Dom Tomás Balduíno fala sobre as eleições 2010

Em Notícias: IHU On-Line, de 18/10/2010, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e presidente honorário da CPT nacional, fala sobre as eleições de 31 de outubro.

E explica porque Serra não pode vencer.

Faltando duas semanas para a realização do segundo turno, religiosos/as católicos/as e evangélicos/as lançaram uma carta declarando o voto na candidata do PT Dilma Rousseff. A IHU On-Line entrevistou, por telefone, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e presidente honorário da CPT nacional, que também assinou o documento. Na entrevista, ele fala sobre a necessidade de escrever o documento em apoio à Dilma. “A questão não é o amor à Dilma, mas o ódio ao projeto de Serra. A opção por Dilma é simbólica, o significado da opção por Dilma é o mesmo de Lula, é a possibilidade da caminhada dos Sem Terra, dos negros, dos índios sem repressão”, explica.

Leia:

“Trata-se de derrotar a ‘direitona’ que é contra os pobres, negros, índios e camponeses”. Entrevista especial com Dom Tomás Balduíno

Nota da CNBB sobre as eleições antes do 1º turno

Nota da CNBB na proximidade das eleições

Constantes interpelações têm chegado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB a respeito de seu posicionamento em relação às eleições do próximo dia 3 de outubro.

Falam em nome da CNBB somente a Assembleia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência. O único pronunciamento oficial da CNBB sobre as eleições/2010 é a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada pela 48ª Assembleia Geral da CNBB, deste ano, cujo conteúdo permanece como orientação neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País.

Nessa Declaração, a CNBB, em consonância com sua missão histórica, mantém a tradição de apresentar princípios éticos, morais e cristãos fundamentais para ajudar os eleitores no discernimento do seu voto visando à consolidação da democracia entre nós.

Reafirmamos, portanto, o que diz a Declaração: “A campanha eleitoral é oportunidade para empenho de todos na reflexão sobre o que precisa ser levado adiante com responsabilidade e o que deve ser modificado, em vista de um Projeto Nacional com participação popular.

Por isso, incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana. Em particular, encorajamos os leigos e as leigas da nossa Igreja a que assumam ativamente seu papel de cidadãos colaborando na construção de um País melhor para todos.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro”.

Brasília, 16 de setembro de 2010 – 11h11

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana – MG
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Nota da CNBB sobre as eleições após o 1º turno

Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB – e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembleia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembleia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010 – 15h55

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Declaração do Presidente da IECLB sobre as eleições

Pelo fim da guerra santa nas eleições

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB tem exercido na área pública e no cenário político uma postura de vigilância profética e de ação calcada no princípio do amor ao próximo. Não tem perseguido interesses próprios institucionais, mas tem buscado, no âmbito de sua responsabilidade, servir as pessoas em suas necessidades físicas e espirituais.

Em seu próprio nome e em sua Constituição, a IECLB adotou deliberadamente a designação de ser igreja no Brasil, com “todas as consequências que daí resultarem para a pregação do Evangelho neste país e a corresponsabilidade para a formação da vida política, cultural e econômica de seu povo”, como formulado pelo Pastor Presidente H. Dohms já em 1949, no Concílio constitutivo da então denominada Federação Sinodal. Marco histórico foi também o chamado Manifesto de Curitiba, adotado no Concílio Geral de 1970, quando em meio ao período mais sombrio do regime militar, a IECLB estabeleceu critérios claros de distinção entre Igreja e Estado, entre esferas pública e privada, sem, contudo, separá-los como autônomas ou estanques. Realçou, por isso mesmo, o papel de vigia da igreja, por exemplo, na denúncia de infrações aos direitos humanos.

