidores de Jesús en el Evangelio de Marcos, que le costó la pérdida de la enseñanza en las Universidades Pontificias de Roma.

Da tradução do Novo Testamento para o espanhol, para a Nueva Biblia Española, junto com Luis Alonso Schökel, disse o linguista Eugene A. Nida, ser a melhor tradução de todas até então feitas em uma língua europeia.

Eugene A. Nida, — especialista en lingüística aplicada a la traducción de la Biblia y Presidente durante muchos años de las Sociedades Bíblicas Unidas (American Bible Societies) — ha dicho que es “la mejor traducción de cuantas se han hecho a las lenguas europeas”.

Informações mais detalhadas sobre Juan Mateos podem ser lidas aqui e aqui.

Livros, leitura, literatura: listas e mais listas

Você gosta de livros, leitura, literatura?

Então os seguintes endereços podem lhe interessar. Ou não, pois isto é muito subjetivo. Mas dê uma olhada.

Listas e mais listasOs interessados podem encontrar muitos dos livros citados em formato eletrônico e melhor, de graça, na internet. Nas línguas originais ou em tradução. Consulte, com paciência e persistência, Mais ebooks gratuitos para Kindle e outros leitores.

:: Os 100 melhores livros de todos os tempos, a lista das listas – Por Carlos Willian Leite – Revista Bula  — Mais listas de livros… [Diriam os alemães: Listen… und noch mehr Listen!]

:: BOXALL, P. (ed.) 1001 Books You Must Read Before You Die. London: Cassell Illustrated, 2012, 960 p.  – ISBN 9781844037407

– Confira: 1001 Books To Read Before You Die – Reviewing the 1001 books
– Confira: The Greatest Books
– Confira: 100 Books to Read before You Die: Creating the Ultimate List

:: Five Books – The best books on everything

:: As 15 Livrarias Mais Maravilhosas do Mundo – Chiado Magazine

:: 37 modern libraries (= bibliotecas) from around the world – Piotr Kowalczyk: Ebook Friendly

:: As 20 bibliotecas mais bonitas do mundo –  Por Ian Castelli: Viajali

:: Estantes criativas 

O livro organizado por Peter Boxall é muito interessante. Estou usando uma versão para Kindle e apreciando muito. O autor, que conta neste livro com mais de 100 colaboradores, é Professor de literatura inglesa na Universidade de Sussex, Brighton, Reino Unido. A primeira lista é de 2006, mas procure a de 2010, que está mais internacionalizada.

Mudanças em Meguido

Acabei de ler no blog de Jim West e cito aqui porque pode interessar a alguns colegas.

Changes in the Megiddo Expedition’s Directorship

About a month ago our friend Eric Cline, co-director of the Expedition, wrote to me to announce his wish to retire from the Megiddo operation. Eric is busy with many duties as co-director at Kabri, now editor of BASOR, teacher, researcher, author and above all, family man, and all this has become a bit too much for him. I answered my friend Eric with warm words – to thank him for his over 20 years contribution to the success of the Megiddo Expedition and for his friendship.

As a result of Eric’s decision, we had to take decisions regarding the future management of the Expedition. Margaret, Sivan, Matt, Mario and I met today and decided as follows:
1. Starting in the season of 2016 (well, effectively as of today), the Expedition is directed by Israel Finkelstein, Matthew Adams and Mario Martin.
2. This means that Matt takes over the management of the Megiddo consortium.

For me personally it is with great satisfaction that I see two of my Megiddo students (one of them joined at the age of 18!) become co-directors.

Again, I am sure that I am speaking on behalf of all of us to thank Eric for his many years with us and wish him the best in the coming years; as I told him earlier today, he will remain a prominent member of the House of Lords of Megiddo/Armageddon…

Israel Finkelstein

Fonte: The Meggiddo Expedition – Posted Aug 10, 2015, 12:32 AM by Assaf Kleiman

Israel Finkelstein é muito citado em minha página, mas Eric Cline também vale a pena ser lido. Confira aqui.

Como anda a história antiga de Israel no Brasil?

Um livro interessante que acabei de folhear:

POZZER, K. M. P. et al. (orgs.) Um outro mundo antigo. São Paulo: Annablume, 2013, 338 p. – ISBN 9788539105632.

Recomendo especialmente a leitura de  A História Antiga de Israel e os Novos Horizontes de Pesquisa, capítulo escrito por Josué Berlesi, da Universidade Federal do Pará, e Emanuel Pfoh, da Universidade de Buenos Aires.

