Frase do dia – 05.02.2007

Wie dem auch sei. Sie haben gehört, Senhor, was ich zu Ihnen gesagt habe: Böse gegen Böse, am Ende brechen sie sich gegenseitig das Genick – Gott wartet nur, bis es soweit ist. Junger Mann: Gott ist Geduld. Das Gegenteil vom Teufel. Der nutzt sich ab.

Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, em tradução alemã, p. 20-21.

Biblioblogueiro de fevereiro de 2007: Jim West

Brandon Wason, em Biblioblogs.com, entrevista Jim West, autor do biblioblog Dr Jim West, escolhido como o biblioblogueiro do mês de fevereiro de 2007.

Jim West é por demais conhecido para ser apresentado. Só lembro aos leitores que, como diz Brandon Wason, ele é the most prolific blogger in the history of the medium, ou, como eu disse certa vez em um post, o mais animado dos biblioblogueiros.

Chamou minha atenção, de modo especial, um trecho da entrevista, onde Jim fala sobre o que é determinante para a qualidade de um blog, ou melhor, um biblioblog:

If a blog integrates somehow academic biblical / theological studies with current events, then you really are on to something. Or, as Karl Barth put it, you should have a “Bible in one hand and the newspaper in the other”. And having such, integrate them in such a way that the wider public realizes that the Biblical message is meaningful to them, today.

Ou seja: aquilo que sempre defendemos em terras tupiniquins: Bíblia e Realidade. Ou: estimulado pelos problemas da realidade (pré-texto), busca-se uma luz na Bíblia (texto), que é lida e aprofundada dentro da comunidade (con-texto), como explicou tão bem Carlos Mesters no seu livro Flor sem defesa.

E, claro, fiquei feliz ao ver o Observatório Bíblico citado entre os biblioblogs preferidos do Jim.

Ao lado de Chris Tilling (Chrisendom – Tübingen, Alemanha), Chris Heard (Higgaion – Malibu, California, USA), Mark Goodacre (NT Gateway Weblog – Durham, North Carolina, USA), Brandon Wason (Novum Testamentum Blog – Atlanta, Georgia, USA) , Ben Myers (Faith and Theology – Brisbane, Austrália), James Spinti (Idle Musings of a Bookseller – Winona Lake, Indiana, USA) e James Crossley (Earliest Christian History – Sheffield, Reino Unido).

Chamado de Paris

Folha Online: 03/02/2007 – 10h09

da Efe, em Paris

Mais de 40 países pedem organização da ONU para o meio ambiente

Mais de 40 países apóiam a criação de uma organização da ONU para o Meio Ambiente proposta na conferência internacional “Cidadãos da Terra”, que terminou nesta sábado em Paris com um chamado ao combate contra a degradação do planeta. “Hoje, sabemos que a humanidade está destruindo, a uma velocidade aterrorizadora, os recursos e equilíbrios que permitiram seu desenvolvimento e que determinam seu futuro“, diz o “Chamado de Paris”, lido no fim da conferência pelo anfitrião do encontro, o presidente da França, Jacques Chirac (cont.)

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Especial Mudanças Climáticas
Humans blamed for climate change

Fundamentalismo: um modo de estar no mundo

Vira e mexe, passa boi passa boiada, demora… mas, como não há nada como um dia depois do outro, o que escrevo na Ayrton’s Biblical Page e no Observatório Bíblico, acaba, de vez em quando – embora não seja sempre, nem frequente, muito menos dominante, ainda bem! – provocando reações fundamentalistas de determinados leitores indignados com a leitura acadêmica ou “científica” da Bíblia.

Certos fundamentalistas atiram para todo lado: na exegese moderna de modo geral; nos exegetas como um grupo de intelectuais que “matam” a Bíblia e que deveriam, portanto, ser silenciados, podados, extintos, em benefício da “verdadeira” Palavra de Deus; nos exegetas que chegam a ser – anacronicamente – comparados aos “doutores da Lei” do NT e responsabilizados, como aqueles (gente, acorda: foram os romanos!), pela morte de Jesus; nos exegetas “críticos” e destruidores da verdade; na ciência moderna como compreensão inadequada e até mesmo descabida da realidade; na razão humana como negação da fé… Reações que sempre procuram afirmar sua legitimidade com citações da Bíblia, com leituras literalistas dos textos bíblicos (uma tradução perrengue pode algum dia ser considerada texto literal?)… e por aí afora.

