Roubaram o cabelo de Ramsés II?

Na terça-feira passada, Jean-Michel Diebolt, um carteiro francês de 50 anos da cidade de Grenoble, foi preso por estar vendendo o que dizia serem chumaços de cabelo do faraó Ramsés II. O artigo da BBC Brasil, de ontem, 29/11/2006, às 17h05, é: Francês é preso por tentar vender ‘cabelo de faraó’.

Ainda ontem, a Folha Online, às 20h57, usando como fonte a France Presse, em Grenoble, em texto com o título Francês é detido por vender cabelos de Ramsés 2º na internet, explica que “o homem, um carteiro de 50 anos, foi liberado horas depois à espera do resultado das análises dos especialistas. Ele afirmou que possuía os cabelos porque seu pai participou dos exames da múmia do faraó em Grenoble, sudeste da França, entre 1976 e 1977“.

Hoje, a Folha Online, às 11h58, citando a agência Efe, em Paris, diz: Governo francês tenta esclarecer polêmica sobre Ramsés 2º. E explica a extravagância:

O Ministério de Assuntos Exteriores francês assegurou hoje que entrou em contato com as autoridades do Egito para esclarecer a polêmica criada pela venda na internet de mechas de cabelo da múmia de Ramsés 2º. Um homem foi detido na França por vender mechas de cabelo da múmia. O pai do vendedor teria cortado as mechas quando a múmia foi enviada do Egito para a França, em 1976, para identificação das causas de um estranho mal que deteriorava os restos mortais do faraó. O porta-voz do ministério, Jean-Baptiste Mattéi, assegurou hoje à imprensa que a França está em solidariedade com as autoridades egípcias, mantendo constante contato. A França espera os resultados da investigação, aberta pelo Escritório Central de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais, sobre o caso (…) A arqueóloga Christiane Desroches-Noblecourt, que fez parte da equipe de arqueólogos franceses que participaram da transferência da múmia de Ramsés 2º, em 1976, disse hoje a uma emissora de rádio que o roubo das mechas do cabelo do faraó lhe parece “inverossímil”, porque os restos ficaram o tempo todo sob controle dos cientistas. Segundo a arqueóloga, se for confirmada a autenticidade do cabelo, “seria uma vergonha e um escândalo. É uma relíquia e não se pode ‘brincar’ com uma múmia única no mundo”. A múmia de Ramsés 2º, que reinou entre 1279 e 1213 a.C., está conservada no Museu do Cairo.

Quem quiser ver, em inglês, a história ou estória, sei lá, da venda do cabelo de Ramsés II, com vários links para outros textos, leia o post More re sale of Ramesses II hair, do blog Egyptology News, escrito por Andie.

E só para lembrar: Ramsés II é o provável “faraó do êxodo”, segundo os biblistas que defendem a historicidade do relato bíblico.

Pois é: para mexer nas mechas de Ramsés II, só mesmo depois de três mil e muitos anos, pois botar a mão na cabeça deste poderoso faraó no século XIII a.C. – claro, com a intenção destes franceses! – poderia ser bastante prejudicial para a saúde do atrevido…

Irã, um símbolo do paraíso

Cerca de 300 objetos de diferentes períodos da história persa poderão ser expostos no Brasil proximamente. É o que diz a notícia da CHN – Cultural Heritage News Agency, da qual transcrevo o começo:

Brazil Stands Up Next to Host Exhibition of Persian Relics
The exhibition of “Iran, a Symbol of Paradise” which is currently on display in Mexico City is more likely to head for Brazil after it comes to an end in Mexico.

Brazil and Colombia are the two candidates in Latin America that requested to host of the exhibition of “Iran, a Symbol of Paradise” which is currently being held in Mexico City. However, based on initial agreements it seems that Brazil will precede Colombia in hosting of this exhibition. In an interview with CHN, Mohammad Reza Kargar, director of Iran’s National Museum, who has just returned from Mexico where he had been invited to attend the opening ceremony of the exhibition of “Iran, a Symbol of Paradise”, announced Brazil as the next country which is more likely to host the Persian exhibition and said: “This exhibition is the second prominent appearance of Iran in cultural programs of Central American countries (cont.)