Um pequeno trecho:

Os manuais de “História de Israel” têm sido, durante muito tempo, uma paráfrase racionalista do texto bíblico. De fato, grande parte da historiografia sobre essa temática foi conduzida por religiosos (…) Dentro e fora da academia a história dos antigos israelitas era vista como a evolução de um único grupo, ou seja, aceitava-se a sequência: patriarcas, escravidão no Egito, êxodo, conquista da Palestina, confederação das 12 tribos, monarquia davídico-salomônica, divisão entre reino do norte e do sul, exílio e volta para a terra. Acreditava-se que todas essas etapas estavam em conformidade com as evidências arqueológicas e fontes extrabíblicas, de tal modo, houve um razoável consenso sobre a história de Israel até meados da década de 70 do século XX (…) Uma mudança significativa só veio a ocorrer, de fato, a partir da década de 1990, com a criação do Seminário Europeu sobre Metodologia Histórica. O grupo de pesquisadores que possibilitou o surgimento do referido seminário se uniu em torno das frustrações referentes ao debate sobre o Israel antigo. A partir de então, tem sido conduzida uma profunda revisão deste tema, de modo que os resultados obtidos até o presente momento colocam em xeque o paradigma tradicional da história antiga de Israel. Dentro do mencionado seminário destacou-se um grupo de pesquisadores que ficaram conhecidos como Escola de Copenhague ou minimalistas, os quais, gradativamente, adquiriram notoriedade internacional. Apesar destas significativas mudanças no âmbito historiográfico internacional, os estudos sobre a história de Israel levados a cabo no Brasil se encontram afastados do recente debate referente a essa temática. Isso se deve, sobretudo, ao fato de que em nosso país…

Após explicarem algumas das causas, constatam os autores:

No tocante especificamente ao Brasil, pode-se dizer que o antigo Israel continua sendo interpretado como uma unidade que se forma fora da Palestina e, em fase posterior, a conquista militarmente, evoluindo de uma confederação tribal até uma monarquia e assim por diante. Uma hipótese que explica a preservação desse olhar tradicional sobre a história do Israel antigo reside, possivelmente, no sentimento religioso que dominou a historiografia acerca deste tema, a partir da qual, muitas vezes confundiu-se e ainda confunde-se o relato bíblico com a história de Israel. Essa visão tradicional só passou a ser combatida, com maior energia, há pouco mais de uma década até mesmo nos centros acadêmicos mais avançados.

Este livro está disponível online em Academia.edu.

Saiba mais sobre Josué Berlesi aqui e aqui e sobre Emanuel Pfoh aqui.

Leia Mais:
A história de Israel na pesquisa atual

Truco no Congresso

Desde o início dessa legislatura, a Câmara dos Deputados, presidida por Eduardo Cunha, e o Senado, presidido por Renan Calheiros, ambos do PMDB, têm reivindicado – e logrado – um lugar de destaque na condução política do país e no noticiário nacional. Acompanhar de perto, monitorar e checar o trabalho dos deputados federais e senadores torna-se portanto ainda mais essencial para o cidadão compreender e participar do debate sobre os rumos do país. Por isso, a Agência Pública e o Congresso em Foco unem forças para lançar o Truco no Congresso, um projeto de fact-checking permanente sobre o dia a dia parlamentar inspirado no jogo de cartas “Truco”. No Truco no Congresso, checamos as frases mais relevantes apresentadas pelos congressistas dentro e fora do plenário, cruzamos dados referentes ao que foi dito e verificamos os projetos de lei apoiados pelas bancadas. Então distribuímos as cartas correspondentes, deixando claro para o leitor até que ponto o que os parlamentares dizem é verdadeiro, se o contexto correto muda a informação ou se o que falam é simplesmente um blefe.

O Pai Nosso trata da fome, do endividamento, da opressão

A atuação de Jesus foi intensamente política. O Pai Nosso, a Oração do Senhor, fala, no seu contexto original, da opressão, do endividamento, da fome, da insegurança social. Jesus pregava o perdão das dívidas na sociedade palestina do século primeiro. Por isso foi preso e crucificado.

Quem diz isso?

OAKMAN, D. E. Jesus, Debt, and the Lord’s Prayer: First-Century Debt and Jesus’ Intentions.  Eugene, OR: Cascade Books, 2014, xx + 144 p.  – ISBN 9781498222518.OAKMAN, D. E. Jesus, Debt, and the Lord’s Prayer: First-Century Debt and Jesus’ Intentions. Eugene, OR: Cascade Books, 2014

The Lord’s Prayer in Social Perspective, o terceiro capítulo deste livro, foi publicado pela primeira vez em CHILTON, B.; EVANS, C. E. (eds.) Authenticating the Words of Jesus. Leiden: Brill, 1999, p. 137-186. O texto pode ser lido aqui. Ou aqui.

 

Certa vez mencionei, em um artigo, os estudos de Douglas E. Oakman sobre o Pai Nosso:

Douglas E. Oakman, em um estudo sobre as condições de vida dos camponeses palestinos da época de Jesus, mostra que a violência que sofriam era brutal. Fraudes, roubos, trabalhos forçados, endividamento, perda da terra através da manipulação das dívidas atingiam a muitos. Existia uma violência epidêmica na Palestina.

E é neste contexto que Oakman propõe uma leitura radical do Pai Nosso. “Ele sugere” – diz R. L. Rohrbaugh – “que o pedido ‘perdoa-nos as nossas dívidas’ (Mt 6,12) refere-se aos processos nos quais os camponeses perdiam sua terra para os credores urbanos que sistematicamente exploravam as condições econômicas precárias em que viviam.