Acabo de chegar de mais uma reunião do grupo dos Biblistas Mineiros, ocorrida ontem em Belo Horizonte, reunião de dia inteiro, muito proveitosa, onde, entre outras coisas, discutimos o tema de nosso próximo número da revista Estudos Bíblicos publicada pela Vozes. Que tratará da questão dos métodos de leitura da Bíblia. E de sua necessidade. E, é claro, em nosso estudo, mesmo que captada apenas com o canto do olho, aparecerá a análise do modo fundamentalista de ver a realidade. Modo que recusa como necessária qualquer metodologia exegética porque acredita ter acesso direto e exclusivo ao significado do texto bíblico.

Se esse pessoal lesse Kant e soubesse da distinção entre “noumenon” e “fenômeno”. Se esse pessoal lesse física quântica e descobrisse o quanto a realidade é diferente do que aparenta ser. Ah, mas não lê. E nem relê! Já dizia o grande R. Barthes: Quem não relê um texto, lê, em todos os textos, sempre o mesmo texto.

Quer exemplos? Leia nos comentários dos posts do Observatório Bíblico aqui e aqui.

Recomendo a releitura – quem não relê, já sabe, não? – do post que escrevi em 7 de janeiro de 2006: Fundamentalismo: um desafio ecumênico.

Ezequias e os espiões da Assíria

DUBOVSKÝ, P. Hezekiah and the Assyrian Spies: Reconstruction of the Neo-Assyrian Intelligence Services and its Significance for 2 Kings 18–19. Roma: Pontificio Istituto Biblico, 2006, xviii + 308 p. ISBN 9788876533525.

Resenha de Alan Lenzi – Journal of Near Eastern Studies. Chicago, vol. 71, n. 1, p. 121-123, 2012.DUBOVSKÝ, P. Hezekiah and the Assyrian Spies: Reconstruction of the Neo-Assyrian Intelligence Services and its Significance for 2 Kings 18–19. Roma: Pontificio Istituto Biblico, 2006

Neste estudo bem fundamentado, Peter Dubovský fornece uma nova leitura intrigante de 2 Reis 18-19, o relato da invasão de Judá por Senaquerib em 701 AEC, à luz dos serviços de inteligência neoassírios. Embora Dubovský caracterize seu trabalho como uma contribuição para os estudos bíblicos, a maior parte do livro (p. 32-238) reconstrói a estrutura e as operações da rede de inteligência neoassíria e, portanto, também atrairá os assiriólogos.

Dubovský divide seu livro em seis capítulos. A introdução, capítulo 1 (p. 1-9), fornece uma breve visão geral de estudos anteriores, uma declaração de propósito e breves notas sobre fontes e definições. O propósito declarado do autor é “contextualizar as fontes bíblicas [de 2 Reis 18-19] no sentido de investigar até que ponto elas refletem a realidade dos serviços de inteligência neoassírios” (p. 5). Informado por uma ampla gama de literatura de inteligência teórica (incluindo trabalhos em russo e tcheco), Dubovský define “inteligência” de três maneiras: informação, atividade (ou seja, coleta e análise) e organização (a rede). Ele é rápido em notar, no entanto, que os agentes não são meramente coletores e analisadores; eles também implementam várias operações, especialmente “engano, contrainteligência, guerra psicológica e ação secreta” (p. 8).

No capítulo 2 (p. 10-31), Dubovský analisa a narrativa bíblica para extrair suas percepções da guerra psicológica neoassíria e os tipos de inteligência que os assírios precisariam para conduzir tais operações com eficácia. O objetivo é entender como a Bíblia apresenta os assírios do ponto de vista das atividades de inteligência. Uma pequena falha em uma leitura interessante é o breve uso de 2 Crônicas 29-32 (p. 29) para preencher a apresentação do Deuteronomista da inteligência política assíria.

Dubovský reconstrói a rede de inteligência imperial neoassíria e as práticas associadas nos próximos dois capítulos.