Um princípio fundamental da Reforma, no século XVI, e parte integrante da confessionalidade luterana, é também o total respeito à consciência de cada pessoa e a suas próprias decisões de fé, ainda que a Igreja deva proclamar sempre e em todos os lugares os valores da Palavra de Deus. Entre estes se destacam o cuidado para com toda a criação, a dignidade de todo ser humano como criatura criada à imagem de Deus e a edificação de comunidades acolhedoras e fraternas, nas quais não haja exclusões e onde, por isso mesmo, gozam de especial carinho todas as pessoas pobres, as que padecem necessidades ou sofrem injustiças e opressão.

Esses são princípios básicos que norteiam quem é cristão em seu discernimento ético e também na avaliação das propostas políticas em debate na Nação. Repudiamos como incompatível com a fé cristã todas as tentativas de “sacralizar” o embate político, sobretudo qualquer tentativa de “satanizar”ou “demonizar” pessoas ou forças políticas adversárias. Quem o faz deve se perguntar e ser questionado se não está sendo ele próprio instrumento da injustiça e do mal. Já há quase cinco séculos, o Reformador Lutero repudiou completamente o conceito de “guerra santa” como falsificação da palavra de Deus. Devemos resistir à tentação de reintroduzi-lo em nossas consciências e na vida política.

Uma preocupação especial temos com o uso, melhor dito, o abuso da internet. Nesta campanha, ela tem se revelado como instrumento poderoso não apenas para a difusão de notícias e opiniões, bem como para análises da realidade, mas também, em larga medida, para disseminar calúnias e difamações, muitas vezes de forma acobertada pelo anonimato ou até mesmo fazendo uso indevido de nomes de pessoas ou entidades respeitáveis e conceituadas.

Exortamos, portanto, a todas as pessoas, em particular os membros da IECLB, a que não se deixem seduzir por acusações oportunistas ou temáticas diversionistas, nem se deixar levar por emoções artificialmente induzidas.Ao contrário, examine-se com sobriedade, à luz dos valores de nossa convicção evangélica, acima arrolados, a nossa realidade, suas mazelas e suas belezas, o momento peculiar que vivemos como Nação, a qualidade de vida que temos e pretendemos alcançar. Avaliem-se também as propostas de programa da candidata Dilma e do candidato Serra. Em que consistem? Qual seu alcance e resultado? Avançam a justiça e a solidariedade no país? São exequíveis ou apenas promessas de campanha?

Assim, decida cada qual em sua consciência.

Porto Alegre, 14 de outubro de 2010

Dr. Walter Altmann
Pastor Presidente da IECLB

Declaração do Regional Sul 1 da CNBB sobre as eleições

Declaração sobre as Eleições

Os bispos católicos do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), do Estado de São Paulo, em sintonia com a DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLITICO NACIONAL, da 48ª Assembleia Geral da Conferência (Brasília, maio de 2010), esclarecem que não indicam nem vetam candidatos ou partidos e respeitam a decisão livre e autônoma de cada eleitor.

O Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas Declarações e Notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos.

Reafirma, outrossim, as orientações quanto a critérios e princípios gerais a serem levados em conta no discernimento sobre o momento político, já oferecidos pela 73ª Assembleia Geral do Regional Sul 1 (Aparecida, junho de 2010), expressos na Nota VOTAR BEM.

Recomenda, enfim, a análise serena e objetiva das propostas de partidos e candidatos, para que as eleições consolidem o processo democrático, o pleno respeito aos direitos humanos, a justiça social, a solidariedade e a paz entre todos os brasileiros.

Indaiatuba (Itaici), SP, 16 de outubro de 2010.

Dom Nelson Westrupp – Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 e Bispos do Regional Sul 1

Contato Regional Sul 1
Presidente: Dom Nelson Westrupp
Vice-Presidente: Dom Benedito Beni dos Santos
Secretário: Dom Airton José dos Santos
Secretário Executivo: Pe. Nelson Rosselli Filho

Endereço:
Rua Conselheiro Ramalho, 726 – Bairro Bela Vista
01325-000 – SÃO PAULO – SP
Fone: (11) 3253-6788
Fax: (11) 3253-4749
E-mail: cnbbs1@cnbbsul1.org.br e secexecutivo@cnbbsul1.org.br
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