Além disso, argumenta Oakman, a prece final (Mt 6,13) ‘não nos ponha em teste’ – normalmente traduzida com a ideia anacrônica de não cair em tentação – é o apelo do camponês para que não seja levado a um tribunal de cobrança de dívidas e colocado diante de um juiz corrupto (‘mas livra-nos do Maligno’) cujo veredicto daria à expropriação de sua terra força de lei” (ROHRBAUGH, R. L. (ed.) The Social Sciences and New Testament Interpretation. Grand Rapids: Baker Academic, 2003, p. 6).

Mt 6,12-13 diz: καὶ ἄφες ἡμῖν τὰ ὀφειλήματα ἡμῶν, ὡς καὶ ἡμεῖς ἀφήκαμεν τοῖς ὀφειλέταις ἡμῶν· καὶ μὴ εἰσενέγκῃς ἡμᾶς εἰς πειρασμόν, ἀλλὰ ῥῦσαι ἡμᾶς ἀπὸ τοῦ πονηροῦ. εἰσενέγκῃς é um aoristo ingressivo e pode significar que alguém é arrastado e levado perante um juiz ou um tribunal (cf. Lc 12,11: “Quando vos conduzirem [εἰσφέρωσιν] às sinagogas, perante os principados e perante as autoridades, não fiqueis preocupados como ou com o que vos defender”). O genitivo πονηροῦ pode vir do neutro, significando o mal em geral, como a tradição latina o leu, influenciada por Santo Agostinho, ou pode vir do masculino, o Maligno, opção mais adequada à mentalidade dos primeiros cristãos. Assim o leram os Padres Orientais. É que o uso do neutro τὸ πονηρόν no sentido de “o mal” não pertence ao vocabulário do Novo Testamento, nem combina com a mentalidade semítica, que foge das abstrações. Cf. também HANSON, K. C.; OAKMAN, D. E. Palestine in the Time of Jesus: Social Structures and Social Conflicts. 2. ed. Minneapolis: Augsburg Fortress, 2008. Apesar da fascinante leitura de D. Oakman, a maioria dos especialistas lêem τοῦ πονηροῦ, tanto no masculino como no neutro em sentido escatológico, como no seguinte texto: “A decisão em favor de um ou de outro não modifica essencialmente a intenção do que foi dito por Mateus, porque aqui trata-se da realidade atual urgente e da realidade e atividade escatológica iminente do mal…” BALZ, H. ; SCHNEIDER, G. (eds.) Diccionario Exegético del Nuevo Testamento II. Salamanca: Sígueme, 1998, verbete πονηρός.

 

Na avaliação de Philip F. Esler, University of Gloucestershire, Cheltenham, Gloucestershire UK:

While the Lord’s Prayer is foundational for Christian belief and identity, no other scholar has done more in recent decades than Douglas Oakman to explore its original meaning in the context of Jesus’s life and ministry. With Oakman’s incisive and wide-ranging understanding of the first-century Palestinian world, that meaning comes to life in this volume as the inspiring and hope-filled expression of someone deeply and compassionately invested in the plight of the poor… Oakman brings the Lord’s Prayer to life for our world.

 

Da resenha de David A. Fiensy, publicada na RBL em 16.07.2015:

Since the author’s first publication of his essay “Jesus and Agrarian Palestine: The Factor of Debt” (Society of Biblical Literature 1985 Seminar Papers), his thesis of widespread indebtedness in the Galilee of Jesus’s time has been resonating in scholarly circles. Later Oakman added presentations on the Lord’s Prayer and on Jesus as a tax resister. These three essays are now collected here along with an introduction and brief conclusion to form his current offering.

Oakman’s thesis is that Jesus wanted debt forgiveness in first-century Palestinian society. Jesus had an explicitly “subversive revolutionary agenda” (41) that “attracted a following of people victimized by debt” (41). In addition, developing this theme further, Oakman maintains that Jesus was a tax resister who tried to alleviate indebtedness by avoiding payment of taxes and by distortion of the tax records (100). He compares Jesus with Judas of Gamla, both of whom were tax resisters (61, 101). Jesus was a political revolutionary, albeit not a violent one (117). Jesus’s ministry/activity was political and not about “religion or theology” (117). The  Lord’s Prayer was originally about “oppression, indebtedness, hunger, and social insecurity” (90).

Jesus advocated tax resistance as the “concrete expression of the kingdom of God” (94) and that, because of his tax resistance, Jesus was crucified.

 

Quem é Douglas E. Oakman?

Douglas E. Oakman has been with the faculty of Pacific Lutheran University since 1988. Prior to that he taught at Santa Clara University, the University of San Francisco, and San Francisco Theological Seminary. He was chair of the Religion Department from 1996-2003 and Dean of Humanities from 2004-2010.

Oakman has published numerous articles applying the social sciences to biblical studies. He is the author of Jesus and the Economic Questions of His Day (1986), with K. C. Hanson the award-winning Palestine in the Time of Jesus (second edition, 2008), Jesus and the Peasants (Cascade Books, 2008), The Political Aims of Jesus (2012), and Jesus, Debt, and the Lord’s Prayer (Cascade Books, 2014).