No capítulo 3 (p. 32-160), trabalhando a partir de estudos de caso organizados por área geográfica (Urartu, Elam, Babilônia e deserto da Arábia, além de uma seção sobre espionagem atrás das linhas inimigas), Dubovský oferece uma série de situações que ilustram a diversidade e abrangência dos interesses de inteligência neoassírios e os vários meios pelos quais eles obtiveram informações. Geralmente, os serviços de inteligência operavam nas províncias, zonas de amortecimento e ao longo das fronteiras, mas também tentavam aprender assuntos dentro das potências imperiais concorrentes. As prioridades de inteligência incluíam: monitorar o inimigo (que abrangia, por exemplo, o movimento de tropas, deserções, conflitos fronteiriços, atividades militares de outros reinos e o paradeiro e até a saúde de reis estrangeiros); informar sobre interesses econômicos (que abrangem questões como contrabando, mercados negros, rotas comerciais, transporte de madeira e encontrar e manter contatos apropriados para auxiliar nas operações de campo); e observando uma variedade de tópicos tão diversos como agricultura, topografia, etnografia (por exemplo, catalogação de tribos árabes) e atos religiosos (por exemplo, importantes encenações rituais).

O Capítulo 4 (p. 161-188) oferece dois estudos de caso, baseados em cartas e anais, que examinam a implementação assíria de táticas de guerra psicológica durante as campanhas conduzidas por Tiglat-Pileser III e Sargão II. Dubovský apresentou aqui uma sólida reconstrução dos serviços de inteligência neoassírios. Em muitos dos casos, ele detalha os meios de coleta de informações (interceptação de cartas, captura de um espião ou suborno de um funcionário local) e ilustra o fluxo de informações pela rede, do campo para cima. Ele também demonstra como os assírios construíram mecanismos de redundância em seu sistema para garantir a precisão das informações e a fidelidade dos agentes. A maioria das evidências de apoio de Dubovský é reconstruída a partir de textos epistolares em vários estados de preservação dos arquivos neoassírios. Suas reconstruções são razoáveis ​​e sustentadas por uma argumentação completa, mas ele também frequentemente (e compreensivelmente) admite que a evidência permite outras interpretações. Desentendimentos sobre alguns detalhes são inevitáveis.

À luz de suas descobertas, Dubovský retorna à Palestina e ao material bíblico no capítulo 5 (p. 189-260). Depois de avaliar evidências textuais e arqueológicas para demonstrar a presença de agentes de inteligência neoassírios na área, Dubovský avalia a precisão histórica das percepções bíblicas da inteligência assíria e oferece uma leitura crítica da narrativa bíblica. Ele conclui que a narrativa bíblica apresenta um retrato preciso da inteligência neoassíria, embora isso não garanta automaticamente, ele tem o cuidado de notar, a historicidade da narrativa ou sua composição durante o período neoassírio. Em sua leitura da redação final, Dubovský afirma que os editores bíblicos estavam familiarizados com os estratagemas do serviço de inteligência assírio, especialmente suas alegações de onisciência, e o contrapuseram de três maneiras: praticamente, exaltando as habilidades de liderança de Ezequias; literariamente, minando a precisão das afirmações assírias (e, portanto, sua suposta onisciência) por meio de redação textual criativa; e teologicamente, retratando os assírios como blasfemadores e Iahweh como aquele que realmente entendia e controlava a situação. Um breve resumo das descobertas do autor (capítulo 6; p. 261-263) e vários gráficos no apêndice encerram o volume.

Alan LenziNo geral, Dubovský ofereceu uma nova perspectiva sobre 2 Reis 18–19, além de oferecer uma importante reconstrução histórica para os interessados no império neoassírio. O livro é altamente recomendado. Mas tenho algumas dúvidas. Primeiro, o livro deveria ter incluído uma série de mapas para ajudar o leitor a seguir os detalhes geográficos dos estudos de caso nos capítulos 3 e 4. Segundo, o livro inclui apenas um índice de autores modernos, mas seria significativamente mais fácil de usar se incluísse um índice de assuntos, bem como um índice de textos antigos. Finalmente, embora haja uma série de pequenos erros de digitação ao longo do texto, uma parte significativa do texto (com notas de rodapé também) é repetida nas páginas 14-15, e os títulos das tabelas 24 e 25 (p. 220) devem ser trocados. Essas questões menores, no entanto, em nada prejudicam a substância do belo trabalho de Peter Dubovský.

Peter Dubovský é professor de exegese do Antigo Testamento no Pontifício Instituto Bíblico, Roma.

Alan Lenzi é professor no Departamento de Estudos Religiosos da Universidade do Pacífico, Stockton, Califórnia, USA.

 

In this well-argued study, Peter Dubovský provides an intriguing new reading of 2 Kings 18–19, the account of Sennacherib’s invasion of Judah in 701 b . c . e ., in light of Neo-Assyrian intelligence services. Although Dubovský characterizes his work as a contribution to biblical scholarship, the lion’s share of the book (pp. 32–238) reconstructs the structure and operations of the Neo-Assyrian intelligence network, and will thus also appeal to Assyriologists.

Dubovský divides his book into six chapters. The introduction, chapter 1 (pp. 1–9), provides a brief overview of previous scholarship, a statement of purpose, and brief notes on sources and definitions. The author’s stated purpose is “to contextualize the biblical sources [of 2 Kings 18–19] in the sense of investigating to what degree they reflect the reality of Neo-Assyrian intelligence services” (p. 5). Informed by a wide range of theoretical intelligence literature (including works in Russian and Czech), Dubovský defines “intelligence” in a threefold manner: information, activity (that is, collection and analysis), and organization (the network). He is quick to note, however, that agents are not merely collectors and analyzers; they also implement various operations, especially “deception, counterintelligence, psychological warfare, and covert action” (p. 8).

In chapter 2 (pp. 10–31), Dubovský analyzes the biblical narrative to draw out its perceptions of Neo-Assyrian psychological warfare and the kinds of intelligence the Assyrians would have needed to conduct such operations effectively. The goal is to understand how the Bible presents the Assyrians from the point of view of intelligence activities. One minor flaw in an otherwise interesting read is the brief use of 2 Chronicles 29–32 (p. 29) to fill out the Deuteronomist’s presentation of Assyrian political intelligence.

Dubovský reconstructs the Neo-Assyrian imperial intelligence network and associated practices in the next two chapters. In chapter 3 (pp. 32–160), working from case studies organized by geographical area (Urartu, Elam, Babylonia, and the Arabian Desert, plus a section on espionage behind enemy lines), Dubovský offers a host of situations that illustrate the diversity and comprehensiveness of Neo-Assyrian intelligence interests and the various means by which they obtained information. Generally, the intelligence services operated in the provinces, buffer zones, and along borders, but would also attempt to learn matters inside competing imperial powers. Intelligence priorities included: monitoring the enemy (which embraced, for example, the movement of troops, desertions, border conflicts, military activities of other kingdoms, and the whereabouts and even health of foreign kings); reporting on economic interests (which encompassed issues such as smuggling, black markets, trade routes, timber transport, and finding and maintaining appropriate contacts to assist in field operations); and noting a variety of topics as diverse as agriculture, topography, ethnography (for example, cataloging Arabian tribes), and religious acts (for example, important ritual enactments).

Chapter 4 (pp. 161–88) offers two extended case studies, based on letters and annals, that examine Assyrian implementation of psychological warfare tactics during campaigns conducted by Tiglath-pileser III and Sargon II. Dubovský has presented here a solid reconstruction of Neo-Assyrian intelligence services. In many of the cases, he details the means of collecting intelligence (interception of letters, capture of a spy, or bribing a local official) and illustrates the flow of information through the network, from the field on up. He also demonstrates how the Assyrians built redundancy mechanisms into their system to ensure accuracy of information and the fidelity of agents. Most of Dubovský’s supporting evidence is reconstructed from epistolary texts in various states of preservation from the Neo-Assyrian archives. His reconstructions are reasonable and supported by thorough argumentation, but he also frequently (and understandably) admits that the evidence permits other interpretations. Disagreements over some details are inevitable.

In the light of his findings, Dubovský returns to Palestine and the biblical material in chapter 5 (pp. 189–260). After assessing textual and archaeological evidence toPeter Dubovský demonstrate the presence of Neo-Assyrian intelligence agents in the area, Dubovský assesses the historical accuracy of the biblical perceptions of Assyrian intelligence and offers a redaction-critical reading of the biblical narrative. He concludes that the biblical narrative presents an accurate picture of Neo-Assyrian intelligence, though this does not automatically affirm, he is careful to note, the historicity of the narrative or its composition during the Neo-Assyrian period. In his reading of the final redaction, Dubovský contends that the biblical editors were savvy to the ploys of the Assyrian intelligence service, especially its claims of omniscience, and they countered it in three ways: practically, by exalting Hezekiah’s leadership skills; literarily, by undermining the accuracy of Assyrian assertions (and thus their supposed omniscience) through creative textual redaction; and theologically, by depicting the Assyrians as blasphemers and Yahweh as the one who truly understood and controlled the situation. A brief summary of the author’s findings (chap. 6; pp. 261–63) and several charts in the appendix conclude the volume.

Overall, Dubovský has offered a fresh perspective on 2 Kings 18–19 while also offering an important historical reconstruction for those interested in the Neo-Assyrian empire. The book is highly recommended. But I have a few quibbles. First, the book should have included a series of maps to help the reader follow the geographical details of the case studies in chapters 3 and 4. Second, the book only includes a modern author index but would be significantly easier to use if it had included a subject index, as well as an ancient text index. Finally, although there are a number of small typos throughout the text, a significant portion of text (with footnotes as well) is repeated on pages 14–15, and the headings of tables 24 and 25 (p. 220) should be exchanged. These minor issues, however, in no way detract from the substance of Peter Dubovský’s fine work.

Tyler Williams estuda Cosmogonias Mesopotâmicas

Tyler Williams, em Codex, vai apresentar e discutir as cosmogonias mesopotâmicas. Isto é particularmente importante para a compreensão de Gn 1-2. Em quatro partes, começando com o post Ideas of Origins and Creation in Ancient Mesopotamia, Part 1, já publicado, serão discutidas as questões metodológicas e os recursos disponíveis para o estudo dos textos mesopotâmicos (parte 1), os textos babilônicos antigos (parte 2), os textos neobabilônicos (parte 3) e, finalmente, na quarta parte, uma síntese das ideias mais importantes que surgiram ao longo do estudo e sua relação com nossa compreensão dos textos bíblicos sobre a criação.

Ele diz:

Next to a close reading of the biblical text, one of the most important steps in its interpretation is knowledge of the ancient cultural and literary context of the Bible (…) Thus, when approaching the biblical creation accounts in Genesis 1 and 2, it is essential to have some knowledge of other ancient Near Eastern creation accounts (…) This is the first of four posts on ideas of creation in ancient Mesopotamia. This post will discuss some methodological issues surrounding the study of Mesopotamian texts and highlight some of the resources available for studying this literature. The second and third posts will survey Old Babylonian texts and Neo-Babylonian texts, respectively. The fourth post will synthesize some of the findings and relate them to our understanding of the biblical creation texts.

Isto até me anima a terminar um trabalho iniciado tempos atrás, de organização e publicação dos textos de um seminário no qual trabalhei com 15 alunos do CEARP sobre Cosmogonias Antigas e Cosmologias Modernas. Estudamos – em nível de introdução, pois isto ocorreu na graduação em Teologia – as Cosmogonias mesopotâmicas, egípcias, cananeias e israelitas (bíblicas), finalizando com um apanhado geral das várias cosmologias científicas modernas.

A compreensão das cosmogonias do Antigo Oriente Médio em seus contextos trouxe uma notável contribuição para a compreensão dos textos bíblicos de criação. Não estávamos em busca de semelhanças ou paralelos entre os textos orientais antigos, os textos bíblicos e as diferentes teorias da cosmologia moderna. Buscamos entendê-los dentro dos limites de sua época e função. Valeu a pena.

A dificuldade que enfrentei na época e que permanece para a publicação – isto explica o seu adiamento – diz respeito aos próprios textos. A maioria está em inglês e alguns em espanhol. Estas são traduções dos originais, feitas por especialistas da área e bastante confiáveis. Os poucos textos que tenho em português, porém, são tradução de tradução, pois vieram do inglês ou do francês, o que diminui a sua confiabilidade. Mas, aguardem.